4.9.12

Rotas Africanas


Sair de Cabo Verde às 07:30 e chegar a Abidjan às 19:30 não é propriamente uma viagem de sonho. Escala em Dakar. Valeu a excelente “Paella de Legumes” ao almoço no Chez Lutcha e valeu mesmo pela velocidade do serviço, porque havia outra avião a apanhar. Valeu a simpatia. Aliás, valeu breve paragem em Dakar.

Kenya Arways, direcção Abidjan, excelente serviço de bordo, atenciosos, sorridentes, belo avião, a contradizer muitos depoimentos sobre as viagens intra-africanas. A bordo, um encontro casual com Oumar, senegalês, de uma simpatia e abertura de espírito realmente pan-africano. 2h30 de voo e de conversas sobre os vários aspectos dos nossos países e sobretudo do continente, visto como um todo, visto com profundidade suficiente para se aperceber que um diálogo novo entre os nossos países começa a ser até ridículo que não se faça. Imensos mercados, imensos espaços, imensa gente, imediatamente aqui ao lado e continuamos a olhar obstinadamente para um horizonte bastante mais longínquo e bastante mais difícil de penetrar.

Abidjan, uma cidade de 4,5 milhões de pessoas, num país de 18 milhões. Um país de vários contrastes. Abidjan, uma cidade de uma natureza estonteante, construída à volta de vários lagos, em contacto com o mar e planícies a perder de vista. Uma cidade que espanta pelo seu downtown a lembrar grandes capitais do mundo e igualmente pelas grandes bolsas de pobreza. Uma cidade indecifrável, nas suas intermináveis combinações, para um africano oriundo de uma cidade de 150 mil pessoas.

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