Se fosse religioso ia agradecer a
Deus pelo incrível périplo que fiz entre Mindelo, Brasil, S.Tomé e
Príncipe e Lisboa, num espaço de 6 meses. Como não sou agradeço a
congregação de todos os bons espíritos que me conduziram a isso. Em
termos de balanço humano, ainda vou passar os próximos 6 meses a
avaliar. Só sinto que foi mais que o meu peito podia comportar.
Mindelact
tornou-se uma tradição, uma espécie de fonte de purificação artística
anual. O teatro será a arte mais humana de todos, porque é directo, de
humano para humano e isso tem consequências grandes no nosso espírito.
Cineport em João Pessoa, Brasil, com todas as trapalhadas, foi um
momento de conhecer novíssimas pessoas e horizontes que vão além do
alcance da vista. No entanto, Brasil ainda parece um território
complicado de entrar, de tão vasto que é. A Bienal de S.Tomé foi a
experiência humana mais marcante do ano. Por um lado o drama da pobreza,
por outro o conhecer pessoas de coração limpo que já se tornaram parte
do meu círculo reservado. Lisboa, que foi a continuação da Bienal de
STP, mais algumas exposições em galerias, foi um ponto alto de encontro
entre várias pessoas que, se tivessem a consciência disso, podiam mudar o
mundo. Lisboa é um dos mais importantes centros culturais africanos do
espaço de língua portuguesa, mas falta assumi-lo.
Enumerar
nomes seria injusto para os esquecidos, mas seguramente terei ganho
umas boas dezenas de novas amizades de alto valor. É uma sorte.
Terminei um ciclo, o que é uma sensação transcendental na criação artística. Já iniciei um outro com o intuito de saltar de patamar, evoluir, aprender a falar uma língua superior.
Terminei um ciclo, o que é uma sensação transcendental na criação artística. Já iniciei um outro com o intuito de saltar de patamar, evoluir, aprender a falar uma língua superior.
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