17.3.10

Políticas móveis

O Primeiro-Ministro tem uma criatividade que toca a literatura do absurdo. Ele daria um grande dramaturgo, se a dramaturgia representasse para ele o que representa a política. Quando menos esperamos, nas situações mais impensáveis, e debaixo das mais cerradas críticas, ele lá sai com um conto, mas o verdadeiro mérito é que ele transforma esse conto em acção, daí a dramaturgia. Tem tudo traçado: os personagens, os cenários, o enredo, os momentos chave da história, os efeitos especiais e um belo sorriso no cartaz.

O mais recente enredo tem a ver com os "thugs", apanhados de surpresa na história. O homem vai promover encontros de thugs. Só espero que ele leve a polícia de intervenção em número suficiente. O homem vai lá dar paleio e promessas. Uma das promessas é de rolar quilómetros no chão a rir: promete - se não tivesse visto e ouvido não acreditaria - centros de juventude móveis(!) Os jovens irritados dos bairros desgraçados vão passar a dispor de computadores, psicólogos e outras coisa, temporariamente. Deduzo que um carrinha passe, pare algumas horas em cada bairro e siga para o outro. Ou seja, ninguém vai poder dizer que o Governo não tem medidas sociais. Só que elas são móveis.

Coleccionarei essas ideias brilhantes e quem sabe um dia me sirvam de inspiração para uma obra literária.

7 comentários:

Anonymous disse...

O mais engraçado é o seguinte:
Até há dias a a violencia era um exagero da comunic. social, agora é culpa do demanchs feitos na " rede de prtotecção social" nos anos 90.
à semlahnça do caso TACV um desculpa a cada momento.
Não há responsáveis, não há plano.
Patetas ( nós, o povo) e espertinhos (eles, o governo), sobram. Infelizmente!

Jorge Silva disse...

No Comments! E ainda pagamos para nos Governarem, chatice!

Ivan Santos disse...

Pois é...!!se a tal "rede de protecção social" ou a "politicas sociais"...foram desmanteladas nos anos 90, pq será que só agora, depois de dois mandados o Governo se lembrou de reabilitar essas "politicas sociais" com medidas superficiais...???

Cesar Schofield Cardoso disse...

Anónimo, imagina se um cidadão tivesse que tirar Ciências Políticas para criticar a governação! Estaríamos bem lixados.

É assim, talvez a minha forma de falar possa te levar a pensar que trato o Primeiro-Ministro de menino inconsequente. Pra já, gosto de me expressar assim, porque é a forma como discutimos num café (ou não?) e desde que não ofenda a pessoa José Maria Neves, desculpa mas sinto-me no direito.

O Primeiro-Ministro não é menino. Se é inconsequente ou não, isso é discutível. Ele é antes de mais um político que, para o meu desgosto, usam de estratégias políticas para, como diz a ciência política, "a manutenção do poder". No caso em concreto dos "thugs", essa estratégia tardia do terreno e do diálogo parece horrivelmente demagoga, tendo em vista que estamos às portas das eleições. Não me tome por parvo. Sigo a política todos os dias e estaria mais contente se o discurso social do Primeiro-Ministro fosse coerente desde o primeiro momento.

Mas se preferirmos essa política imadiatista...fazer o quê. Como dizem, no senso-comum, cada povo tem os dirigentes que merecem.

Cesar Schofield Cardoso disse...

Ah, sobre os crimes culturais. De certeza que quer entrar por aí? Então arrombar um património arquitectónico é o quê? Então deixar o Palácio da Cultura cair aos pedaços é o quê?

Desculpa, mas você tá a defender o quê exactamente?

Anonymous disse...

Bem não entendo porr@ nenhuma da merd@ que se discute aqui. Mas reparem bem, onde reside a violência ? Na grande favela chamada Praia e na Cidade do Mindelo, onde um grupo de bandidos da favela Praia resolveram instalar um posto avançado. Estou de acordo que esses sacanas sejam fuzilados sumáriamente com diz o nosso amigo césar.

Cesar Schofield Cardoso disse...

Bem, estou longe de defender um linchamento de thugs. Sou mais pela defesa da justeza da sociedade que é a única via para, como gosta de dizer o nosso Premier, debelar essas situações.

E por favor mantenham o nível da discussão, para que continue a ser produtivo