20.10.09

Criar, Crescer

Terminou as nossas 20 horas de workshop de escrita criativa. Vou sentir saudades do grupo de trabalho mais interessante que já participei nos últimos tempos. Ana fala como que a cantar canções de embalar e dá-nos a mão como quem ajuda os bebés a andar e diz: muito bem, muito bem! Mamãs e filhotes participaram do mesmo evento e escreveram textos terrivelmente ousados, tipo “viagem de cocaína”. Lemos textos de inocente candura, mas também de “putas e bardamerdas”. Mamãs e filhotes, a princípio naturalmente encabulados, no final faziam parte de uma mesma irmandade em que, as palavras não são nossas, são da vida.

Sim, quem escreve dá voz à vida, a nossa própria incluída. Vidas são belas e imperfeitas, tem estórias bonitas e outras nem tanto, mas essencialmente a vida é repleta de estórias. Saber contá-las pede técnica e, sobretudo, pede ousadia para infringir leis, despir-se de moralidades banais e deixar brotar, descaradamente, a emoção criativa. No final, mamãs e filhotes, brotavam juntos essa mesma emoção, alegres e cúmplices, como numa roda de dança. Quando uma dezena de pessoas partilha as suas tantas experiências, o resultado são centenas ou milhares de outras novas experiências.

No final, a família estendeu-se.

2 comentários:

licinha mascarenhas disse...

Pois é César. Ontem ainda faltou-me dizer à Ana o quanto a sua voz transmite calma e como a postura e a atitude dela são muito responsáveis pelo nosso resultado final...
Já se disse, que nada acontece por acaso... e cada vez mais essa máxima se confirma...
Um beijinho ao filhote e a todos os outros filhotes e filhotas e um obrigada à Fundação. Faltou-me este agradecimento ontem...

Pss disse...

Viagem da cocaina ?? A viagem terminou mal como se noticia AQUI ?
Ou a estória teve um Final Feliz ?