"O ensino da matemática e da língua portuguesa continua a ser o calcanhar de Aquiles do nosso sistema de ensino"
Min.Educação, jornal 13h, RCV, 26/2/2009
Ora, aí está uma constatação carregada de significado: quer dizer que o nosso calcanhar de Aquiles é precisamente em duas disciplinas basilares, sobre as quais as demais se assentam. Aliás, a língua vem primeiro; a língua, diz a linguística, é a ossatura do conhecimento; é pela língua que apreendemos o mundo, transmitimos o nosso sentimento, que recombinamos o conhecimento e modificamos o mundo. Parece-me por demais óbvio que a questão da língua, falo da língua materna, naturalmente, é o cerne da questão.
Temos uma situação de dualidade de línguas, super complicado de gerir: por um lado, é evidente que a língua portuguesa é um bloqueio à entrada da escola, por outro lado só temos material pedagógico em língua portuguesa. Mesmo que arranjássemos um combinação de: ensino oral em caboverdiano; ensino escrito em português (estratégia aliás que muitos professores, à revelia do Min.Educação, usam nas salas, para passar melhor a mensagem); o facto é que alguma engenheria teria que ser feita aqui. Mas, mais custoso que fazer essa engenharia é adiar essa questão sine die. O ensino da língua portuguesa podia beneficiar de uma melhor comunicação dentro das salas; o ensino da matemática é super dependente da boa compreensão da língua, portanto sairia a ganhar.
Contribuições, please.
Min.Educação, jornal 13h, RCV, 26/2/2009
Ora, aí está uma constatação carregada de significado: quer dizer que o nosso calcanhar de Aquiles é precisamente em duas disciplinas basilares, sobre as quais as demais se assentam. Aliás, a língua vem primeiro; a língua, diz a linguística, é a ossatura do conhecimento; é pela língua que apreendemos o mundo, transmitimos o nosso sentimento, que recombinamos o conhecimento e modificamos o mundo. Parece-me por demais óbvio que a questão da língua, falo da língua materna, naturalmente, é o cerne da questão.
Temos uma situação de dualidade de línguas, super complicado de gerir: por um lado, é evidente que a língua portuguesa é um bloqueio à entrada da escola, por outro lado só temos material pedagógico em língua portuguesa. Mesmo que arranjássemos um combinação de: ensino oral em caboverdiano; ensino escrito em português (estratégia aliás que muitos professores, à revelia do Min.Educação, usam nas salas, para passar melhor a mensagem); o facto é que alguma engenheria teria que ser feita aqui. Mas, mais custoso que fazer essa engenharia é adiar essa questão sine die. O ensino da língua portuguesa podia beneficiar de uma melhor comunicação dentro das salas; o ensino da matemática é super dependente da boa compreensão da língua, portanto sairia a ganhar.
Contribuições, please.