24.12.08

Filmes da minha vida

Este é dos maiores! Um grande ensaio sobre a natureza humana. Nada de estorinhas de encantar; nada de efeitos mágicos; nada de soluções idealistas; nenhuma piedade; nenhum milimetro de descuido na feitura desta obra de arte. Trabalho exímio de todos: actores, realizador, fotografia, cenografia, adereços, figurinos...tudo.

Cinenastas como Lars Von Trier, Michael Haneke, David Lynch, Glauber Rocha ou Wong Kar-Wai, são monstruosos profanadores da profissão. Ou, visto de um outro ângulo, são os guardiões intransigentes da arte. Obrigam-nos a lembrar que, entre arte e entertenimento existe um abismo.

Lars Von Trier é o "dogmático" de Dogma 95. Michael Haneke fez um dos filmes mais radicalmente cruéis (crú e verdadeiro) que já vi: Funny Games. David Lynch é o meu herói e poucos aceitarão o facto que ele reinventa a linguagem do cinema. Glauber Rocha é o terrível reaccionário do cinema novo brasileiro.

Nesses tempos de artificialidade das lojas de Natal, ver um filme de qualquer um deles é uma punhalada nas nossas crenças e ilusões. É lembrar que o mundo é um lugar bizarro.

2 comentários:

Cesar Schofield Cardoso disse...

Pois João. Este filme é uma lição de arte. Deve ser coisa obrigatória de ver para estudantes de artes cénicas.

Gus Van Sant sim, podia estar. Sim, outro senhor do cinema. Já vi dele: Elephant (the best!), Paranoid Park, Gerry, Génio Indomável...

Os que listei no post foram escolhidos por causa da sua linguagem radical e refinada.

JB disse...

Por isso mesmo: nessa lista tinha que estar o Van Sant! Digo nós, claro (a propósito do teu último post...) Bom ano!