28.5.08

Apresentando...

António Rocha - mostrou o seu conceito de pintura: quadros totalmente a negro, onde as texturas dos materiais que usa e a luz fazem um jogo de reflexos e revelam formas e...sonhos. Poeta, com as suas spoken words vai falando do que lhe vai na alma. Check

Magaly Ponce - falou de uma coisa que tanto discutimos aqui no forum do Praia.Mov: conceito. Ela acabou de poisar no solo caboverdiano, foi vendo imagens e sons e foi logo conceptualizando composições, dissertações. Fala com a calma e a pedagogia que os professores têm. Check

Gisele Creus - só conheço a sua cara bonita, a sua simpatia e a sua vontade de participar. Vamos vê-la no dia 30.

António e Gisele vão apresentar uma perfomance, entre a poesia e a coreografia, na abertura da expo, dia 30, 19h. Magaly vai apresentar videos, a desfilar pela Fundação Amilcar Cabral.

NOTA IMPORTANTE: Esses artistas disseram imediatamente "sim" ao convite. Fico a pensar em algumas personalidades nossas (semi-deuses), difícil de conseguir que participem, gratuitamente.

Aos generosos de espírito um abraço do tamanho do mundo.

Stock de armas

AK47, MP5, Dragunov, SVD, Musket, Pistol, Uzi, Beretta 92FS, HK G36, FN P90, XM8, HK G36k, M16 A2, Lewis Machine Gun, Remmington 870, HK USP Tactical, Glock 18, FAMAS, L85a1, F&N, F2000, Barrett M82, Lee Enfield, Steyr AUG A1, FiveSeven, Desert Eagle, FN SCAR, M67, Granada

São nomes de armas. São nomes fascinantes. São máquinas de uma incrível ciência: a fabricação é milimétrica, o controle de qualidade é hiper rigoroso...são máquinas feitas com a garantia de matar! Não há indústria mais florescente no mundo.

Em Cabo Verde começa a ser corriqueira a circulação de armas, em todo o lado, até mesmo nas escolas. Para além disso, ao que parece, Cabo Verde serve de pivot ao tráfico de armas na Atlântico. Há dias uma pessoa comentava que, já nem tem piada as brigas de rua, onde se punha a prova a habilidade de luta; hoje em dia, por tuta e meia, um míudo saca de uma arma e mata! E a coisa acontece, assim caboverdianamente.

Durante 3 dias a questão das armas vai merecer um atelier todo pomposo, no Auditório Nacional, Praia, com direito a discursos de ministros, cocktail, desfile de modelitos, a habitual faz-de-conta-que-se-interessa e, com sorte, saia algum plano concreto para abordar a questão. Vamos esperar e ver; que não se fique pelo glamour do evento.

Notícia A Semana


27.5.08

E se o mundo nos juntasse?

Escultura: Olaf Ladousse

Grandes ondas começam com pequenos agitos.

Fomos convidados para uma conversa com artistas estrangeiros, na UnivCV. Um deles nem é tão estrangeiro como isso: chama-se António Rocha, é artista plástico e poeta, nasceu em Lisboa, filho de CVs, estudou nos EUA e vive na UK. A outra pessoa é Magaly Ponce, artista de video, chilena de origem, vive e lecciona arte na Bridgewater College, EUA. Faltou uma outra pessoa à conversa, Gisela Creus, espanhola, mais especificamente catalã, dança contemporânea, que ficou retida na Assomada vítima de alguma água que a desarranjou intestinalmente. Estas 3 pessoas, 3 artistas, procuram formas de cooperar com CV. Procuram organizar uma residência artística anual. Falaram das suas obras e dos seus projectos. Pediram-nos para falar dos nossos. Pedi a palavra, falei dos nossos e os convidei a participar da expo "Texturas da Cidade". Resultado:

Dia 30, sexta, 19h, Fundação Amilcar Cabral, abertura da expo "Texturas da Cidade", com performance de "spoken words", de António Rocha e improviso de dança, com Gisela Creus. Magaly Ponce apresenta a sua video arte.

Desde então ando a sonhar: e se o mundo nos juntasse?

26.5.08

Expo "Texturas da Cidade"

...Ou a questão da arte contemporânea. Ou a questão da cultura urbana.

Este grupo de pessoas não será certamente o único, mas será um dos que mais tem falado sobre o assunto. São no mínimo um grupo, o que implica identificação e vontade de colaboração. As ideias que circulam por este grupo de pessoas vêm se consolidando desde Praia.Mov 2006 e em mais outras intervenções individuais.


A cada um desses artistas foi pedido que participassem nesta exposição, onde é "proibida" a representação do mar e do céu; a ideia é voltar o olhar para dentro da cidade e das suas texturas:
  • Abraão Vicente, um dos rebeldes desta nova vaga, traz a sua linguagem exploratória, desta vez tridimensional.
  • Albertino Silva, conhecido pelas suas esculturas de sapatos, explorou novos materiais.
  • António Rocha. Artista-plástico, poeta. Nasceu em Lisboa, filho de CV, estudou nos EUA e vive na UK. Uau!
  • Baluka Brazão, que fez a sua 1ª expo há dias, traz o seu olhar fotográfico.
  • César Schofield Cardoso, eu, habitualmente fotógrafo, atrevi-me a mostrar arte plástica, que sempre esteve na base do que faço.
  • Hélder Paz Monteiro, mestre da composição. Um fotógrafo absolutamente essencial para este novo olhar.
  • Magaly Ponce. Professora universitária (Bridgewater college). Artista video. A colaborar com a UnivCV.
  • Soizic, uma francesa que vive na Praia e que faz poesia com a colagem de cartão e pintura.
  • WValente, fotógrafo brasileiro profissional, aceitou mostrar o seu lado artístico e crítico.
  • Zeca, o bailarino dos Raiz di Polon, ferreiro de profissão e escultor de coração.
A palavra de ordem é "exploração". É pedida qualidade de execução. Mas é pedido sobretudo sentido de busca, crítica, partilha e encontro. Arte contemporânea, cada um tem a sua; vamos encontrar a nossa.

Abertura dia 30 de Maio, 19h, Fundação Amilcar Cabral, Praia.

A seguir...

23.5.08

Saneamento da cidade

Excelentíssimo Senhor Novel Presidente da Câmara Municipal, com a sua eleição, é renovada em mim a esperança de viver numa cidade limpa:

A instituição, que a Sua Augusta vai dirigir, está impregnada de sujidade: ninguém sabe como são geridos os terrenos; as licenças são atribuídas sem respeito a regras; dinheiros são gastos sem justificação; e no final, os distintos senhores, inquilinos dessa casa, saem todos ricos e cheios de posses.

Ter um mercado negro de divisas, tão às claras, no coração da cidade, é imundo. Peço-lhe Nobre Personalidade, que mande incinerar tal prática, que em nada abona a favor do nosso sistema financeiro.

Prestígio e privilégios concedidos a traficantes nesta cidade é execrável. Como posso entrar em casa, em paz com a minha alma, depois de um dia árduo de trabalho, se ao lado um jovem corrupto levanta um edifício, sem o menor esforço?

Ter a maioria da população a viver sem acesso à água canalizada e ligação à rede pública de esgotos, é inqualificável. Como poderá a Sua Soberania apreciar o seu papel higiénico, soft dupla face, sabendo que, no mesmo momento, milhares de pessoas defecam ao léu?

Uma cidade, onde unicamente uma muito pequena parcela, respeitante aos ricos, é planeada e dotada de infra-estruturas decentes de habitação, mancha indelevelmente as consciências.

Destacável Cidadão, honrado eleito do povo, nem lhe vou pedir que presenteie esta urbe com museus, cinemas e galerias de arte, coisas de luxo; só lhe peço que limpe a cidade.

Depois disso tudo, se ainda conseguir tratar dos dejectos sólidos e líquidos, ainda melhor.

22.5.08

Vai rolar!

Não é Praia.Mov por um triz. Mas podia ser, porque é exactamente o mesmo espírito: a procura de uma renovação estética visual, baseada na cidade. As artes não podem ficar para sempre coladas a esse idilismo do camponês, das chuvas e das ribeiras. Somos urbanos. É preciso ver para a cidade, mudá-la e deixar que nos mude. É preciso falar da cidade, dos seus males e das suas belezas também. É preciso ver para o incrível viveiro humano, que é qualquer cidade do mundo.

Vai rolar!

20.5.08

A cadeira do poder

Imagem: Bansky
Todos, literalmente todos, devem viver na democracia; até mesmo a cadeira do poder. É legítimo que que se tenha uma existência inteira com os suores de um único cú? É saudável que se tenha uma vida inteira com um mesmo peso e uma mesma medida? Também a cadeira do poder merece conhecer a diferença ou ter um governante mais leve e elegante, pelo menos durante 4 anos.

A cadeira do poder é alvo das mais renhidas cobiças. É um elemento fundamental na sociedade. Geralmente é feita de pele e é extremamente cara, principalmente quando vêm acompanhada de um carrão, como acessório. É sempre giratória, para permitir uma visão panorâmica das questões. Convêm que não se pareça com mais nenhuma outra cadeira, para garantir uma certa autoridade.

A cadeira do poder é um dos elementos mais importantes na moderna civilização e deve ser cuidada e acarinhada. O seu pior inimigo é o cú do governante, que muito depressa se molda ao seu estofo. Se acontecer que o governante não consiga se sentar em mais nenhuma outra cadeira, ela terá uma vida condenada aos mesmos gases e humores.

Para a saúde da cadeira do poder, é bom que haja alternância de cús.

17.5.08

Sabem o que é RSS?


RSS (Really Simple Syndication) é um jeito novo e prático de ficar informado. Com ele você pode reunir informações de seus sites preferidos em uma única tela, e, como num programa de e-mail, ser avisado das novidades assim que elas são publicadas na internet.
Fonte:http://www.terra.com.br/rss/

Para usar o RSS é preciso ter um RSS Reader (eu uso Snarfer) e subscrever a RSS, em sites que o disponibilizam (os sites colocam o logo que usei na imagem para denotar que têm um conteúdo RSS).

Como fazer?
  • Instalem o RSS Reader
  • Vão a um site que disponibiliza RSS; por exemplo bianda.blogspot.com :)
  • Reparem no logo RSS, um pequeno quadrado, que está na barra de endereços (lá onde está http://...)
  • Cliquem no logo. o site será redireccionado para uma página de conteúdos RSS
  • Copiem o endereço (o tal http://...)
  • Vão ao vosso RSS Reader e adicionem o endereço que copiaram

Eu, por exemplo, para além de notícias, tenho uma secção com blogs CV, que vou sendo avisado quando há posts novos.

16.5.08

O herói cultural

Crónica que saiu no A Semana online hoje

15.5.08

Webcome

Confesso: tenho inveja de quem tem um blog e resolvi imitar, eheheheheh. Na verdade já tive um blog, com o meu amigo Baluka, e ainda lá estão as recordações do tempo maravilhoso, que foi ter Kasabela. Como disse um navegante, acerca do hibernado Lantuna, blogs quando morrem são como estrelas, deixam as suas poeiras espalhadas pela net; assim, quando isto acabar, pelo menos já terei deixado umas poeiras por aí.

Também faço este blog por "pressão". Djinho e João Branco não me largam! Pronto malta, vou tentar.

É claro que não faltam outros motivos: as centenas de amigos que tenho por este mundo fora reclamam a toda hora: "ó man, como posso ver as tuas coisas?". Portanto, vou despejar pra aqui tudo o tenho empilhado no computador, até se fartarem de mim.

Imagem:BluBLu

Cyberabraço.
César Schofield Cardoso