30.6.08

All blue

Imagem: Yves Klein
Bianda volta ao formato inicial, depois de estar uns dias de protesto ao site www.guiadecaboverde.cv Voltei ao quotidiano, à resignação. Resignação é a palavra, nesses tempos de blue. Para quem não está contextualizado, em CV, Praia, quando queremos dizer que algo está maluco, dizemos que é um "blue". Isto por cá está um blue:
  • O Prime promete, com o seu encantador sorriso, que os combustíveis não seriam aumentados, com a tal taxa, mas acabara por ser. Efeito bola de neve: preço de origem altos; aumento combustíveis; aumento de despesas públicas; aumento de necessidade de receitas públicas...não vejo como esses aumentos de combustível possam ser compensados com baixa de impostos (?!). Não nos enganes MrPrime. Diga-nos a verdade: isto está um blue.
  • A remodelação do Governo dá-me uma arrepiante sensação de dejá-vu (segundo mandato do MPD, ou seja, o desastre): os incompetentes continuam; outros mudam de cadeiras; outros entram, não sei baseados em que critério de tecnicidade; enfim, tenho uma sensação chata de desilusão.
  • NÃO POSSO MAIS VIVER NA ESCURIDÃO. Não sei mais o que fazer para não ter um ataque de nervos, de toda a vez que fico horas sem electricidade. Vi que andam a desmontar os módulos de reforço de potência. Há quem diga que não há dinheiro para comprar combustíveis para as máquinas. Alguém que me explique, a mim cidadão, o que se passa, POR FAVOR!!!
  • Contaram-me, com uma calma e resignação aterradoras, como uma jovenzinha foi assaltada de faca ao pescoço!...Hoje em dia contamos esses episódios, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
  • Meu dinheiro não chega ao final do mês. Não ganho mal. Ganho até uma dezena de vezes mais que dezena de milhares de pessoas deste país. 1000 paus não significam nada; 2000 compra pouca coisa; 4000 paus já dá para umas comprinhas básicas; 10.000 paus sai com facilidade; 20.000 é um preço normal para qualquer insignificância de serviço; 30.000 paus é o aluguer de um apartamento T2 decente...não queiram que continue.
Isto está um blue. Eu estou preocupado. Há gente que deve estar desesperada.

23.6.08

salada oculta

Imagem: Paul Klee
"O trabalho criativo dos artesãos populares de Cabo Verde tem sido merecidamente apoiado pelo Centro Nacional de Artesanato (que será reinaugurado em 2007), sedeado no Mindelo, e cuja função consiste em investigar, formar, produzir, comercializar e divulgar as diversas expressões do artesanato cabo-verdiano."
in www.guiadecaboverde.cv, aqui

Faltou dizer que o CNA é actualmente uma sociedade secreta e por isso a formação, produção, comercialização e divulgação que fazem por lá não são conhecidos por ninguém e até é estranho como esta informação vazou na Internet! Mas deduzo que se trate de desinformação, a julgar pela data de reinauguração.

salada ficcional

Imagem: Manuel Figueira
"O Mindelo, como principal centro produtor e difusor da cultura cabo-verdiana, dispõe de vários locais onde se pode facilmente adquirir artesanato e artigos tipicamente locais. Por outro lado, no Centro Nacional de Artesanato poderá contactar com artesãos produzindo objectos artísticos, especialmente tapeçaria, pintura e tecelagem."
in www.guiadecaboverde.cv
aqui "

Será possível que não se encontre uma única verdade em tanta frase?

salada geo-política

Imagem: Miró
"Hoje, São Vicente alberga uma população de cerca de 74 mil habitantes, maioritariamente residentes na cidade do Mindelo, sua capital."
in www.guiadecaboverde.cv aqui

"...sua capital"??...Fica confirmado que S.Vicente é "aquele país".

salada marítima

Imagem: Paul Klee
"Cabo Verde oferece uma variada escolha gastronómica de carácter marítimo.(...) O mais conhecido e apreciado prato é a ‘Cachupa’ – a receita nacional, emblemática de Cabo Verde. Não esquecer o xerém, o cuscuz e os pastéis de milho."
in www.guiadecaboverde.cv, aqui

São os nossos conhecidos "Cachupa marítima", "Xerém marítimo", "Cuscuz marítimo" e "Pastél de milho marítimo"


"O peixe e os mariscos fazem parte da dieta tradicional cabo-verdiana."

in www.guiadecaboverde.cv, aqui


A confirmação.

salada sociológica

Imagem: Basquiat
"O povo cabo-verdiano distingue-se por ser pacífico e sociável, sendo que o país destaca-se ainda pela estabilidade e ausência de qualquer tipo de conflito. Em termos de segurança deve-se apenas reger pelas precauções básicas das normas gerais de segurança em qualquer país."
in
www.guiadecaboverde.cv aqui

"Qualquer tipo de conflito" stricto-senso ou lato-senso? Grades, fechadura dupla, cerca eléctrica são precauções básicas? Ou a violência e a instabilidade do país só se aplicam a residentes? É saudável pensar que somos pacíficos? É honesto informar ao desgraçado do turista que as precauções de segurança a tomar devem ser as básicas?

17.6.08

salada antropo-colorimétrica

"O processo de formação social cabo-verdiano operou-se mais por uma africanização do europeu do que por uma europeização do africano. Hoje, cerca de 70% da população é mestiça, 28% negra e 2% branca."
in
www.guiadecaboverde.cv, aqui

Faltou citar o método de colorimetria usado.


"A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso."
in pt.wikipedia.org, aqui

Acho que a chave disso está na "informação pré-processada"

salada geo-antropológica

Imagem: Basquiat
"Na costa Sul, a 10 km da cidade da Praia, a primeira capital de Cabo Verde – Ribeira Grande – revela ainda hoje a sua ascendência europeia, enquanto que as populações que habitam nas montanhas – cujos antepassados foram escravos que fugiram à repressão – denotam comportamentos culturais tipicamente africanos."
in
www.guiadecaboverde.cv, aqui

"...comportamentos culturais tipicamente africanos", como Vudu, Magia Negra, Candomblé...

salada sucinto-linguística

Imagem: Christine Le Roy
"Numa explicação muito sucinta, o crioulo é um dialecto resultante do cruzamento do português com as línguas das costas da Guiné (ramo mandinga). Ou dito de outra maneira, é o português profundamente alterado pelos africanos, tanto na fonética, como na morfologia, semântica e sintaxe."
in
www.guiadecaboverde.cv, aqui

A ignorância é um doença devastadora, altamente contagiosa, pode matar, mas tem cura. O tratamento não dói e, actualmente, é de borla:
Cura rápida para ignorância linguística

salada folclórica

Imagem: Luísa Queirós
"A cultura cabo-verdiana tem o seu coração a pulsar na poesia, espelhada nas mornas, nas histórias de sabor popular e nas novelas... a sua alma gira em torno da ‘sodade’, termo que deriva da ‘saudade’ portuguesa."
in www.guiadecaboverde.cv, aqui

Por outras palavras: o Caboverdiano é um povo morno, folclórico, novelístico e luso-saudoso.

salada identitária

Imagem: Jackson Pollock
"Actualmente, os escritores cabo-verdianos estão ocupados em recriar o seu enraizamento africano. Entre eles destacam-se Germano de Almeida e Corsino Fortes."
in www.guiadecaboverde.cv,
aqui


Tão a ver o Germano e o Corsino (coitado do septuagenário!) encurvados, de enxada na mão, a cavar a terra crioula, cuidando das raízes africanas?

12.6.08

Sur la real III

Imagem: Chichorro

Tenho 42 anos, nasci na ilha do Fogo, mudei-me para a cidade da Praia aos 12 anos, com a família. Fixamos residência em Achada S.António, na conhecida “Rampa Sampadjudu”. Puxei um 1º andar, da casa que o meu pai levou 15 anos a construir, onde vivo, com os meus 3 filhos, dos meus 3 ex-maridos, e meu actual companheiro. Tenho o 7ºano dos liceus, sou funcionária pública. Já fui auxiliar de serviços, assistente administrativo e hoje, com o curso do IFAP, sou secretária. Em casa, faço roupinhas, doces e um afamado iogurte. Os negócios caíram um pouco e por isso investi em viagens à Fortaleza, onde passei a comprar as calcinhas e as bijutarias que vendo, a maior parte, às colegas da repartição. Não me falta nada, dei uma boa vida aos meus filhos e escola, mas a cruz que Deus pôs nas minhas costas é o meu primogénito, que não estuda, não trabalha, fuma, bebe, sabe-se lá que mais e não se veste como gente decente.

Sou uma média entre a maioria e a minoria.

Sur la real II

Vivo na cidade da Praia, sou homem, tenho 25 a 49 anos, moro num apartamento T3, que comprei a crédito bancário, num condomínio fechado, com parque infantil, piscina e sistema de vídeo-vigilância, com a minha mulher e o meu filhote de 4 anos. Tenho automóvel, televisão HD, tela plana, de 49 polegadas, tenho computador portátil e aparelho de som HI-FI, também comprados a crédito bancário. Tirei a minha licenciatura há 8 anos, sou director de serviço da administração pública, faço uns extras para reforçar o orçamento, passei as minhas últimas férias, com a família, nas Canárias e para o próximo ano já temos as passagens reservadas para Fortaleza. Telefonaram-me do Banco a anunciar a autorização do crédito bancário para o meu Mestrado, e nesse dia fiquei a saber que vou ser pai pela 2ª vez!

Sou a minoria.

11.6.08

Sur la real

Imagem: Manuel Figueira
Moro na cidade da Praia, sou mulher, tenho 25 a 49 anos, construí o buraco que vivo com as minhas próprias mãos e com ajuda dos familiares e vizinho; cago na rua; a água que bebo, que cozinho e que lavo, vem toda do chafariz; tenho luz eléctrica, não interessa como; tenho telemóvel, televisão, rádio, fogão, frigorífico e DVD. Não passei da 4ª classe, ganho a vida vendendo de tudo: remédios, roupa, cosméticos, comida, artigos de decoração, utensílio de casa e tudo e mais alguma coisa. Fui mãe aos 18, meu primogénito está na escola, meu segundo filho nasceu há dias. Os dois um dia serão grandes homens, com fé em Deus.

Sou a maioria.

Avaliação Física...Mental, Social

Imagem: Francis Bacon
Apesar de fazer desporto assiduamente desde a minha adolescência, só agora, porque vivo num país do 3º mundo, fiz uma Avaliação Física, com um profissional a sério, com testes, com medições e todo o resto. A avaliação dura normalmente 2 h, mas porque sou um gajo chato, querendo tirar um diploma de Educação Física em 2h, a minha avaliação demorou 4h!! O profissional, Manuel Sousa, é meu amigo. Assim, a coisa decorreu entre o objectivamente e outras considerações gerais, pessoais e sociais. Falamos de tudo: de anatomia, de fisiologia, de nutrição, de doenças, de riscos, perigos, sociedade e políticas. Lições:
  • Os ginásios andam a “entortar” pessoas; são cometidos erros graves. Saúde pública.
  • A população é tendencialmente hipertensa, perigosamente exposta à diabetes e doenças cardiovasculares matam cada vez mais, mais cedo. Agora já há mais gente hipertensa, com menos de 30 anos. Há diabetes infantil e gente a morrer do coração aos 40. Saúde pública.
  • A nossa comida mata. Se não for pelo alto teor de sal e gorduras, é pela qualidade da carne, ou pelos enlatados, ou pela higiene. Saúde pública.
  • Os nossos velhos degradam-se precocemente, tanto mental, como fisicamente. Saúde pública.
  • Um profissional de Educação Física ganha MAAAL!!!... Políticas.
Uma avaliação é como o nome diz: avaliação. Nada pode ser planeado sem avaliação. Se falarmos em Avaliação Mental, pensem no álcool, na droga, nos nossos modos de vida. Se falarmos em Avaliação Social: a violência é como a pressão arterial, a corrupção é como a diabetes, silenciosa e avassaladora, uma guerra ou uma sublevação são como os ataques cardíacos: o sistema explode.

Vamos fazer uma avaliação geral, tipo check-up, para ver como estamos de saúde.

10.6.08

Circumnavegação

Gosto de ser referenciado, como em Alamarginal e em Hiena. Também gosto de referenciar alguns blogs que leio todo o santo dia. Gosto de ter comentários no meu blog e gosto de comentar nos blogs aonde eu vou. Gosto do conceito blog. Interessa-me a discussão: "blogs são mera opinião, mas há opiniões que fazem toda a diferença". Toda a sociedade tem os seus opinion makers. Aqui quem são? Já são os blogguers? O que significa ser opinion maker? Qual é a responsabilidade? Como isto acontece? É bom? É mau? E o efeito "panelinha"? Também conhecido por "pescadinha-de-rabo-na-boca". E o outro efeito das vacas sagradas? Estaremos a criar uma nova geração de vaquinhas sagradas?

Uma coisa eu tenho a certeza: o mundo actual sofreu uma revolução com as tecnologias de informação e comunicação. Os paradigmas mudaram. As fronteiras são meramente políticas. A informação representa a própria democracia. E os blogs estão a baralhar tudo.

6.6.08

Às voltas com...

Hoje (6/6/2008) vou estar no 180º com Abraão, submetido ao seu questionário, a provocar-me, para ver se sai as coisas que ele sabe que estão cá dentro a ferver. Como ele costuma dizer: "Precisamos radicalizar o discurso".

...nem precisamos radicalizar o discurso; precisamos tão somente de discurso. Como disse alguém, sobre o Estatuto Especial para a cidade da Praia: "A cidade precisa de um Estatuto Normal, para começar". Não é sintomático que, as pessoas que estão por aí a apontar os problemas, que TODOS nós sabemos que existem, sejam consideradas radicais? Queremos o quê? Que tudo permaneça em banho-maria, como se problemas não existissem e agravassem?

O que o Abraão faz não é radical; é normal. O que ele diz é normal, concordemos ou não. Na verdade, o que precisamos é de mais normais como ele. Que bom que seria se: os arquitectos falassem das burrices que se fazem pela cidade; os engenheiros falassem dos absurdos que se fazem por aí; os biólogos falassem da poluição (surda e lenta) que vai se alastrando por aí; os economistas falassem da lógica roubalheira dos impostos; os juristas falassem da incongruência da Lei da Terra; etc.


Em terra de silêncio, se alguém fala, parece que grita.

4.6.08

President...of the world

Barack Obama, the young nice looking guy, apoia incondicionalmente Israel!...

Ele representa uma esperança (de não sei quê) mas é - convém não perder de vista - o candidato a presidente da nação mais imperialista, bélica e autoritária do planeta. Da nação que tem Guantanamo, que não é julgado pelo Tribunal Internacional e que controla (efectivamente) as grandes instituições financeiras mundiais. A nação que pode acabar com globo, de tanto poluí-lo. E apoia incondicionalmente Israel, o imperialista do Médio Oriente. E nós por cá estamos contentes porquê?

Ah mundo!

CHEGA!!!

imagem: Blu

Chega de aumentar os impostos! Que estória é essa de Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária, que aumenta os combustíveis em 7$/litro??...Assim não dá!!

Já pagamos um IUR exorbitante, já pagamos serviços caros (telefone, electricidade...), já pagamos IVA, já pagamos taxas e taxinhas para tudo, já pagamos os amortecedores e a manutenção do carro...feito as contas, só pagamos ao Estado; o Estado não nos dá nada!! Nem Segurança, nem espaço de lazer, nem boas estradas...que raio!

E se em vez de penalizar os cidadãos, o Governo pensar seriamente em reduzir a despesa pública? Ou seja: reduzir os gastos com combustíveis e manutenção para a luxuosa frota, reduzir as viagens, reduzir as palestras e banquetes, acabar com o pessoal bunda-mole, controlar as perdas e os desperdícios, rever as consultorias e os administradores não executivos, reduzir os gastos com cuecas e gravatas de embaixadores, etc, etc, etc. É Economia.

Chega de sociedade civil surda, muda, paralítica, entrevada. Que é feito dos srs intelectuais nessas horas? Que é feito da ADECO? Pró-Praia? Que é feito dos doutos analistas?

Declaro golpe de Estado. Precisamos de eleições antecipadas, para eleger uma nova sociedade.

2.6.08

Isto não é comentário; é um post

Hermano, nos rasgos de inspiração que ele costuma ter, deixou este comentário em "Apresentando...". Merece um post. Quem faz poesia sabe que, quando nos acontece escrever um poema, é porque não foram encontradas palavras suficientes para expressar um sentimento, no vernáculo habitual. Obrigado poeta.

Esta janela da Cidade é uma porta aberta
aos ventos que de todas as Galáxias sopram
e às Galáxias todas que até nós vêm
através da janela entreaberta

Em algazarra vêm as tristezas todas
sobre o peitoril
povoar a serenata que nunca escutamos…

Hermano Lopes da Silva

Aconteceu!!!

A abertura da exposição "Texturas da Cidade" foi, na minha avaliação pessoal, um SUCESSO!

Há uma quantidade incrível de assuntos a derivar desta exposição. Há tanta coisa para dizer e mostrar, que aqui, agora, não vai ser possível falar com justiça de tudo o que aconteceu. De todo o modo as coisas que me despertaram a atenção:
  • O Ministério de Cultura precisa se demitir. Tal instituição, com a importância que devia ter, não pode ficar por fora das coisas poderosas que vão acontecendo pelo cidade. É acabar com o Ministério e canalizar os tais 2% do orçamento (centenas de milhares de contos!) para iniciativas de valor acrescentado. Iniciativas vivas. Vejam o comentário de ZCunha em "E se o mundo nos juntasse?"
  • A soma das partes é muito superior às partes individuais. Eu senti, e desconfio que todos os expositores devem ter sentido, que a exposição no seu total, ultrapassava a obra individual. O discurso, que resultou de todos concorrerem para uma ideia e um conceito bem identificados, foi de grande impacto; ninguém absolutamente ficou indiferente à "coisa" que estava subjacente à exposição.
  • A "coisa" foi tão séria, que alguém sugeriu: "levem esta exposição à Universidade e abram um ciclo de debates; o que está sendo dito aqui precisa circular". Correcto: o discurso está tremendamente concentrado; é preciso expandi-lo à sociedade. Isso devia ser o tal papel do Ministério, mas prontos...
  • Arte contemporânea...epá, isso dá que falar, mas uma coisa é certa: não precisamos copiar; precisamos construir e provamos que podemos construir.

Está prometido imagens e mais notícias. Por enquanto, uma pessoa precisa ganhar a vida, que a vida não é feita de arte.

Abraços