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29.7.11

Art House


De todos os filmes sobre a prostituição, este da israelita Keren Yedaya é provavelmente o mais marcante que já vi até à data.Tanto pelo roteiro, como pela técnica (que até em certos momentos assume um aspecto de anti-técnica). Em 3 semanas vi 3 filmes de 3 jovens cineastas, de 3 países diferentes, todos os 3 premiados no maior showcase do filme culto do mundo, Cannes. Todos os 3 tem um premissa muito simples: na arte é a história humana o que mais conta e contará sempre.

17.7.11

Art House

Dois nomes a reter e a seguir:

O mexicano Fernando Eimbcke. O filme Lake Tahoe é poesia pura.
A argentina Lucía Puenzo. Bom roteiro = bom filme


27.4.10

É NÓS!

"Change is afoot in contemporary Cape Verdean culture. Young artists are set on stirring things up."
Leiam a história completa aqui em The Courier. Podem fazer o download da linda revista na íntegra (gratuita) aqui

Orgulho de ter o trabalho visto e apreciado por outros olhos. Orgulho de colocar uma das raras referências a Cabo Verde, sobre a arte, em circuitos artísticos africanos. Orgulho de ter trabalhado com gente que faz!

A mudança é um lento e imperceptível processo. Se juntarmos mais, catalizamos mais.

19.4.10

Nomenklatura

Ser político e não pertencer a partido nenhum, pode sim senhor!

Após a leitura do colosso de José Vicente Lopes, "Nos bastidores da Independência", penso ter percebido um pouco mais da nossa história política recente. Sempre ouvi falar de maoistas e trotskistas, achando piada aos nomes, que parecem saídos de algum filme de propaganda. Agora percebo melhor a questão, estando mesmo assim longe de a descascar. Isso será matéria para estudiosos da política, daqui a alguns anos, com mais distância dos factos.

No entanto a minha leitura é que, os que eram chamados de "trotskistas" representariam uma elite, de homens fortemente politizados, mas com outras vertentes de formação pessoal, com valias culturais fortes, apreciadores da literatura, do cinema, da música erudita, bem falantes, bem articulados, que terão "complexado" a malta que vinha do mato, que tinha uma práxis política muito mais directa e pragmática. Trotskistas podem ser considerados utópicos, enquanto que os radicais do partido podem ser considerados realpolitik. Os trotskistas acabam por sair do partido (PAIGC), por incompatibilidade. Aparecem mais tarde nas fileiras do MPD, mas logo se incompatibiliam com a linha centralizadora de Carlos Veiga, a lembrar a velha nomenklatura e, mais uma vez, saem, ou são corridos, ou como preferirem.

Grande coincidência ou não, os trotskistas são grandes homens deste país, com partido ou sem partido. São homens admiráveis em si, pela sua Cultura e o seu percurso intelectual. Por mim deveriam continuar a ter uma intervenção altamente política, mas que evitem os partidos. Parece estar demonstrado que, em termos de associativismo, espírito de cidadania, trabalho de grupo, visão de conjunto e capacidade de projecção, ainda estamos longe. Os partidos são só uma parte bem visível deste nosso carácter anti-democrático.

26.5.09

MOSF

A fotografia na cidade na Praia está de saúde! Bastou alguns eventos, promovidos por instituições estrangeiras e particulares, para a alavancar. O Min.Cultura mantem-se sempre, sempre e sempre, estoicamente, orgulhosamente, à margem deste movimento novo e sensível de uma nova arte na cidade e no país. A CMP, ainda que a tentar encontrar um eixo bem definido para a sua política cultural, está dando bofetadas com luvas de seda, patrocinando e apoiando grandes eventos, num único ano! Esperemos que seja sol de vai durar. Valeu Tober!

Quarta-feira, dia 28, 18h30, abertura do MOSF (Mostra de Fotografia Contemporânea Caboverdiana), na CMP. A expo decorrerá em 3 espaços: CMP, IILP e CCF.

Ao Abraão Vicente, organizador e curador da mostra um valente abraço pelo dinamismo.

16.5.09

Tarrafal by Paradela

Depois de assistir ao filme do Paradela, tenho tanta raiva, que já não sei com o que estou mais preocupado: com o que vai acontecer no dia zero do contador ou com a torrente de coisas que tenho embrulhado na garganta sobre o assunto. Só uma dica: andamos todos a brincar com a nossa História.

O próximo cocktail biandolotov será uma mistura de Ensino e Cultura. Vão pró raio!

14.5.09

Cinema do bom

Faço cartazes por amor, por caridade ou por dinheiro. Este fiz por amor: à causa, ao amigo e à sua arte. Paradela não é só um realizador; é um artista. Fizemos uma instalação de video-art juntos que me revelou toda a sua dimensão e linguagem artística. Esta é sua primeiríssima longa metragem, que está para o cinema como um romance está para a literatura. É um filme documentário, mas não esperem um documentário ordinário, com as déja-vu entrevistas recortadas de sequências fílmicas, as habituais narrações ou o irritante "ritmo televisão". Não. É um filme...de autor.

Que o céu seja o teu limite Paradela. E isso porque viagens espaciais ainda custam caro demais.

15.10.08

Digi&Tal

Imagem: Daniel Lee Xiao Jing
Depois de declarar (no A Semana, 10 Out.) amor absoluto aos livros e aos jornais impressos, de comparar a leitura no ecrã ao fazer amor virtual, de recusar tomar o meu cafezinho dos Sábados de manhã a ler um jornal ou um livro electrónicos, sai-me esta notícia:

"
Em 2018 as Feiras do Livro vão ser feitas de computadores? Talvez não, mas na Feira do Livro de Frankfurt discute-se o livro digital, ou a eventualidade de dentro de uma década o mercado dos livros estar invertido. Numa sondagem feita aos editores da feira, cerca de 40 por cento acredita que daqui a dez anos vão ser vendidos mais livros digitais do que a versão em papel impresso. " in, Público online.

A verdade é que o mundo se digitaliza a toda a força e não há nada a fazer com isso. A arte sedigitaliza, os serviços se digitalizam, as Comunicações se digitalizam e até as relações humanas se digitalizam: eu tenho bons amigos virtuais, ou seja, não nos conhecemos pessoalmente e já nos identificamos em isso e mais aquilo.

O digital vai dar que falar e eu estarei à espreitar, porque para além de gostar de umas coisas tradicionais, adoro a tecnologia...quando vem com amor, é claro.

12.9.08

Arte na cidade!

Isto é que é boa notícia!! Na falta de disposição para escrever, vou dando as notícias. Já agora, uma satisfação aos que reclamam por posts: estou down!! Estou desanimado! O centro comercial da Quebra Canela vai ser mesmo construído, perante o silêncio de toda a gente, Praienses de gema ou não. O Cachito morreu mesmo e vai ser entregue a uns pacóvios para armar um comércio de detergente e lixívia. Não posso! Esta cidade está a acabar comigo espiritualmente. Por isso anda em retiro a ver o que penso, se mando à merda ou se me torno monge. Já rapei o cabelo. Nos próximos dias decido o que faço a seguir.

4.9.08

Digno de uma cidade

Vai acontecer hoje e amanhã (4 e 5 de Setembro) uma daquelas coisas que acontecem muito raríssimas vezes nesta cidade: espectáculo de qualidade. Um homem, uma mulher e um frigorífico, uma obra do teatro, escrita por Mário Lúcio (quantos dramaturgos caboverdianos é que conhecem?), que tem feito um trabalho notável para o teatro, não só pela escrita, mas também pela música.

A encenação é do maior encenador caboverdiano da actualidade (e digo isto com emoção, com parcialidade, injustamente, sem rigor e sem necessidade de me justificar): João Paulo Brito. Olha ó Dom Manuel Veiga: largue da mão esta estória de fazer peditório para trazer um barco a CV e pague a este grande valor da arte, para que ele não tenha necessidade de trabalhar num escritório, para que ele implemente teatro de qualidade cá no burgo. Fazendo isso o Sr já podia dormir o resto do seu mandato.

As interpretações (que seria do teatro sem actores? Digo, a-c-t-o-r-e-s! Não sei se me entendem?): Ela, Raquel Monteiro, é mãe de filho bébé, trabalhadora, esposa de executivo, uma mulher com idade respeitável, mas vê-la num palco a esbanjar talento faz-me acreditar que ainda há gente com alma no mundo. Ele, Valdir Brito, é um GRANDE talento; desses actores que encarnam um personagem, que ficamos a pensar que ele, na realidade, é assim mesmo. Enfim, dupla de peso. O facto desses 2 actores terem seguido um curso de 1 ano com João Paulo Brito terá algo a ver?

A equipa (que seria do teatro sem os seus invisíveis?): Bety Fernandes, figurinos e direcção de movimentos...não me canso de espantar com a Bety dos Raiz di Polon; ela faz tudo, com infindável amor. Paulo Silva, desenho de luz. Manu Preto, cenografia. José Pedro Bettencourt. É assim: sabem desses indivíduos que fazem, literalmente, TUDO? Bettencourt é desses tipos; ele tem sido os andaimes, as redes de segurança, a chave-mestra, as vigas e a fundação desse grupinho que tem feito coisa boa no teatro na Praia. Dulce Sequeira, direcção de cena. Pessoal, no dia em que acharem que um palco está perfeito (tudo está no lugar, tudo corre na perfeição, ou não) lembrem-se que esta função (direcção de cena) é determinante. César Schofield Cardoso, euzinho, fiz a foto, o cartaz,o programa e estou mortificado por não ter participado do projecto desde o início, indo todos os dias aos ensaios.

Mindelact é o maior evento artístico do país (provem o contrário) e esta peça vai ficar a matar no encerramento da edição deste ano.

ADORO TEATRO!!!

MINDELACT

...Um dia vou escrever um livro só sobre o Mindelact. Fico sempre sem palavras quando quero me referir a este festival, que é o maior evento artístico do país. O Mindelact transformou definitivamente o teatro em CV e não só: por arrasto, quando desenvole uma arte, desenvolvem 2 ou 3. No caso do teatro e do cinema isso é particularmente verdade, porque são artes congregadoras. Para que existam é preciso ter Literatura, Interpretação, Expressão Corporal, Música, Artes-Plásticas, Artes Gráficas...enfim. Sem falar do desenvolvimento de áreas técnicas dum espectáculo: sonoplastia, iluminação, cenografia, etc.

Os grandes nomes do teatro CV da actualidade são todos frutos do Mindelact e da escola de teatro do CCP do Mindelo e do seu mentor e professor João Branco. Meus destaques: João Paulo Brito, um dos maiores actores CV, que iniciou carreira na encenação, que agora não sei se será melhor actor ou melhor encenador. Bom, para o desenvolvimento do teatro, eu prefiro que ele seja encenador, que é um perfil mais difícil de ser encontrado, com qualidade. Herlandson Duarte, Kutch, director e encenador do grupo Solaris. Este homem é uma força da natureza! Gostem ou não gostem.

Este ano estarei 2 diazinhos somente no festival. Raio de trabalho oblige. Mas já terei a benção dos deuses das do teatro e das artes. Terei o banho de vida e partilha, que é aquele ambiente (indiscritível) do festival.

Ganda cena!

2.6.08

Aconteceu!!!

A abertura da exposição "Texturas da Cidade" foi, na minha avaliação pessoal, um SUCESSO!

Há uma quantidade incrível de assuntos a derivar desta exposição. Há tanta coisa para dizer e mostrar, que aqui, agora, não vai ser possível falar com justiça de tudo o que aconteceu. De todo o modo as coisas que me despertaram a atenção:
  • O Ministério de Cultura precisa se demitir. Tal instituição, com a importância que devia ter, não pode ficar por fora das coisas poderosas que vão acontecendo pelo cidade. É acabar com o Ministério e canalizar os tais 2% do orçamento (centenas de milhares de contos!) para iniciativas de valor acrescentado. Iniciativas vivas. Vejam o comentário de ZCunha em "E se o mundo nos juntasse?"
  • A soma das partes é muito superior às partes individuais. Eu senti, e desconfio que todos os expositores devem ter sentido, que a exposição no seu total, ultrapassava a obra individual. O discurso, que resultou de todos concorrerem para uma ideia e um conceito bem identificados, foi de grande impacto; ninguém absolutamente ficou indiferente à "coisa" que estava subjacente à exposição.
  • A "coisa" foi tão séria, que alguém sugeriu: "levem esta exposição à Universidade e abram um ciclo de debates; o que está sendo dito aqui precisa circular". Correcto: o discurso está tremendamente concentrado; é preciso expandi-lo à sociedade. Isso devia ser o tal papel do Ministério, mas prontos...
  • Arte contemporânea...epá, isso dá que falar, mas uma coisa é certa: não precisamos copiar; precisamos construir e provamos que podemos construir.

Está prometido imagens e mais notícias. Por enquanto, uma pessoa precisa ganhar a vida, que a vida não é feita de arte.

Abraços

28.5.08

Apresentando...

António Rocha - mostrou o seu conceito de pintura: quadros totalmente a negro, onde as texturas dos materiais que usa e a luz fazem um jogo de reflexos e revelam formas e...sonhos. Poeta, com as suas spoken words vai falando do que lhe vai na alma. Check

Magaly Ponce - falou de uma coisa que tanto discutimos aqui no forum do Praia.Mov: conceito. Ela acabou de poisar no solo caboverdiano, foi vendo imagens e sons e foi logo conceptualizando composições, dissertações. Fala com a calma e a pedagogia que os professores têm. Check

Gisele Creus - só conheço a sua cara bonita, a sua simpatia e a sua vontade de participar. Vamos vê-la no dia 30.

António e Gisele vão apresentar uma perfomance, entre a poesia e a coreografia, na abertura da expo, dia 30, 19h. Magaly vai apresentar videos, a desfilar pela Fundação Amilcar Cabral.

NOTA IMPORTANTE: Esses artistas disseram imediatamente "sim" ao convite. Fico a pensar em algumas personalidades nossas (semi-deuses), difícil de conseguir que participem, gratuitamente.

Aos generosos de espírito um abraço do tamanho do mundo.

27.5.08

E se o mundo nos juntasse?

Escultura: Olaf Ladousse

Grandes ondas começam com pequenos agitos.

Fomos convidados para uma conversa com artistas estrangeiros, na UnivCV. Um deles nem é tão estrangeiro como isso: chama-se António Rocha, é artista plástico e poeta, nasceu em Lisboa, filho de CVs, estudou nos EUA e vive na UK. A outra pessoa é Magaly Ponce, artista de video, chilena de origem, vive e lecciona arte na Bridgewater College, EUA. Faltou uma outra pessoa à conversa, Gisela Creus, espanhola, mais especificamente catalã, dança contemporânea, que ficou retida na Assomada vítima de alguma água que a desarranjou intestinalmente. Estas 3 pessoas, 3 artistas, procuram formas de cooperar com CV. Procuram organizar uma residência artística anual. Falaram das suas obras e dos seus projectos. Pediram-nos para falar dos nossos. Pedi a palavra, falei dos nossos e os convidei a participar da expo "Texturas da Cidade". Resultado:

Dia 30, sexta, 19h, Fundação Amilcar Cabral, abertura da expo "Texturas da Cidade", com performance de "spoken words", de António Rocha e improviso de dança, com Gisela Creus. Magaly Ponce apresenta a sua video arte.

Desde então ando a sonhar: e se o mundo nos juntasse?

26.5.08

Expo "Texturas da Cidade"

...Ou a questão da arte contemporânea. Ou a questão da cultura urbana.

Este grupo de pessoas não será certamente o único, mas será um dos que mais tem falado sobre o assunto. São no mínimo um grupo, o que implica identificação e vontade de colaboração. As ideias que circulam por este grupo de pessoas vêm se consolidando desde Praia.Mov 2006 e em mais outras intervenções individuais.


A cada um desses artistas foi pedido que participassem nesta exposição, onde é "proibida" a representação do mar e do céu; a ideia é voltar o olhar para dentro da cidade e das suas texturas:
  • Abraão Vicente, um dos rebeldes desta nova vaga, traz a sua linguagem exploratória, desta vez tridimensional.
  • Albertino Silva, conhecido pelas suas esculturas de sapatos, explorou novos materiais.
  • António Rocha. Artista-plástico, poeta. Nasceu em Lisboa, filho de CV, estudou nos EUA e vive na UK. Uau!
  • Baluka Brazão, que fez a sua 1ª expo há dias, traz o seu olhar fotográfico.
  • César Schofield Cardoso, eu, habitualmente fotógrafo, atrevi-me a mostrar arte plástica, que sempre esteve na base do que faço.
  • Hélder Paz Monteiro, mestre da composição. Um fotógrafo absolutamente essencial para este novo olhar.
  • Magaly Ponce. Professora universitária (Bridgewater college). Artista video. A colaborar com a UnivCV.
  • Soizic, uma francesa que vive na Praia e que faz poesia com a colagem de cartão e pintura.
  • WValente, fotógrafo brasileiro profissional, aceitou mostrar o seu lado artístico e crítico.
  • Zeca, o bailarino dos Raiz di Polon, ferreiro de profissão e escultor de coração.
A palavra de ordem é "exploração". É pedida qualidade de execução. Mas é pedido sobretudo sentido de busca, crítica, partilha e encontro. Arte contemporânea, cada um tem a sua; vamos encontrar a nossa.

Abertura dia 30 de Maio, 19h, Fundação Amilcar Cabral, Praia.

A seguir...

22.5.08

Vai rolar!

Não é Praia.Mov por um triz. Mas podia ser, porque é exactamente o mesmo espírito: a procura de uma renovação estética visual, baseada na cidade. As artes não podem ficar para sempre coladas a esse idilismo do camponês, das chuvas e das ribeiras. Somos urbanos. É preciso ver para a cidade, mudá-la e deixar que nos mude. É preciso falar da cidade, dos seus males e das suas belezas também. É preciso ver para o incrível viveiro humano, que é qualquer cidade do mundo.

Vai rolar!