
28.8.09
Proud to be...

Cacocracia
27.8.09
E nasce projecto...

Estado maculado
25.8.09
Kitsh requintado
Enquanto tentamos acertar em algo que existisse integralmente na ementa pedimos entradas de azeitonas e queijo. Não há. Cerveja só então. Repeti duas ou três vezes ao empregado que a minha omeleta fatalmente não podia conter nem atum nem fiambre nem frango nem chouriço nem linguiça; só cebola tomate e salsa. Diverti-me com as toalhas em xadrez das mesas em rectângulo, quadrados e redondas. O delicioso restaurante da Tátá fechou há tempos! Fechou também o do Mar Azul. Fechou o Hotel Tarrafal? Veio a minha omeleta numa travessa inox que lembra recipientes para esterilizar pinças em hospitais. Após dois golpes de garfo e faca apercebo-me da presença de atum na minha omeleta. Pronto, era demais! Reclamo cheio de fúria e indignação ante o impávido empregado que ouviu tudo até ao fim para depois se perder em desculpas suplicando: senhor, quis fazer um agrado; mandei acrescentar atum… Salvei-me o resto da refeição a ver para a magnífica vista sobre a praia do Tarrafal.
24.8.09
Caem árvores...
A dor é terrena, mas fiquem a saber caros amigos que almas distintas não morrem; mudam de envelope; vão beneficiar outras dimensões.
Fim de férias, Iª parte
Regresso a leitura dos diários, dos jornais, de tomar um café discutindo política, de saber que fulano de tal fez isso e beltrano fez assado. Ainda ando a digerir a entrevista do Primeiro-Ministro à Nação. Acho que o homem devia começar a ter cuidado com o discurso e as suas contradições. Sou surpreendido com mais um político a anunciar que gostaria de passar a reforma na Presidência da República ou a auto-flagelação do PAICV. Do outro lado, MPD entenda-se, tenho uma vontade enorme de saber o que estarão a cozinhar na sua surdina característica. Não esperava muito de Jorge Santos, mas desistir como desistiu decepcionou-me definitivamente.
O Ministro da Cultura continua o mesmo, enquanto isso vou ouvindo as barbaridades relativas ao Ambiente. Tive umas férias a andar pelo Santiago a aprender como, na verdade do terreno, estamos uma miséria de agricultura, pescas e indústria. Vim do Tarrafal, da paz das suas praias e da tristeza da sua economia.
Estou de volta à cidade. Li poesia e Osho. No conjunto fiquei com mais consciência que andamos a debitar uma conversa da treta, a confundir boa governação com bom governo, a achar que realmente somos o máximo, que Hillary nos ama e que vamos atingir o Nirvana, por obra e graça de um Deus.
Até IIª parte das férias, no Mindelact, Setembro.
15.8.09
As férias...
Carpem todos os diems
Abraços
13.8.09
Nestum
11.8.09
Goulash
Não me lembro bem do nome mas era grande: restaurante de não sei quantas grande de Tarrafal. Mais ou menos isso. O proprietário espanhol atendeu-nos pessoalmente ele sim grande: os dedos podiam ser mandiocas arrumadas num balcão do mercado, os braços podiam ser troncos de árvores cortados, o resto do corpo podia ser todo um armazém cheio de sacos de milho. As roupas seriam XXL mas a voz era fina e esganiçada tipo as pequenas rádios de pilhas em espanhol falado rápido misturado com crioulo que parecia resultar em italiano.
O restaurante do nome grande tinha um extenso cardápio em três línguas e vários pratos que ninguém conhecia. Quisemos saber curiosos que prato era Goulash. É bom! Entusiasmou-se o espanhol enquanto explicava: é um prato hungaro feito de carnes de vaca e porco bem condimentado muito bom mas atenção que é forte e com este calor!…Já tínhamos andado um bocado ao sol pela vila de sítio em sítio a ouvir a mesma ladainha: terminou o peixe, não há búzio, faltava legumes, tal erva terminou, tal tempero acabou, a cerveja tá quente, etc. Este também não tinha nada mas tinha Goulash que soava a aventura. Este tinha mesas e cadeiras num jardim.
Talvez fantasiássemos uma tarde de prazer da comida e o amor de um café caseiro. Bebemos vinho e rimos. Esperámos como quem aguarda um beijo. Quando o Goulash enfim veio o sol apagou-se. O Goulash afinal não passava de duas medalhinhas de carne três fatias de batata e um tufo de arroz. A minha tortilla era uma bolacha. Não havia mais clientes na tasca nem empregados. Não houve mais beijos nem amor. Só sorrisos apagados.
7.8.09
Cidades mais agradáveis do mundo
"...Paris ocupa o 8º lugar, Berlim o 10º, Madrid o 12º e Barcelona o 15º..."
"No texto que justifica a posição de cada cidade, Lisboa (25º) parece, à primeira vista, só ter pontos a seu favor. Por um lado, "aumentou as suas credenciais culturais inaugurando galerias de arte, dois festivais de cinema e 'think-tanks' como a Lx Factory". Além disso, os quiosques nos parques e praças da cidade "têm vindo a ser restaurados com bom gosto", o que "representa um nítido contraste com os centros comerciais com ar condicionado". Outro ponto positivo é o facto de haver mais gente disposta a percorrer a cidade de bicicleta e de, junto ao rio, estarem previstas ciclovias."
Fonte: http://ipsilon.publico.pt/flash/texto.aspx?id=237991
Lembrou as famosas faixas de 60cm de largura que Filu mandou pintar no asfalto, que chamou de "ciclovia", onde nem o diabo ousaria andar de bicicleta!...Para quando uma cidade da Praia para seres humanos?
Manias de ultrapassar
Primeiro-Ministro, A Nação 30/07/2009
Se isto não é uma ultrapassagem grosseira, então o que é? O Governo tem mais capacidade técnica de análise de estudos de impacte ambiental, do que a sua própria direcção especializada? Como se sentem todos os técnicos, biólogos, geólogos, etc., quando não são nem tidos nem havidos dessa forma?
Estabilidade institucional não é somente ter eleições sem machadas e sangue; é também o estrito respeito pelo trabalho de cada qual.
6.8.09
Manias de fintar
Rodopia sobre si próprio na questão da crise; vai tocando a bola para frente no embate com os empresários da imobiliária turística; dá umas cacadas desimuladas na Oposição; não sabe o que há de fazer entre a redução drástica das receitas fiscais e a forte contestação perante a ameaça de atacar com novos impostos e taxas; enfrenta a difícil questão do desemprego com uma data de fintas de criação de agências e programas; evita literalmente campos perigosos como a Cultura; está em posição vergonhosamente ilegal quando se trata do Ambiente; joga com as expectativas dos jovens, ora prometendo créditos, ora prometendo estágios profissionais; tem uma equipa de suplentes preparada, mas por enquanto mantêm todos os jogadores em campo; esconde o jogo das presidenciais. O homem corre todo campo, com aparente elegância, mas está óbvio que é preciso mudar de táctica.
Para mim, a melhor táctica, num espectro de crise, seria um discurso do realismo: a situação está difícil; os trabalhadores podem ter que baixar os salários para evitar que percam o emprego; o Estado deve reduzir brutalmente os seus gastos; quanto aos maus agentes económicos, não há nada a fazer, a crise os vai engolir. Principalmente, todos devem parar de chorar e ajudar na procurar das soluções mais criativas. Mas nunca esse discurso do tá tudo bem, porque tá é brabo! Sal que o diga.
5.8.09
Que merda pá!
O nosso amigo gostava de um caco, como também Pantera gostava e acabou por cair no rio negro do alcoolismo. E lembremo-nos que em Cabo Verde o álcool causa mais perturbação que qualquer outra doença mental, mata, desaba famílias e é...LEGAL! Se for preciso aparece um governante a fazer publicidade de uma empresa de destilação que se disponha a criar empregos no país.
Se existe uma outra vida, que ela seja só para cantares Biús.
Entijolados
Jizas Kraist!
Então uma parte da zona já vai com 24h sem electricidade, inclusive o Ministério que tutela as energias, enquanto uns gajos pretos, ups, queria dizer mandjakus, ups, não, mandjaku não que não fica bem dizer isso, digamos continentais, vão substituindo o cabo, na razão de 1m/h.
Jizas Kraist, que é definitivamente caboverdiano, nascido no bairro de Ponta Belém (o Belém do Médio-Oriente é uma tremenda confusão, o homem nasceu cá), nunca deixa é que esses casos se tornem em incêndios e expluda tudo. As explosões são mais na paciência de cada qual. Em nome do patriotismo, aguentemos.
4.8.09
Cabeças de prata
Quanto ao livro em si, de toda a vez que sai um livro, ponho-me a perguntar do que será da nossa indústria de livro? Pergunto-me de uma maneira mais ampla ainda, do que serão os livros no futuro dominado pela ausência de paciência para os ler e com uma forte penetração de conteúdos digitais? O livro precisa de uma reformulação. Mesmo que continuem em papel, os conteúdos precisam diversificar-se. Por exemplo, quantas colaborações há entre artistas visuais e escritores nacionais? Os livros precisam ser objectos tão bonitos, que dão vontade de tê-los só pelo objecto em si. Os nossos livros, em regra, são feios e só os compramos porque conhecemos os autores pessoalmente e conhecemos o conteúdo que tem para nos transmitir. Caso contrário, seriam poucos os livros nacionais que compraria, a julgar pelo objecto de arte, que deviam ser.
A par dessas minhas reflexões enquanto decorria o acto, fiquei a ver para as nossas cabeças de prata e a desejar que eles todos escrevam as suas estórias. Não resisti à passagem de Fátima Bettencourt quando disse que as mulheres que pedem ao cirurgião plástico ou ao esteticista que lhe retire 10 anos de vida, deviam ser processadas por destruição de património! Sim senhora, a idade é um património e não uma vergonha.
Doidera pegada

Ao compadre Baluka e a sua linda esposa e comadre Jandira, aquele abraço.
País blindado
via www.sapo.cv
E os senhores que por cá que andaram a oferecer "presentes" a este condenado, não se lhes diz nada? Há tempos foi com o caso do SLN/BPN. Lá as coisas arrebentaram; cá, apesar de nítida conivência, os de cá continuam na boa.
Em Cabo Verde, parece que não existe corrupção, mas a verdade é que ela se confunde com a legalidade, ninguém está para se chatear e ninguém quer se responsabilizar ou cobrar responsabilidades. Então fica um clima de tudo calmo...como se aqui nada se passasse. E com direitos a cargos, títulos, benesses e louvores.
3.8.09
Blog joint: Estado e Nação
Resta-me fiar na palavra dos técnicos, economistas, sociólogos, arquitectos, engenheiros e demais especialistas, se esses, por acaso, não estivessem também tão embalados neste discurso oco de avaliar a nação, como quem discute uma partida de futebol. Poderia me fiar nos juristas e politólogos, se esses estivessem comprometidos, antes de tudo, com a crítica do Estado de Direito. Ficaria imensamente alegre se, apesar das dificuldades, linguistas, antropólogos e historiadores pudessem comentar sistematicamente e não somente em improvisados fóruns, as políticas da Cultura. Ficaria um pouco mais descansado se soubesse que os jornalistas estão aí para escavar, provocar, investigar e procurar informar, com a isenção possível, as várias verdades sobre um mesmo assunto.
Não tendo nenhuma dessas ajudas, resta-me SENTIR o Estado da minha Nação: enganamo-nos permanentemente. Há ganhos extraordinários, sim, mas se isso resultar em crescente injustiça social, alienação cultural e destruição do meio ambiente, então estarei preocupado e receoso pelo futuro.
Sigam o debate com este jointers:
- Ku frontalidadi
- Teatrakacia
- Cafe Margoso
- geração20j73
- Blog di Nhu Naxu
- Pedrabika
- O jornal da hiena
- Nos blogue
- Amilcar Tavares
- Emílio Rodrigues