28.2.11

Trabalhadores

A verdade mais difícil de aceitar é a sobre nós próprios. É difícil de aceitar que NÃO somos morabis; é difícil de aceitar que NÃO somos os melhores trabalhadores do mundo.

É lamentável o tratamento que recebemos no atendimento público (até de empresas privadas). É lamentável ver, in loco, a falta de profissionalismo dos vários serviços. Começa a ficar crónico a falta de pontualidade e a falta de compromisso. Ainda ninguém explicou aos trabalhadores cabo-verdianos que:

  • O Estado não é vaca leiteira eterna. Passou o tempo da assistência, das FAIMO, dos empregos da Função Pública vitalícios.
  • O mundo é injusto e não há maneira de o tornar justo. Temos que ralar para sobreviver. Mandem-me àquela parte, escandalizem-se, mas os nossos trabalhadores são lentos, pedinchões e sem noção que no mundo há milhões de trabalhadores (exploração à parte) que são muito mais produtivos que nós.
  • O utente ou cliente não pode, nem deve: apanhar com o mau humor do trabalhador; aceitar um mau serviços; consumir um mau produtos; ou levar desaforo pra casa.
  • Que a pobreza, o desemprego, a falta de oportunidades, é também uma consequência da nossa atitude em relação ao trabalho.

Não sei de quem deve partir a pedagogia do trabalho; se do Governo, através da educação básica; se das associações cívicas; se dos sindicatos, que podiam, para variar, ensinar aos trabalhadores que não há só direitos a beneficiar, mas também há deveres da sua parte; ou se é do cidadão-utente que deve brigar sempre, até que haja mudança de paradigmas.

1 comentário:

Anónimo disse...

De quem deve partir a pedagodia do trabalho? De todas as entidades que enunciaste + escolas e famílias.