Datas são construções que não tem nada a ver com os ritmos de vida, mas de todo o modo são sempre pretextos para assinalar alguma coisa. Final do ano pode assinalar um momento de balanço.
2010 foi um ano mágico. Espero que assim o tenha sido para todos. Infelizmente não será. Aconteceu tudo de bom. Estou muito mais maduro hoje, o país está (o país está ou não está, dependendo da percepção pessoal de cada qual), os meus amigos estão, isto tudo, claro, com alguns contratempos. 35-40 deve ser a melhor fase na vida de um homem. Se tiver fases ainda melhores, uau!, amo a vida. Nesta fase sinto-me como a ponta de uma lança afiada. Meus amigos também. É a fase que somos gestores, directores, chefes de projectos, especialistas, políticos elegíveis, os filhos já são pessoas, a nossa casa já é um lar completo, é uma fase que mistura força física e sabedoria. Pelo menos é assim que sinto que todos nesta fase deviam estar. Opá, pessoal, se não se sentem assim, olha, final do ano, bom tempo para se pensar na vida e corrigir rotas. Dica para quem dela precisa: tenham a felicidade como norte.
Muito reclamamos, falo por mim, mas hoje não reclamo. Podia me queixar de n coisas, da luz que falta, deste que foi para partido A e aquele que foi para partido B, do preço que as coisas estão e das desigualdades que se perpetuam no mundo, mas quem sou eu para reclamar quando tenho tanto em troca? Que dou tanto em troca. E assim caminharei com o sentimento de dever cumprido. Dei imensa à vida em 2010.
Um palavra especial aos amigos, que depois da família (a família é uma entidade tão adquirida que nem a louvamos na correcta dimensão), são a próxima coisa que mais vale a pena no mundo. E passando em revista às minhas tropas, porra que tenho uma cambada de grandes amigos! E grandes profissionais, pessoal de obra feita, gente decisiva.
Reclamar de 2010 seria uma ingratidão. Podia pedir mais, mas melhor seria impossível. Façam o favor de serem felizes, como diz o gajo dos tachos na roça.