Muitos fazem balanços e planos no final do ano, explícita ou implicitamente. Eu faço os meus ao sabor do maravilhoso chá tradicional Xali e descobrindo o jazz de Christian Scott (imagem).
Para mim, o mundo está meio cheio, em vez do pessimista meio vazio. Aliás, otimismo e pessimismo dependem do lado da história em que se posicionar: se do lado do espetador, ou do lado do ator. Sigo querendo fazer parte dos atores e nesse percurso vou conhecendo os melhores seres do mundo. Este particular ano que vai findando, foi de ganhar mais umas quantas amizades, gente energética, energizante e atuante. Tive a oportunidade de, junto com eles, derrubar umas quantas ideias pré-fabricadas e sonhar construções novas. O nascente ano promete uma carga de luz.
Christian Scott tem apenas 30 aninhos e já é uma revolução no jazz, junto com outros da sua geração. Ouvi quase exclusivamente jazz em toda a minha vida adulta, a partir do momento em que aos 17-19 anos a voz de Sara Vaughan atingiu-me como a seta de Cupido. E me fascinei com essa incrível aventura musical negra, que em 100 anos já passou do Blues ao Bebop, Cool, Post Bop, Hard Bop, Avant Garde, Fusion e estamos na era do jazz contemporâneo, sendo Brad Mehldau o músico que mais me tenha impactado nessa virada. No entanto essa música louca já tem inovadores e até gostei do termo "Next Bop". Músicos como Esperanza Spalding e Christian Scott são sons fresquinhos no mercado, fazendo cada vez mais a junção do pop e do "jazz puro", como defendido por Wynton Marsalis.
Há um sentimento de Next. É essencial perceber a cultura digital, a cidadania online, a desterritorialização do trabalho, o media art e toda uma série de fazeres e estares, que a era pós-contemporânea vem trazendo, para continuar a estar do lado dos atores. Next!
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