Este disco é como um chá da nossa erva preferida. Deve ser tomada nas calmas. Essencialmente não se deve pôr gelo para esfriar, nem se deve lavar a louça enquanto se o ouve. Deve ser ouvido sentado, bebericando. Quanto melhor o sistema de som, melhor a escuta do trabalho rítmico e harmónico delicado de Hernâni, surpreendentemente ao baixo, e da percussão divinal de Ndu. Não se deve ouvir muito alto, que não é música de discoteca, nem muito baixo para se poder ouvir as notas ao acordeão de Zeca Couto e à guitarra de Voginha e Hernani. Uma música com a cara, o corpo e o espírito da sua intérprete. A tal interpretação autoral: não precisou imitar ninguém para interpretar o lindo batuque "konkista rabeladu", por exemplo.
E tal como acontece com o disco do Hernani "Afronamin" ou o do Djinho Barbosa "Tras di Son", este disco é um acto de rebeldia, pois que não traz o selo de nenhuma grande produtora, que terá permitido a liberdade artística total do seu director musical, Hernani, e da sua autora, mas que poderá prejudicar a sua distribuição aos quatro cantos do mundo, que merecem aceder a este maravilhoso début discográfico de Isa Pereira. Aliás, chegou a hora de abrir o debate sobre isso.
E tal como acontece com o disco do Hernani "Afronamin" ou o do Djinho Barbosa "Tras di Son", este disco é um acto de rebeldia, pois que não traz o selo de nenhuma grande produtora, que terá permitido a liberdade artística total do seu director musical, Hernani, e da sua autora, mas que poderá prejudicar a sua distribuição aos quatro cantos do mundo, que merecem aceder a este maravilhoso début discográfico de Isa Pereira. Aliás, chegou a hora de abrir o debate sobre isso.
10 comentários:
César, boa critica do disco. Apetece ouvi-lo. Já agora, podes dizer as tuas referências de discos femininos que últimamente sairam que vale a pena escutar. É que, aqui, em Portugal, se calhar ainda vou aguardar um pouco para a vinda deste disco.Mereces o meu carinho e está solicitação por teres feito referência a um dos discos de CV qu mais gosto que é o do Djinho B.Já agora,que tal uma lista, no teu entendimento de grandes cd´s de artistas novos que sairam últimamente (peço demais)? É bom saber o gosto de quem tem ultimamente escrito mt de música. Beijo Filomena Jardim.
E otu pa PT, mod li ta duraaaaaaaaaaaaa.
Que responsabilidade me dás Filomena! Não faço crítica, partilho a minha paixão. O que posso fazer é só uma lista dos meus favoritos. Há outros que tem outros favoritos.
Penso que pelo menos para Portugal vão tentar levar este disco. Assim que sair compra; tá uma delícia.
Ultimamente estou apanhado por Carmen Souza, com o seu disco "Ess ê nha Cabo Verde", que, ao contrário do que o título pode sugerir, não é música tradicional CV; é antes de mais uma fusão entre alguns ritmos CV, funky, jazz e electrónico. Adorei o resultado e a poesia. Estou com vontade ter o seu 2º disco: "Verdade".
O disco da Mayra continua a ser para mim das melhores interpretações femeninas da nova vaga, apesar da manifesta antipatia desta menina. Para a apreciar passei a ignorar completamente o seu carácter. Há artistas assim; temos que só ver para a obra.
De Nancy Vieira adoro o 2º disco: "Segred"; tão doce e singelo. Não gostei tanto do 3º: "Lus" por uma razão muito pessoal: sou contra esta onda dos álbuns generalistas, que tocam de tudo um pouco, com uma grande produção, músicos de toda a parte...essencialmente produtos desenhados comercialmente. Acho que ela deve se manter numa linha intimista, que combina bem com a sua voz romântica.
Adoro "Balancê" de Sara Tavares. Ela é uma intelectual e uma artista fabulosa.
Gosto de Danae, por razões diferentes das outras. Ela é uma cultura mais rock e tem uma poesia mais "suja" e é precisamente por isso que gosto dela, porque eu próprio me defino como desalinhado e sujo. Mas somos todos amorosos da nossa terra.
Uma nota a Lura. Todos pensam que não gosto da Lura. Bom, não gostava. Hoje respeito-a mais, mas continua a seguir um modelo errado, da crioulização forçada. As suas congéneres Sara Tavares e Carmen Souza não precisaram fazer isso para singrar. E o defeito de Lura, que não sei como conseguirá escapar, é continuar a tentar se vender com uma "badia genuína". Para os da terra isto soa mal.
Os homens. Todos os discos do Tcheka são, cada um à sua maneira, um show. O disco do Princizito é essencial. O disco do Hernani "Afronamin" é lindíssimo.
Se me lembrar de algum detalhe, depois digo
Abç
Acho que vou montar um negócio de distribuição de discos. Já tenho dois clientes. Como o serviço é personalizado e a clientela é chique, pagam caro, ok? ehehehehehehe
Thanks César, quando pareceres por cá a gente toma um café e fala de música. Sim, a Danae vale a pena pelo que dizes e mais. Ela caminha por si e com ela leva algo muito seu. Tcheka, tá dito, como Princezito. Lura ainda não me convenceu para além de gostar das musicas que não são dela. Não gosto mt de cds de músicas emprestadas...mas, é uma questão de gosto. Até lá. No entanto, aqui não se ouve muito da meninada nova de lá. Se houver algum talento escondido a fazer-se emergir e que conheças, dá lá um lamiré.Filomena Jardim.
E qui tal o melhor cd de outdoor? heheheh. eu votaria em totalmente ou completamenti (nunca me lembro o raio do nome correcto) di bo.hehehe.
Hello César, normalmente m ke te costuma observá o ke se passa na blogs de cv, sô m bem li pk ha dias no teve um conversa subtil, sobre as minhas decisões em relação a produtores executivos, m resolve procura bo traboi na net e m encontra ess texto sobre disco de Isa Pereira, e a liberdade artistica devido a ausencia destes profissionais do dinheiro! Era so pa mandob um abraço, HERNANI ALMEIDA!
César, era só para declarar a quase mesma crítica/apreciação em relação aos nossos 'mais jovens' da música CV que, está num momento particularmente frutífero e de qualidade. Mas, por outro lado, realçar essa injustiça que é ter de te ler sobre CD's que ainda não escutámos, porque não chegaram mais a Norte do País...
Abraço
A distribuição é mesmo uma lástima! E o pior é que 'incentiva' a pirataria!
Pois Tchá, aqui está um bom argumento para se melhorar a distribuição: combate à pirataria. Até o CD da Isa chegar a S.Vicente, metade da população já vai tê-lo copiado.
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