8.7.09

Heroínas

A luta de libertação foi coisa masculina. Sim! Guerra é coisa de macho. Será? Para já, "luta de libertação" não foi só a guerra, nas matas entenda-se; foi uma tremenda mobilização física, mental e emocional em várias partes do mundo onde haviam africanos das colónias portuguesas e demais pessoas apoiantes. Foi o grande despertar do espírito nacionalista, que por si só é resistência e luta. Mas mesmo na mata, as mulheres foram importantes, inferiores em número, mas igualmente importantes em acções estratégicas.

Lilica Boal, Amélia Araújo. São só dois exemplos de importância estratégica na luta. Faziam a Rádio Libertação e Lilica Boal dirigia a Escola Piloto, dois instrumentos fundamentais na "luta de consciências". Mas mulheres na Guiné pegaram em armas também. Foram enfermeiras, secretárias e uma série de outras funções. No entanto, ao pensarmos em luta de libertação, pensamos em homens.

Este post foi inspirado por uma conversa com Samira Pereira, que tem pinta de revolucionária, só que dos tempos de agora. Disse e concordo que, já é tempo das mulheres da luta começarem a dar a cara, em destaque, em protagonismo, primeiras páginas, grandes entrevistas, etc., nas comemorações do 5 de Julho.

Em relação à nossa maior utopia de sempre, o ousar ser povo independente, depois das armas, resta ainda uma tremenda luta a fazer. Essa é nossa, os de agora.

2 comentários:

Samira disse...

não me parece que tenha pinta de recolucionária. como já te disse apenas exerço as minhas funções, direitos e deveres enquanto cidadã. o resto são opções pessoais e profissionais e não de intervenção. mas conversámos sobre este tema, que venha o próximo ;)

Anonymous disse...

Vamos pô-las a dirigir a naçao e verás a bagunça que será Cabo Verde. Eu estou plenamente de acordo que as mulheres devem ir para a guerra. Essa estória de so macho morrer na guerra ja chega! Eu sou de opiniao que as mulheres que insistem em comandar tudo e todos devem ser levadas a sério. Eu nao tenho nada contra; mas por aquilo que conheço das mulheres na vida profissional, posso garantir-te César que passarás a ser um criadinho ao serviço das nossas madamas que so querem é o poder. A mulher é mais autoritaria do que o homem e pode fazer muito mal na liderança de qualquer país. Repito: nao tenho nada contra; vamos pô-las a dirigir em todas as esferas do poder. E também no campo da batalha como generais e soldados. Agora é que vao ser elas!

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