3.12.08

Estado grave...e a piorar

A política caboverdiana está a atravessar um daqueles momentos tristes e graves. Tudo despoletado pela polémica do BPN português, que está ligado ao Banco Insular caboverdiano, criado pela Sociedade Lusa de Negócios, que está (ou esteve) ligada ao Governo.

Isso tudo dá à Oposição, mais precisamente à dupla de cunhados Jorge Santos/Fernando Freire, o direito de chamar ao Primeiro-Ministro de ladrão, mentiroso, de dizer que ele mudou a lei das instituições financeiras em nome próprio (como se os técnicos dessas instituições fossem moscas mortas) de gritar na Assembleia e de meter o PM na Justiça.

Isso tudo dá ao Primeiro-Ministro o direito de chamar a Oposição, à tal dupla de cunhados, de bando de arruaceiros e mais outros mimos e de os meter na Justiça.

A Justiça, já sabemos, anda emperrada, sem acção, nada pode fazer, porque a instituição carece de reformas urgentes de ordem técnico-legislativas, materiais e humanas. A mesma classe política (Governo+Oposição) não conseguiram aprovar o pacote de reformas da Justiça, o que revela que a classe política anda interessada em tudo, menos em desbloquear as situações concretas.

Crítica ao Primeiro-Ministro: o Governo não faz negócios; o Governo abre concursos públicos e explicita as regras do jogo. Ainda há dias aconteceu mais uma vez, o IFH, instituição pública, concedeu ao Monte Adriano a construção do Palmarejo Grande. E concurso?

Crítica à Oposição: a ideia que passa que é cosa nostra da tal dupla de cunhados. Onde estão os outros? Os de maior craveira que esses dois aí? Até quando os grandes homens da Oposição (Carlos Veiga, José Filomeno, José Tomás Veiga, José Carlos Fonseca, etc, etc, etc) vão permitir este nível de discurso incendiário, panfletário e, mais grave, sem provas materiais?

Alguém tem dúvidas que a classe política é a classe mais importante numa sociedade, o que quer dizer que o seu comportamento condiciona toda a sociedade? Ainda reclamamos da violência, dos maus costumes e dos valores distorcidos?


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