14.2.10

Segunda,Intenção

Quando se proibiu a igreja de continuar a lecionar, mandando encerrar o seminário de S.Nicolau, o arquipélago foi lançado num vazio de ensino. Por iniciativa de um grupo de cidadãos, liderados pelo senador Augusto Vera-Cruz, foi criado em 1917 o liceu Infante D.Henrique, instalado na residência do próprio senador, em Mindelo, onde hoje funciona o Museu de Arte Tradicional, que este cedeu, indo morar noutro local.

Silvino Silvério Marques, governador de Cabo Verde de 1958 a 1962, com a missão de debelar as graves crises que assolavam as ilhas, conduzindo à míngua milhares de pessoas, introduziu um enérgico plano de obras públicas, com o intuito de gerar emprego e rendimento para as famílias. O saldo desse plano é notável: concluiu o cais do Porto Grande; construiu os aeródromos de Praia, Mindelo, S.Nicolau, Maio e Boavista, a central dessalinizadora do Mindelo, escolas primárias, o liceu e o Palácio da Justiça da Praia. Do ponto de vista cultural, promoveu uma mesa redonda sobre o homem caboverdiano, de onde saiu a publicação de duas obras de referência: Antologia da ficção caboverdiana e Antologia dos modernos poetas de Cabo Verde.

Alves Roçadas, governador de Cabo Verde de 1943 a 1953, é descrito como um humanista. No seu governo passou a ser publicado o Boletim de Cabo Verde, receptáculo de escritos de vários intelectuais e poetas caboverdianos. Elaborou o "Plano de ressurgimento de Cabo Verde" onde propunha mudanças de fundo na política para as ilhas, plano esse totalmente ignorado por Salazar.
[fonte: Cabo Verde, Os Bastidores da Independência, de José Vicente Lopes]

Exemplos de personalidades da nossa história que, embora afectos ao Estado Novo de Salazar, foram seduzidos pelo "povo das ilhas" e tentaram implementar acções que melhorasse o estado de abandono que o colonialismo português votou estas ilhas, findo o comércio criminoso de escravos. Utópicos que tem um ponta de "culpa" na emancipação do nosso povo.

3 comentários:

Anonymous disse...

Caro César

Esses sim são heróis deste povo. Aproveito para sugerir-te a leitura do livro Mindelo d'outrora do falecido sr Nena. Aí se encontram descritos os verdadeiros herois deste povo lutador.

Cesar Schofield Cardoso disse...

Caro

Não posso concordar com "os verdadeiros heróis". São sim personalidades mais humanas que os restantes agentes do colonialismo. Embora esses tivessem feito o que está descrito aí, não podemos esquecer que eram sempre agentes do colonialismo, que mantinha este povo no limiar da pobreza. Por exemplo, Silvério Marques, ao mesmo tempo que foi um bom governante, perseguiu implacavelmente os nacionalistas e as suas famílias. Contudo se destacaram por tentar mudar algumas coisas, mesmo que a favor do Estado Novo, mas que acabaram por nos beneficiar.

Os heróis da Independência trouxeram toda a dimensão de uma nação nova. Deixamos de ser colónia portuguesa para ter um assento no concerto das nações. Cada coisa no seu lugar.

Sim, li com entusiasmo o testemunho de Sr.Nena. Uma leitura apaixonante.

Anonymous disse...

Mas oh César nao ha herois da independência de CVderde, rapaz!! Em CVderde nunca houve guerra pela independenciqa.

Esses que dizes serem herois, sao herois sim senhor mas da independência da Guiné.

Quando é que vamos perceber esta coisa simples.
Vais dizer que o fundador da identidade cabovderdiana? Chiquinho, pois é o primeiro romance publivcado da nossa identidade, que descreve alias a nossa identidade, vais dizer que Baltazar nao era por exemplo um heroi da independencia de CVerde?

Claro que sim, pois ele foi um heroi da noxssa indepdnencia cultural que serviu de rampa da nossa idnepdnencia politica.

Eu acho que tu és capaz de pesnar e dizer que Cabral era mais heroi da nossa indepdnencia do que Pedro Cardos, Baltazar e toda essa gente do movimento Claridade.

Pois bem eu digo-te que Cabral era heroi nacional da indepencia da Guiné.

Al Binda