30.12.10

Balanço

Datas são construções que não tem nada a ver com os ritmos de vida, mas de todo o modo são sempre pretextos para assinalar alguma coisa. Final do ano pode assinalar um momento de balanço.

2010 foi um ano mágico. Espero que assim o tenha sido para todos. Infelizmente não será. Aconteceu tudo de bom. Estou muito mais maduro hoje, o país está (o país está ou não está, dependendo da percepção pessoal de cada qual), os meus amigos estão, isto tudo, claro, com alguns contratempos. 35-40 deve ser a melhor fase na vida de um homem. Se tiver fases ainda melhores, uau!, amo a vida. Nesta fase sinto-me como a ponta de uma lança afiada. Meus amigos também. É a fase que somos gestores, directores, chefes de projectos, especialistas, políticos elegíveis, os filhos já são pessoas, a nossa casa já é um lar completo, é  uma fase que mistura força física e sabedoria. Pelo menos é assim que sinto que todos nesta fase deviam estar. Opá, pessoal, se não se sentem assim, olha, final do ano, bom tempo para se pensar na vida e corrigir rotas. Dica para quem dela precisa: tenham a felicidade como norte.

Muito reclamamos, falo por mim, mas hoje não reclamo. Podia me queixar de n coisas, da luz que falta, deste que foi para partido A e aquele que foi para partido B, do preço que as coisas estão e das desigualdades que se perpetuam no mundo, mas quem sou eu para reclamar quando tenho tanto em troca? Que dou tanto em troca. E assim caminharei com o sentimento de dever cumprido. Dei imensa à vida em 2010.

Um palavra especial aos amigos, que depois da família (a família é uma entidade tão adquirida que nem a louvamos na correcta dimensão), são a próxima coisa que mais vale a pena no mundo. E passando em revista às minhas tropas, porra que tenho uma cambada de grandes amigos! E grandes profissionais, pessoal de obra feita, gente decisiva.

Reclamar de 2010 seria uma ingratidão. Podia pedir mais, mas melhor seria impossível. Façam o favor de serem felizes, como diz o gajo dos tachos na roça.

28.12.10

Um apêndice de pausa no dia

Não tenho tempo. Até ao aeroporto foram poucos minutos, a toda a força. Arranjei-me em 15 minutos, mais uma milésima vez, não tive tempo para o pequeno-almoço. Não ter tempo para o pequeno-almoço é a pior face da tirania do tempo. Estava 10 minutos atrasado. Comecei o dia a 120Km/h, marcados no quadrante do carro. Fui levar metade de um ano da minha vida em vídeo. Chegado, recebi em troca eternidades em livros, filmes e discos!

Bernardo Sasseti parou o meu dia. Não existe carro que consiga acelerar com Bernardo Sasseti a rezar ao piano. Parei tudo, as preocupações matinais, tudo. Chegado, ainda resisti a sair do carro, pregado ao banco. Bernardo Sassaeti, como Mário Laginha, Keith Jarret ou Brad Melhdau, são sacerdotes do Jazz.

E no lugar do acelerador e do motor, pensei em mar e em alma.

24.12.10

Prima

Hoje alguém com a alma do tamanho do mar inspirou-me a tornar isto aqui (Bianda) num lugar...diferente. Não resisto a comentar a política, essa coisa que mexe tanto com as nossas vida. Mas a política também torna isto aqui um lugar pesado, carregado de problemas e não há reclamação que chegue para mudar as coisas. Logo, mudança de direcção.

Será a nova cara do Bianda para o novo ano e talvez isto esteja a ser a minha própria mudança de cara. E se só falarmos das coisas boas? Das coisas que transformam efectivamente. E se falarmos das pessoas generosas? Dessas que sofrem, inquietam-se, mexem-se, fazem, desfazem, nunca estão contentes, mas o rastro que deixam é uma plantação. Quem sabe seja uma melhor corrente que o reclamar e denunciar as coisisses deste mundo.

Isto é pra ti, alma-mar.

13.12.10

Primos II

O Presidente da República (de Portugal) considerou hoje que os portugueses têm de se sentir “envergonhados” por existirem em Portugal pessoas com fome, um “flagelo” que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma “envergonhada e silenciosa”.
Fonte: Público online

..O "silencioso" é que me faz impressão, ainda por cima quando o país é pobre, armado em rico, como nós somos, passando imagens pra fora, que não colam com a realidade cá dentro.

Cavaco marcou um ponto na minha consideração. Algum Presidente (de Cabo Verde) candidato a marcar um ponto na minha consideração?

Primos II

O Presidente da República (de Portugal) considerou hoje que os portugueses têm de se sentir “envergonhados” por existirem em Portugal pessoas com fome, um “flagelo” que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma “envergonhada e silenciosa”.
Fonte: Público online

..O "silencioso" é que me faz impressão, ainda por cima quando o país é pobre, armado em rico, como nós somos, passando imagens pra fora, que não colam com a realidade cá dentro.

Cavaco marcou um ponto na minha consideração.

9.12.10

Primos

A justaposição da política e dos negócios é uma fatalidade? Os negócios e a corrupção são indissociáveis? A falta de postura ética é condição sine qua non dos políticos da actualidade? Ou seja, devemos tomar a consciência que vivemos num mundo selvagem, do salve o mais esperto dos chicos, é fatal, ou vale a pena propalar as boas práticas, os bons costumes, a conduta moral e lutar por ideais?

As notícias dos nossos primos portugueses (é só desgraça ultimamente):


"Contas dos partidos portugueses criticadas na Europa...diz que se atrasam a entregar as contas e escondem os valores do financiamento eleitoral". 
Ui! Como isso é tão parecido connosco, com a grande diferença que ninguém nos critica. Tá tudo na boa. 

"Dos seis megaprocessos de corrupção em curso, só um se encontra em fase de julgamento. Nunca terá havido tantos megaprocessos de corrupção em curso ao mesmo tempo..."
No dia em que abrirmos a nossa caixa de Pandora!....Quer dizer, se algum dia o abrirmos.

"Só houve 50 condenados a prisão efectiva por corrupção numa década. Mais de 80 por cento dos portugueses acreditam que a corrupção piorou..."
Aqui, a terra dos primos, prisão por corrupção é missão impossível.

"Ser denunciante, ainda por cima assumido, é "uma experiência dolorosa""
Puro e simplesmente não vamos ter denunciantes nunca. Denunciar aqui, na terra de primos, é correr o risco de mandar algum primo para a cadeia. Quando não é a mamã, o papá, o filhote ou outro familiar perto que corre o risco de ir parar à cadeia. Mas, espera....qual cadeia? Quem vai à cadeia nesta terra por coisas do género? Nem há espaço nas cadeias!

Enfim, vivo num mundo que desconheço. Ou, enganaram-me com estórias da carrochinha.

(Fonte notícias portuguesas: Público online)

1.12.10

Multimedia, Multidimensional


Ver detalhes aqui

Tivemos a honra de ter esta senhora numa exposição nossa. Recordar aqui e aqui. Que saudades...do futuro!

Luz

Acordo com isto!

Entranhas

Boa Entrada, S.Catarina, a minha mais recente obsessão.