Talvez dos aspectos da nossa Cultura mais desprezados. Assim de rompante lembro-me do cais S.Januário (descida do plateau em direcção à Achada), que foi literalmente truncado, para dar lugar...a uma estrada de asfalto. Para além de truncado (os enorme blocos de mármore continuam deitados descaradamente mesmo ali ao lado), a estrada de asfalto ficou numa cota mais elevada que o cais, o que o esconde completamente. Por estar assim escondidinho, é um dos cagadouros preferidos dos cagadores adeptos do ar livre. Bela metáfora: cagar no Património. Muito revelador da brutalidade de pensamento de muito decisores da nossa terra. Os exemplos abundam. E já agora que me lembrei do cais S.Januário, vai para a minha lista de crimes culturais (aqui ao lado). Enquanto se mantiver no poder esta geração bruta, a Cultura continuará a ser nas suas mentes um mero cortinado.
Por falar em Património, vale a pena conhecer Carlos Mendes e o seu patrimonium-cv.blogspot. com
3 comentários:
Bali, César. Obrigado pela consideração; e o património.Cv e tantos outros blogues que se espelham no ativismo cultural tudo fará para dar visibilidade às questões invisíveis e cristalina aos nossos olhos. Antes da sua morte já James Dean dizia que o "essencial é invisível aos olhos."Trata-se de pura metáfora matizada do nosso descuido e no deixar a andar. Cabo Verde está cometer um grande erro: desenvolver a revelia da sua memória. A memória e o desenvolvimento têm que andar juntos. Cabo Verde é conhecido como país de guardiões da memória na paleta da musica e no saber da sua gente.
"Essencial é invisível ao olhos"...que grande pensamento. Obrigado
Amigo César, viva.
Serão esse blocos de mármore??? Vou já dar-lhes melhor utilidade...
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