22.6.11

in Mindelo


Tenho ido a S.Vicente e achado tudo mal. Desta vez fui e achei tudo bem. Devia ser do humor, mas não fui o único visitante a achar que algo mudou. Talvez a proximidade de Agosto, o ponto de febre de Mindelo. Seja como for, amei estar na minha terra natal. Eu que sou fã de sítios agradáveis de estar, adorei o Look, o G Point, o incontornável Bodeguita, não fui ao Tapas mas em contrapartida comi muito bem em outros lugares. Excelente Chop Suey de legumes no Sodade, excelente comida n'O Cocktail.

Vi muita gente na Praça Nova, achei que a Rua de Lisboa estava mais movimentada. As caras tradicionais de Mindelo estão a ser trocadas inteiramente por caras novas. Jovens. Pessoas que nunca vi. Aos poucos, é o que espero, uma velha rabugeira dará lugar a uma motivação nova. A ver.

16.6.11

in Sal


...doing this and relaxing for sure.

Bom Dia (esplanada) sempre no umbigo de Espargos. Se Bom Dia desaparessece um dia, todo o Espargos perdia-se. Santa Maria, cada dia mais cosmopotita. Calema é um belo pub. Na carrinha, regresso a Espargos, homens e mulheres, entre risadas, filosofavam sobre a natureza de homens e mulheres. Homens são isso, mulheres são aquilo, cada um com argumentos de peso. À noite, jantar no bar Violão, kitsch, simpático, familiar e acolhedor. Trip-hop para terminar a noite com o meu bom amigo Gi. Os lugares são as pessoas, definitivamente.

13.6.11

...EM TOURNEÉ!!


SAL
15 Junho, Quarta-Feira
Actuação Centro Social África 70 - 21h
Jam Session com Sori Araújo - 23h

16 Junho, Quinta-Feira
Workshop Rock/Metálica com Sori Araújo - 11h
Actuação Centro Cultural Santa Maria - 21h

PRODUÇÃO: CÂMARA MUNICIPAL DO SAL

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S.VICENTE
17 Junho, Sexta-Feira
Actuação Espaço Columbin - 21h
Jam Session com Sori Araújo - 23h

18 Junho, Sábado
Workshop Rock/Metálica com Sori Araújo - 11h
Actuação Museu de Arte Tradicional (Casa Senador Vera-Cruz)- 21h

PRODUÇÃO: IMAJINA - SOLUÇÕES DE MARKETING E MULTIMÉDIA

9.6.11

8.6.11

O país real

Preço dos combustíveis volta a subir com nova atualização (RTC, 8/6/2011)

O país real não tem água, não tem luz, não tem segurança, a vida custa os dois olhos da cara, não há novos empregos, MCA falhou, o parceiro estratégico Portugal falhou, não haverá novos empregos, nunca mais a indústria se desenvolve, a ajuda pública vai diminuir, o Estado está endividado até a testa, as famílias também estão, os impostos são excessivos, os salários permanecem iguais e a inflação, embora ninguém o diga mas todos sentem, é galopante (só calcular em quantos % os combustíveis subiram do início do ano até agora e imaginar o efeito disso na restante economia).

O país real tem Ferrari, Porsche, Mercedes, até tem uma concessionária da BMW e a Toyota Prado tem tanto que se esquece que se trata de um carro de luxo. Só do Estado, perde-se a conta da quantidade desses carrões que andam por aí, sem contar o combustível e a manutenção pagos, também pelos cofres do Estado. Já ouvi dizer de directores da administração pública que conseguem gastar mensalmente 300 contos de telefone, sem contar as viagens e ajudas de custo, os seminários, os banquetes, as recepções e outros desperdícios.

O país dos indicadores é de Rendimento Médio, apesar da maioria das famílias ser de rendimento baixo; é de Boa Governação, que diz que o país goza de democracia (é verdade), que os actos da governação devem ser comunicados de forma transparente e deve dar a possibilidade da participação de todos. O dossier Electra mostra o quanto o governo não comunica de forma séria. Essas dezenas de obras avultadas sem concurso público mostra o quanto de participativo tem a gestão do país.

O país está mais pra surreal do que real.

6.6.11

Por onde o Estado perde razão

Quem conhece a estória da TVP - Televisão do Povo, de Carlos Pulú, com certeza que fica num grande dilema. A TVP é ilegal, segundo as autoridades, mas também são ilegais as transmissões das câmaras municipais e mais um rol de outras actividades por este país fora. Se por um lado as autoridades judiciais devem agir no rigor da lei, a verdade também é que a fiscalização dessas actividades devem actuar oportunamente, de modo a não formar essa ideia de que a lei não é igual para todos.

Vivemos num estado grave de ilegalidade(s) e muitas vezes é o próprio Estado a promover a prevaricação massiva e descarada. Terá algum vídeo clube legal neste país? As rádios, televisões, restaurantes, discotecas e eventos públicos pagam um único centavo aos autores das músicas que passam? Não é descaramento demais ter um grande mercado negro de divisas, nas barbas do Banco Central? Qual é a percentagem de conteúdo legal que a televisão pública passa? Em 100 instituições públicas, quantas terão os software legalizados?...Enfim, a lista podia tomar o blog todo.

O caso de Pulú, enquanto que perfeitamente ilegal, quase que fica naturalmente absolvido por essa couraça de ilegalidade que envergonha este país.

5.6.11

Governo cria Task Force para buscar alternativas (A Nação, 4/6/2011)

"O Conselho de Ministro criou, na sua reunião ordinária, de quinta-feira, um Task Force com o objectivo de buscar alternativas à anormalidade do abastecimento de água na Cidade da Praia, nos próximos dias."

Só agora? Era para ser feito desde a primeira hora. JMN podia poupar ao povo cabo-verdiano da sua teimosia e a sua incapacidade em dar o braço a torcer. Quando falhamos, falhamos, pronto.

3.6.11

No dia em que desfazermos de manias, abrirmos bem os olhos e dermos conta que temos um país ainda miserável, que vivemos mal, muito mal mesmo, que a nossa situação de paz e tranquilidade é um equilíbrio muito frágil, aliás rasgada de momentos de brutalidade aqui e ali, nesse dia se calhar vamos todos deitar mão a valer no que precisa ser deitado a mão.

Quase??

Ulisses Correia e Silva caracteriza a actual situação na capital de "quase" calamidade pública (SAPO CV, 3/6/2011)
O que falta para ser calamidade pública Sr.Presidente? E tem toda a razão: é preciso apurar os responsáveis pela situação.

Kadera Land


Este tocante documentário relata a acção extraordinária do artista brasileiro de sucesso, Vik Muniz, em relação aos catadores de lixo de Rio de Janeiro e S.Paulo. Um engajamento exemplar de um artista que circula pelas maiores galerias e museus de arte contemporânea do mundo.

Lembra-me que aqui, em Cabo Verde Land, não há engajamento por parte de personalidades. Nem artistas, nem políticos, nem intelectuais. Somos uma pequena burguesia egoísta e arrogante. Assistimos à derrocada da sociedade, a crimes contra a natureza, à corrupção e à falta de dignidade, como se nada fosse. E essa realidade é tão perto de nós que nem podemos dizer que assistimos à distância. Inunda-nos.

Absurda realidade absurda

Jovem da Ilha de Madeira agredido com catanadas no Pont d’água (Notícias do Norte, 3/6/2011)

Vá que foram catanadas, apesar do seu simbolismo selvagem, o perigo de mortes colaterais é menor. Fosse a tiro, uma arma mais civilizada, aí sim a catástrofe podia ser bem mais catastrófica, passo o pleonasmo.

Podemos contratar os marines americanos que a onda de violência não vai terminar, enquanto não desaparecerem as causas de base. A repressão só será eficaz quando a violência for marginal. Em nossa sociedade a violência é generalizada, de todo o tipo, em todas as classes. Estamos num momento de brutalidade, falta de tolerância e nervos à epiderme. A própria polícia é violenta...em momentos que não devia ser.

Gestão danosa

[Electra] Um milhão de contos de prejuízo em 2010 (Expresso das Ilhas, 3/6/2011)
Se um centro de saúde custar 200 mil contos (que é à volta disso que custam), esse prejuízo da Electra equivale a 5 (repito, 5!) centros de saúde. Se isso não é escândalo, não sei o que será.
O ESTADO EM FALHA
A SOCIEDADE PETRIFICADA

secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura secura

2.6.11

The goal

Ter DEZOITO ministros num governo que não consegue resolver uma questão básica, como a água (que até na sua composição molecular é simples), é como ter uma equipa com 22 jogadores em campo a não conseguirem acertar com a baliza.

tutto bene

Não sei o que será mais neurótico em relação ao caricato da situação de estar mais de 10 dias sem uma gota d'água na rede: se é o silêncio do Governo deste país, que desistiu de garantir os bens básicos à população, ou se é o silêncio da população, que desistiu de acreditar que a sua voz fará a diferença.

Só oiço burrice. Já se fala em boicote (a nova fórmula de fuga em frente). O mundo pode desabar que estaremos a procurar a quem apontar o dedo. Uns vão dizer que depois de 90 o tecto do mundo foi mal gerido e por isso desabou; outros vão dizer que a partir de 2001 era obrigação do Governo concertar o tecto do mundo e não o fez. O resultado líquido (ou diria o resultado seco?) é que estamos todos, da esquerda e da direita, a presenciar o falhanço de sectores de base da sociedade. Mas presenciamos de braços cruzados, mudos e quedos.

1.6.11

Colapso?

Depois da água e da luz, a capital do país fica sem Internet (Lusa, 1/6/2011)
A capital tem um déficit grave de água, electricidade, esgotos, internet, arruamentos, segurança, espaços públicos... a capital é a fotografia do falhanço acumulado de políticas públicas em CV.

PM desconhece quando abastecimento de água à capital será regularizado (Lusa, 1/6/2011)
Chama-se a isso "perder o pé"

Pés Nús