26.3.09

Cultura Nacional

Manuel Maria Carrilho, antigo Min.Cultura de Portugal, escreveu uma carta onde tece duras críticas ao actual Min.Cultura. quanto à sua política cultural. Pergunto-me o que inibe os nossos antigos Min.Cultura de INTERVIR na presente política cultural. Carrilho que conseguiu aumentar o Orçamento do Estado para a Cultura para 1%, briga agora para que esta cifra seja reposta, uma vez que baixou. Dizia também que é preciso reforçar: o património, as artes cénicas (música, teatro e dança) e as artes visuais, o cinema e o audiovisual, o livro e a leitura, a acção cultural externa. Nós temos 3% e um déficit de projectos para qualquer uma dessas áreas. Nós ainda temos a área da Investigação Cultural, que para nós é crítica, visto precisarmos recuperar a memória e os nossos valores autóctones . Ainda há a questão da língua. Nós temos tudo por fazer, estamos sempre a re-inventar a roda e, ainda por cima, a estragar coisas que foram feitas. Em comparação:
  • Património - isso vai acabar, se não intervirmos. Veja-se os centros de Mindelo e Praia. Veja-se as construções (armazéns de betão) em pleno sítio arqueológico da Cidade Velha.
  • Artes de espectáculo - música vai sobrevivendo no mercado internacional; dança, o único grupo digno do nome sobrevive por milagre; teatro...o que falta para capitalizarmos a experiência de SV para todo o país?
  • Artes visuais - acabar com o projecto do antigo Centro Nacional de Artesanato foi o pior assassinato cultural do pós-independência; audiovisual e cinema, esquece! Escola, precisa-se!
  • Livro/Leitura - ....tenho dificuldades em dizer que temos uma ficção CV contemporânea. Quanta gente lê um livro por ano? Quantos autores em média conhece um jovem de 18 anos?
Se alguém disser que a actual política cultural do Estado é positiva, vai ter que explicar, porque eu não vejo. Mas, em contrapartida temos uma área super forte na nossa Política de Estado da Cultura: gastar dinheiro em fóruns, simpósios, medalhas e afins. Atão, alguma coisa havemos de fazer!

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