30.3.11

Ilógico

O administrador da Electra continua a desculpar-se dos estupidamente longos períodos sem electricidade, cada dia numa zona, alegando manutenção de equipamentos e avarias. E continua tudo na mesma!!!

A melhor secção dos TACV (pelo menos na minha percepção) é a Manutenção; por uma razão simples: são vidas humanas lá em cima. As operadores de telecomunicações fazem manutenção diariamente em todos os seus equipamentos e sítios, mas, raramente, sentimos falta de serviços de telecomunicação. As indústrias (de bebidas, por exemplo) trabalham todo o santo dia, com manutenção e avarias, mas não param a produção. Só a Electra é que tem problemas especiais! Se fosse num país a sério, a administração dessa empresa caia, o ministro do sector caia e o Governo perdia as eleições. Se fosse num país a sério!

4 comentários:

Dario Livramento disse...

Caro César:
Antes das eleições isso acontecia, não sei se sabes. No entanto, durante a campanha eleitoral não escreveste absolutamente nada sobre o assunto, não ficaste indignado com a "estória estória uma vez tinha um sabotador na electra (...)" nem com achaste anormal (quando digo "achaste" estou tirar essas conclusões dos teus posts) o facto da campanha do governo (pago com dinheiro dos contribuintes) na casa para todos (afinal apenas para alguns), aumento da pensão de reforma (que iria entrar em vigor em janeiro...iria!) e distribuições de computadores gota d'agua.
O que vi foi uma indignação aquando de dúvidas sobre o sistema da informatização dos resultados das eleições feita pela NOSi, empresa do governo convém referir.
Eu pessoalmente não dúvidei do profissionalismo dos trabalhadores da NOSi, mas também não escolhi "ignorar" tudo o que se passou antes das eleições para depois que tudo já está resolvido vir cá dizer que tudo está mal.
Entendo se não quiser post este comentário, pois já notei que os bloguistas cabo-verdianos não gostam muito de críticas. De qualquer forma meus cumprimentos e bom trabalho.

Cesar Schofield Cardoso disse...

Os bloguistas CV não gostam de críticas, é uma afirmação um pouco generalista. Há uma diferença abismal entre crítica e maldizer.

Meu caro, acontece-me ter tempos que não tenho vontadinha nenhuma de intervir, ou mesmo preguiça de escrever. No tempo das eleições, conscientemente, retirei-me da opinião pública. Escolhi ignorar a campanha. É coerente, é incoerente? Sinceramente nem me dou ao trabalho de pensar muito nisso. O meu blog é assumidamente de escrita impulsiva, muito pessoal e, se tem leitores, ainda bem. Mas deve compreender que não vou me abdicar desta possibilidade que um blog me dá de não sistematizar. Para isso já chega a profissão, onde sou pago para ser lógico.

As tuas críticas são benvindas. Se em algum momento entrares em coisas pessoais, como as tantas coisas que recebo, não terei sentimento de culpa em rejeitar.

Obrigado.

Dario Livramento disse...

Primeiramente minhas desculpas por minha afirmação generalista que escrevi no primeiro comentário, porém a impressão que tiro da quase a generalidade dos bloquistas de CV é exactamente esse: que não gostam de críticas. Como você mesmo o disse a diferença entre crítica e maldizer é abismal, por isso quando referi a críticas tratava-se mesmo de uma crítica.
Fiz este reparo no teu blogue por uma simples razão que é essa coincidência de praticamente todos os bloquistas de CV escolherem "ignorar a campanha". E você que sempre foi o primeiro a apontar quando as coisas estavam erradas, mesmo que do teu ponto de vista pessoal, acabou por silenciar numa altura que imaginava que terias mais a dizer.
É uma situação recorrente nesta nossa terra essa indiferença a situações que nos diz respeito como é da forma que o nosso país é conduzido. Se não é assim, então porque situações como despedimentos discriminatórios baseados em inclinações politicas que foram feitas na TACV presidido pelo irmão do PM já foram praticamente esquecidas? Ou a situação dos "sabotadores" da Electra onde nomes dos técnicos foram divulgadas aos quatro cantos da nossa terra com claro prejuízo para as respectivas famílias, caíram também em esquecimento?? Essa teimosia da nossa imprensa nacional, tanto televisão e os jornais, em conotar estes marginais (não passam disso) de grupos organizados de thugs e falar em "acordos de paz" é visto com total normalidade? Mais grave ainda é essa total ignorância voluntária que fizemos relativamente aos aviões "sovieticos" a caminho da Guiné Equatorial que fizeram um pit stop no aeroporto de São Vicente? Os mesmos aviões que disseram que o Sr. Lídio Silva da UCID inventou e que estava gaga e velho?.... A ASA negou tudo, mas é-me complicado acreditar que uma organização como ONU confunde dois aeroportos em países diferentes porque tem o mesmo nome... É dificil entender isso, não concorda?
Sei que você não vai escrever sobre tudo isso, porque como você diz, o blogue é teu e escreves de acordo com a tua vontade.
Só que como cidadão, preocupo com esse "aparente medo" que existe nesta sociedade civil nosso, onde acreditamos que os outros é que tem faca e queijo na mão, quando na realidade é o oposto.

Quanto a assuntos pessoais, não te preocupes que não o farei, pois só pessoas sem argumentos e burros que acreditam ser valido argumentar com insultos pessoais. Infelizmente o parlamento está cheio delas...

Meus Cumprimentos César.

Cesar Schofield Cardoso disse...

Olha, fora da campanha, de vez em quando isto se torna uma confusão, imagina se tivesse escrito durante a campanha? Realmente muito do blogs optaram por se afastar e talvez tenham as mesmas razões que eu tive. Não quis entrar no barulho. Não gosto de campanhas políticas, nem aqui e nem em nenhuma parte; parece que os políticos, em 15 dias, se transformam nos mais abnegados patriotas e heróis. Não gosto, ponto. Ademais, penso que a participação política deve ser constante e não apenas em períodos eleitorais.

Vou aceitar o repto e falar de algumas coisas que mencionaste, até porque me fascinam, a ver se levantamos um bom debate. Se ainda não leste "Os bastidores da Indepedência" de Vicente Lopes, epá, é longo, mas é decisivo para quem se interessa pela história política contemporânea de CV. Muitos dos fenómenos da actualidade na nossa política tem raízes profundas.

Até