28.2.11

Serviços

A verdade é que continuamos a ter péssimos serviços públicos. Que ninguém adoeça nesta terra, ou se por azar adoecer, que lhe valha umas cunhas nos hospitais. Que ninguém tenha que tirar uma simples declaração, ou então que tenha paciência para fazer a maratona dos serviços públicos.

Um dos paradigmas que a Casa do Cidadão tentava mudar era, os serviços públicos que estão orientados a processos, passar a orientá-los aos utentes. Exemplo: para tirar documento A é preciso cópia do documento B; cada um desses documentos tem um balcão diferente, em prédios diferentes e em zonas diferentes da cidade; o que muitas vezes acontece, se por azar uma pessoa vai a um sítio sem toda a informação, terá que regressar a um outro sitio, para uma fotocópia que se esqueceu, para um declaração que não sabia que tinha que tirar e por aí fora. É o chamado cidadão-estafeta. O cidadão faz o trabalho de transporte de informação, que devia ser os serviços a fazer. O princípio da Casa do Cidadão é: um utente vai a um único balcão e trata de todo e qualquer processo administrativo que tenha de tratar com o Estado. Um ideal, longe de se tornar realidade.

Ninguém nos paga a gasolina, o tempo e a paciência. Mas nós, cidadãos, pagamos muito. 

5 comentários:

mrvadaz disse...

E' o que aconteceu comigo quando estava de férias em CV no verào passado.

Estive no Ministério da Justiça, para entrar tive que deixar o BI na porta, la dentro, tinha que ter copia do BI. Tive que voltar a um centro de copia frente do Liceu Pedro Gomes e voltar novamente.

Para ser sincero, eu acho que todos os caboverdeanos deviam viajar pelo menos uma vez na vida pk a nossa condição de ilha não permite muita abertura.

Anónimo disse...

De facto, é horrível precisar-se de alguma coisa aí na terra. Porque além das voltas todas que temos de dar, ainda levamos com a má criação e falta de respeito dos funcionários. quando é que haverá lugar à avaliação dos funcionários? Embora, pensando bem, se até nos serviços privados as chefias não estão nem aí pro atendimento, porque é que o Estado haveria de estar? Se calhar, a solução começará a desenhar-se quando houver mais concorrência...

Anónimo disse...

E mesmo assim, ficámos em que lugar no tal ranking DOING BUSINESS? Francamente, que tipo de indicadores é que esses rankings (que nos têem posicionado em lugares respeitosos) andam a usar?!

Cesar Schofield Cardoso disse...

Público e Privado, somos pouco orientados ao sucesso. Preferimos esperar que alguém nos ofereça ou nos passe a mão na cabeça.

De todo o modo acredito na evolução, só que é como andar de barco: demora!!

Anónimo disse...

Muita maracutaia essa estória dos indicadores ... Esses consultores vem a Cabo Verde ficam no Plateau, dão umas voltinhas atrás de teenagers em Mindelo, depois vão contentes da vida que conheceram Cabo Verde e começam a escrever disparates, que afinal nos prejudicam, pois muitos financiamentos para determinadas coisas já não fazem sentido porque estamos bem avançados ...