12.9.12

Tempo de viagens


Sentado no Aeroporto do Sal, ao som de Wayne Shorter no iPod, em trânsito.

As viagens, de todo o tipo, pelo ar, pelo mar, ou pela música cósmica de Wayne Shorter, proporcionam afastamento da realidade. Afastamento em comprimento e em altura. Permite comparar e medir. Medirmos a nós próprios, principalmente. Da profunda Abidjan, à diversificada Praia, passando pela ligeiríssima Ilha do Sal, chegando no multi-facetado Mindelo, tudo é complexo, tudo é humanamente complexo.

Sentado na esplanada, tão quieta que pardais ousam chilrear bem ao meu pé, vejo movimentos de lá pra cá, de cá pra lá, porque é mesmo assim a vida, a movimentar-se, o que me faz ter imensa pena dos que estão sentados e imobilizados, sem capacidade de caminhar ou viajar. Vou me convencendo desta ideia, que o segredo da vida, de viver quero dizer, reside na nossa capacidade de movimentar e se movimentar. De outra maneira apodrecemos como uma banana esquecida numa fruteira.

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