Afinal, acabei por ir ao hiper propalado show do Tito Paris e devo isso à insistência de João Neves, director do CCP-Praia, a quem agradeço sentidamente, pelo empenho em “corrigir” uma certa antipatia do evento em relação a algumas pessoas. Muito mais do que eu, outras pessoas, músicos super interessados, ficaram frustrados.
Afinal, o hiper propalado evento foi uma autêntica bosta! Produção de última categoria. O primeiríssimo destaque pela triste negativa, foi a onda dos convites, que resultou em desastre. Muita, mas muita boa gente , inclusive figuras de destaque, assistiu o show em pé, com os seus lindos vestidos de noite, em cima do salto, as suas fatiotas, preparados para um espectáculo de salão. A sala abarrotou, o que começou a estragar a produção. Era gente a circular por todos os lados. Fotógrafos a subir ao palco…um ambiente instável. Se tivessem reservado parte dos lugares e vendido bilhetes, caros que fossem, o cuidado teria sido outro.
O show foi looongo e Tito portou-se de forma intolerável, dado o tipo de evento, o tipo de lugar e o tipo de plateia. Atropelou gravemente o protocolo, fazendo piadinhas parvas em relação aos membros do governo e ao presidente da assembleia. Falou demais e está definitivamente provado que Tito só devia cantar. Por fim, convidou pessoas demais a subir ao palco, que causaram alguma rebaldaria, exagerou na graxa a determinadas pessoas, mandava a orquestra parar (imaginem!) para conversar com o público e o público, este, embarcou no carnaval. As pessoas riam, aplaudiam e, nervosamente, apupavam as piadinhas insossas do Tito, esquecendo que estavam ali para ver uma, caramba, orquestra!
E no meio disso tudo, nos momentos em que a sala conseguia se comportar, o melhor da noite soava: a música! As lindas melodias de Tito, o lindo acompanhamento da orquestra, os talentosos músicos, a arte finalmente. E mesmo assim, fiquei por perceber a ideia do Tito em preparar um repertório mais “sensual” para a Praia(!?), segundo o próprio, em entrevista na rádio. Dá-me vontade de o mandar para o cara…! Tito, na Praia, há público também para um repertório menos “sensual” e aquilo não era para ser propriamente um baile.
Saí desgostado e desgastado, após o stress dos convites e as longas 3h (!) de…Que me desculpe o leitor o fel que me sai pelas ventas. Insisto: ou é arte, ou é entretenimento, ou é rebaldaria. Tudo junto é que não dá.