22.10.08

Digníssimo de uma cidade

Vai acontecer de novo!

Quem não viu da primeira vez, que vá ver, porque vale a pena. É um espectáculo como João Paulo Brito já nos acustumou: encenação segura, cena a cena, gesto a gesto, movimento a movimento.

O texto é um dos que mais já gostei do Mário Lúcio: inteligente, um tanto rebuscado aqui e ali (é do autor esse estilo) mas com uma mão mais moderada e, por consequência, mais fácil para o espectador.

As actuações, Raquel e Vadi, são a chave do espectáculo: não são personagens fáceis, roçam o absurdo, o que quer dizer que facilmente deslizam para o ridículo. São personagens em que mesmo a inclinação da cabeça conta muito. Eu custumo dizer que o Jota é um torturador de actores, porque não perdoa nenhum olhar a mais ou a menos. Mas, é assim que se eleva o nível. Por tudo isso, o que os actores conseguiram foi grande.

A cenografia sofreu de execução. Aqui uma nota importante: enquanto não criarmos uma rotina de espectáculos, não poderão aparecer profissionais que executem correctamente um cenário: carpinteiros, ferreiros, etc. É uma das grandes valias do Mindelact: a rotina criou profissionais que já conhecem algumas especificidades de um espectáculo de palco. Entre a ideia do cenário e o cenário em si, ficou um mundo de coisas por fazer.

A iluminação...espero que desta vez funcione, porque é o elemento que cria os ambientes.

O som...com foi difícil encontrar os sons. Aqui mais uma vez a estória da rotina de espectáculos: na Praia, cada espectáculo é uma correria louca atrás de sons, adereços, figurinos e tudo o mais.

Enfim, vão lá ver o espectáculo. Sexta, às 20:30 e Sábado, às 19:30.

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