4.10.10

M*da na cabeça

Tem coisa mais triste que ouvir o director de uma escola privada (leia-se cara) a queixar-se dos pais? A queixar-se que os pais não pagam 2,3,4,5,6 meses. Que os pais largam os filhos esquecidos (!) na escola à hora do almoço! Que os pais não vão assistir às peças de teatro dos filhos! Que já aconteceu terem que anular uma peça de teatro porque apareceram poucos pais! E ainda chamam a essas pessoas de encarregados de educação?!

Tem coisa mais porca que gente que mora em bairro classe média-alta a mandar as empregadas deitar o lixo na rua, porque não há um contentor por perto? Enquadramento: a Câmara Municipal mandou tirar os contentores das ruas, porque cães e vagabundos espalham aquilo tudo, deixando os lugares sujíssimos. Doravante cada um deve gerir o seu lixo. SENHORES, eu cuido do meu lixo, guardo-o em casa, meto-me no carro e vou deitá-lo lá onde existe um contentor ou até à lixeira se fosse o caso. Aonde eu moro, todos tem um carro...e, supostamente, uma posição nesta sociedade. Envergonhem-se da vossa falta de sentido cívico. 

O endireitamento deste país passa por uma crítica cerrada às aparências despidas de conduta moral. 

1 comentário:

Rony Moreira disse...

César,

este tem sido a minha grande questão sobre o país futuro. Não basta desenvolver o arquipélago e tirar a população da pobreza. Suponhamos que o país consegue distribuir a riqueza de forma que ninguém mais venha a viver na miséria matéria, mas só isto não basta, a cidadania (responsabilidade, participação e critica construtiva) é crucial para a modernidade cabo-verdiana. A sociedade necessita disto como o pão para a boca; as pessoas devem assumir uma atitude de responsabilidade e criatividade, sem isto, a sociedade será por mais brilho material um objecto de ouro e oco por dentro — frágil, capaz de fender a qualquer queda ou crise.