17.12.09

Quinta-Essência

Ainda ontem comentamos, nós não nos juntamos por nada que há! O nosso prédio poderá desabar que os condóminos, quem nem devem ser chamados de tal, porque como tal não se comportam, nada farão. Poderá a cidade ser engolida pelo lixo, a Electra nos deixar sem luz uma semana, os buracos permaneceram no estrada por meses, o homem tirar a pila e mijar à frente dos olhinhos dos nossos meninos, que nada, absolutamente nada, nos move para uma movimentação civil. Viram com a Dengue? Treta pegada. Tava na moda, coisa que até o Primeiro-Ministro saiu à rua, pois não ficava bem todos os bacaninhas também não saírem à rua. E a população, puro susto que provocou um espasmo de comunitarismo, mas de seguida, as coisas continuaram a mesmice, tanto é que tou para descobrir qual dos meus vizinhos teima em pendurar o lixo na varanda! Porra, que cena que me irrita todas as manhãs ao sair de casa!!

Qual a causa desta deficiência grave de consciência de comunidade? Será por nos ter sido negada a cidadania por séculos? Mas então não estará aqui um caso de psicologia social a ser estudada? Uma ponte aqui com a conversa tida com outro ilustre amigo, que falava da falta de seguimento das nossas acções, ou seja, identificamos um problema, fazemos grandes campanhas de informações, e até algumas acções bonitas, mas depois não há seguimento avaliação e replanificação das nossas acções. Será por isso que alguns dossiers não andam nem pra frente, nem pra trás? Neste caso então seria um caso a estudar, mas depois seria de planificar acções com a intenção de mudar este nosso estado de apatia social, do deixar andar, mijar e cagar.

4 comentários:

Cesar Schofield Cardoso disse...

Thanks Edson. Gostaria de ter as tuas Impresons mais detalhadas sobre este assunto. Talvez alguns dados, algumas comparações.

Gosto também do tema da responsabilização que induz automaticamente a alguma participação. Sinto que muito do nosso deixa andar é que todos podem andar como querem. Repara o caso gritante das Ordens. É a maior bagunça.

Pss disse...

Isso não estará ainda relacionado com a Educação ? Há uma "disicplina" que o meu filho que estuda a Primeira Classe tem que se chamada Educação e Cidadania. Ao que parece estaremos a tentar mudar algo através da Educação. Quem sabe César se tivessemos tido isso desde da Escola Primária se hoje em dia não seria diferente ...

Renato Frederico disse...

Se os restos (há dias) encontrados na Cidade de Ribeira Grande de Santiago são da antiga alfândega de "escravos" como disse um ilustre dirigente do INIPC, pouco me interessa (desculpem a franqueza). Sou do interior, vulgarmente conhecido por "fóra" (mas atenção.!. Praia Rural 1) e nada tenho contra a Cidade Velha.
Contudo, além dos costumes que aprendi na Pré-Primária (não havia jardins, a não ser uma planta cujo fruto comi bastas vezes), outrora cumprimentava-se o vizinho e pessoas mais velhas, pedindo "benson", dando "mantenha", fazendo "mandádu" respeitando a Polícia e Milícia também. Esses bons costumes tendem a desaparecer e nesta minha Cidade quase não existe.
Ai do menino que passasse por um adulto e não o cumprimentar! Levava "presente" aos pais por essa falta de atenção (não de educação porque às vezes foi distracção).
O Cabo-Chefe de outrora mandava as pessoas limpar a estrada por qualquer contra-ordenação.
E eu, coitado, levava vara de marmeleiro à escola (primária) no primeiro dia de cada ano (Tínhamos horta e marmeleiro). E quando apanhava, meus colegas diziam ... "katxor mordi si donu"
Levar porrada dos professores hoje em dia é contra os Direitos Humanos e das Crianças (que adoro) e, mais grave, o professor que não perca por esperar... do aluno, dos pais e dos "experts" em Direitos Humanos.
Revejo-me quando estou lá "fóra" e pronunciar "Nha rastâ ou Nha dan benson" e ouvir o ainda "Deus kriau pa bem, Deus dau juís ... Deus faze-u omi filís".

Cesar Schofield Cardoso disse...

A cidade muda esta relação de proximidade, mas temos que garantir que os valores migram para a cidade, sob outras formas evidente. Ninguém tem que pedir a benção na cidade, mas convenhamos que uma pessoa mijar em frente da outra devia ser punida severamente...Não entendo porque isso ainda não acontece.