Um comentador deixou-me um comentário, mas pediu que não publicasse, a levantar a questão do bairrismo, usando uma expressão que achei de todo infundado sobre a percepção da hegemonia da Praia e a outra percepção que S.Vicente está condenada à morte.
Há um facto incontornável: a ilha de Santiago tem a METADE de toda a população de Cabo Verde, logo é directo que tenha a metade de tudo. Outro facto histórico: aquando da independência, as ilhas tinham um desenvolvimento ABERRANTEMENTE desigual, porque o governo colonial, puro e simplesmente, não fazia mais investimentos, porque também todo o investimento do Estado se canalizava para a guerra, para a sua desgraça também. S.Vicente há muito que entrou em declínio económico; somente se vinha aguentando de alguma herança do seu passado industrial e comercial. A minha eterna pergunta às pessoas de S.Vicente (e olhem que sou de S.Vicente!) é: porque é que acham que o Estado devia se concentrar na manutenção da ilha de S.Vicente como principal centro, quando havia uma maioria da população a cuidar? Como seria isso possível??
A minha convicção pura sobre S.Vicente é que esta atravessa uma crise de lideranças locais. Vejam a situação perfeitamente surreal da Câmara Municipal de S.Vicente! Vejam todas as outras áreas, que tem gente brilhante de S.Vicente, e o que fazem para a sua própria ilha? Onésimo Silveira é um crápula a tentar aproveitar-se do sentimento anti-Praia, um sentimento esvaziado de conteúdo. S.Vicente continua a ser a MELHOR cidade de CV, em termos de infraestruturas urbanas. E porque não se contesta o desenvolvimento do Sal e da Boavista?
Tenho ido com muita frequência a SV e conversado com muita gente. O que falta é um estalo qualquer. A cidade da Praia não é, nem podia ser, um estrave ao desenvolvimento do Mindelo. Falemos coisa com coisa!
11 comentários:
Despacha-te e elenca ja os outros crapulas que existem em altas esferas do estado! So que ha uma diferença: onésimo é um crapula, mas é doutor, é escritor, é culto; os outros sao semi-analfabetos culturais!
Confesso que o argumento metade população=metade investimento não me saiu bem. O que queria expressar é que não se podia negar um desvio massivo de atenções para outras populações. Devo ressaltar que não me agrada a excessiva pressão sobre a cidade da Praia, que agora realmente precisa de uma força para travar esse êxodo, embora já há caso discretos: ao que parece 1/3 de toda a população do Sal é de Santiago. Boavista se seguirá. O que realmente me irrita é esse debate oco Praia-Mindelo.
Onémiso é tudo isso e um manipulador...falhado. A sua reza já não prega em lado nenhum.
Meu caro amigo, fizeste bem em não ter dado "ouvido" a pessoa que comentou, pq sim, precisamos debater este assunto sem complexos e, ou demagogias que levam sim ao Bairrismo. Concordo contigo em alguns pontos, mas noutros não! Olha, se SV vivesse somente na "choradeira" do que o Estado, entende-se Governo Central disponibilizasse,apoiasse no seu desenvolvimento, incremento da sua economia, SV estaria completamente tramado e ás moscas. SV, ainda, que depare com falta de emprego e investimentos de alto vulto, está vivo e RECLAMA, sim com todo o Direito a sua fasquia, pelo contributos que dá nas finanças públicas e não só! E, que venham ás outras ilhas e próprio S. Tiago também Reclamar e Gritar para melhor tratamento, haja visto até hoje nada do tal Estatuto Especial, que Praia bem merece! Há, sim meu Caro, e tens razão de um melhor aproveitamento das mais valias de SV (há um artigo no Expri do João Chantre, sobre as potencialidades turisticas de Mindelo, com carnaval, festival, fim de ano, Mindelact, S.Jon..etc), que incrementam e como a economia local e de CV! Olha, há e como há muito que se discutir sobre isso...Ma Soncént ca ta tchorá a toa! Aquele abraço!
Cocá
Oi Cocá
O que sinto falta, não só em SV, é uma falta de acção cívica com mais determinação. Não poderá ser só os políticos a determinar a sorte dos lugares; temos de ter uma palavra, ideias e acções (que podem ser contrárias às medidas políticas) para um determinado caso que nos pareça de nosso interesse. Envergonho-me um bocado de toda essa força intelectual deste país, que só tratam, descaradamente, do seu umbigo.
Abraço
César
Não creio que o Governo do Dr José Maria Neves tivesse provocado o abandono de S. Vicente.
A Ilha de Santiago é que não merecera devida atenção dos suscessivos governos desde a Independência, já para não falar da Administração Colonial Portuguesa.
O que se fez em Santiago de 2001 a esta parte era necessário para relançar a economia da ilha e de Cabo Verde.
Se a Câmara Municipal de S. Vicente mudar de postura de gestão e passar a cumprir a lei, os investimentos programados para S. Vicente terão execução.
Olá visitante. Permita-me só um reparo: O que se fez em Santiago de 1975 a esta parte...
Não concordo em absoluto de cortar o nosso desenvolvimento em fatias, de acordo com a nossa convicção partidária. Todos os Governos acumularam ganhos, apesar das perdas.
Caro Cesár, de 1975 a 2001 não se fez muito em Santiago em termos de investimentos.
Fez-se muita obra no dominio de conservação de solo e água e concluiu-se o porto da Praia.
Concordo que o desevolvimento de Cabo Verde seja integrado e harmonioso. Aliás, o santiaguense sempre pensou assim.
Cesár, o futuro deputado António Jorge Delgado disse na Assembleia Nacional que Santiago estava a comer no prato de S.Vicente. Nenhum sanvicentino o contraiara.
Eu bem sei que todos os governos trabalharam, e bem, para Cabo Verde.
Caro César,
Assim como tu, eu também sou menine de Sóncente, e naturalmente, um apaixonado pela ilha do Monte Cara. Digo-te com toda a franqueza que concordo que sejam feitas, de forma proporcional, mais investimentos na Praia do em que qualquer outra ilha de Cabo Verde.
No entanto, discordo de todo da ideia de que a ilha de São Vicente está neste marrasmo por culpa dos mindelenses. Para mim, o maior constrangimento de São Vicente é sem dúvida a impossibilidade de tromarmos certas decisões puramente administrativas, e explico:
- Porque carga d’água um investidor/empresário/cidadão tem que esperar por uma autorização da Praia, quando esse serviço tem uma repartição funcional em São Vicente? Para além de ser morosa a resposta (quando vêm), a pessoa responsável pela decisão (Praia) raras vezes conhece a realidade Mindelense, o que pode configurar num senário injusto no momento da decisão (as ilhas tem dinámicas diferentes). Esta mesma lógica serve para o binómio Santo Antão/São Vicente, ou então São Nicolau/São Vicente.
Aceito que os empresários mindelenses são mais aversos ao risco, mas não é menos verdade de que por exemplo, para certos montantes de crédito, a decisão da banca tem de vir da sede (Praia), quando existem igualmente técnicos competentes nos seus serviços em Mindelo.
Por fim, não queria deixar de realçar que o futuro deste ilha depende em grande parte dos próprios Mindelenses (atitude pró-activa, arriscar +, etc), mas, passa também pela descentralização (e não regionalização) dos serviços públicos, e privados de utilidade pública.
Viva Cabo Verde, Viva Sóncent.
Carlos Silva
Caro César,
Assim como tu, eu também sou menine de Sóncente, e naturalmente, um apaixonado pela ilha do Monte Cara. Digo-te com toda a franqueza que concordo que sejam feitas, de forma proporcional, mais investimentos na Praia do em que qualquer outra ilha de Cabo Verde.
No entanto, discordo de todo da ideia de que a ilha de São Vicente está neste marrasmo por culpa dos mindelenses. Para mim, o maior constrangimento de São Vicente é sem dúvida a impossibilidade de tromarmos certas decisões puramente administrativas, e explico:
- Porque carga d’água um investidor/empresário/cidadão tem que esperar por uma autorização da Praia, quando esse serviço tem uma repartição funcional em São Vicente? Para além de ser morosa a resposta (quando vêm), a pessoa responsável pela decisão (Praia) raras vezes conhece a realidade Mindelense, o que pode configurar num senário injusto no momento da decisão (as ilhas tem dinámicas diferentes). Esta mesma lógica serve para o binómio Santo Antão/São Vicente, ou então São Nicolau/São Vicente.
Aceito que os empresários mindelenses são mais aversos ao risco, mas não é menos verdade de que por exemplo, para certos montantes de crédito, a decisão da banca tem de vir da sede (Praia), quando existem igualmente técnicos competentes nos seus serviços em Mindelo.
Por fim, não queria deixar de realçar que o futuro deste ilha depende em grande parte dos próprios Mindelenses (atitude pró-activa, arriscar +, etc), mas, passa também pela descentralização (e não regionalização) dos serviços públicos, e privados de utilidade pública.
Viva Cabo Verde, Viva Sóncent.
Carlos Silva
Obrigado por subires o nível Carlos Silva
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