9.3.09

Cartas, blogs e anónimos

A propósito de uma famigerada carta anónima, veio ao de cima um determinado discurso da ética dos blogs. Terão até perguntado se não seria pertinente pensar num código deontológico para os blogs. Já agora pergunto se não faz sentido falar de um código deotológico para toda a Internet. Uma espécie de ética supra-nacional, a ser administrada, talvez, pelas Nações Unidas, mas visto que esta organização não consegue impor nada que valha, se calhar podia se organizar um grande tratado internacional, em que todos os países seriam obrigados a ratificar, sob pena de pesadas sanções. Ora vamos lá ter paciência!

Mais uma vez a confusão entre blogs e comunicação social. A ética de um blog é a do seu autor, ética essa que é directamente regulada pela sociedade, em tempo real. E a sociedade caboverdiana ficou é muito agradecida a esta carta que disse muito que todos já sabiam. Eu a divulguei, tive dúvidas em fazê-lo, mas hoje não me sinto nem um pouco mal com isso. Engraçado é que, perante tanta evidência de bandidagem, de falta de toda a ética, a questão agora ande em torno da carta, que é isso e mais aquilo. Vamos lá ver uma coisa: se o interesse público fosse gerido com responsabilidade, transparência, orientado a boas práticas, verificadas e demonstradas, essa tal carta seria completamente inócua. Mas não é. Até uma certa imprensa, que obedece à deontologia do seu sector, a usou livremente para vender a sua notícia. Até o Parlamento a usou como tema para uma sessão inteira. Até a Procuradoria Geral da República cogitou averiguar as acusações graves. Agora vem me dizer que os blogs deviam se pautar por uma deotologia abstracta! Que os blogs precisam ter responsabilidade!...Brincadeira tem hora, né!?

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