É igual em todo o mundo. Celebramos um passagem simbólica, fazemos renovados votos, temos esperança e optimismo. Mindelo continua a ser para mim um dos melhores lugares para o as festas de final de ano, fazendo a diferença pela festa de rua que é, antes de todos se enfiarem em alguma festa comercial. A cidade devia fazer dessa tradição - das batucadas, do banho no mar, da folia popular - uma autêntica marca e vendê-la em pacotes turísticos. Com o meu povo é assim: quando devemos ter o maior orgulho e aproveitar das coisas que temos forte, não o fazemos; só fazemos garganta com o que ainda não temos como um valor seguro, ou que não é nosso de verdade. Ou seja, precisamos nos achar.
Final do ano, este ano, foi em Las Palmas. Confesso que esperava mais e por isso o orgulho do fim-de-ano de S.Vicente. Apesar disso, estive entre amigos e pessoas de boa disposição, que me proporcionaram uma óptima festa. Tenho dito, os lugares são as pessoas. Quero agradecer a essas pessoas que me fizeram sentir tão bem em terra estrangeira.
Estar um pouco fora do país, descansa-me dos problemas de todos os dias, traz-me um pouco de paz interior, dá-me saudades e em poucos dias, já estou cheio de orgulho de pertencer a uma terra chamada Cabo Verde. (tirando os idiotas, é o meu lugar!)
4 comentários:
Prezado César, este post era meu, se não o tivesses escrito. De facto nós só reclamamos aquilo que não temos e nunca valorizamos o que possuimos. O fim de ano no Mindelo é único, na verdade, mas ninguém consegue transformá-lo num milionário pacote turístico com dividendos óbivos. Enquanto isso os operadores turísticos só reclamam e ficam á espera de benesses, no regresso de feiras mil das quais não se conhecem resultados. Enfim.. mon Pays es une musique!
Sempre podes tecer mais considerações :)
Tocaste num ponto que para mim é essencial: precisamos encontrar a via da concertação entre o Governo, os operadores privados, a sociedade e as pessoas individuais, para de atirar a batata quente para o colo do outro e tentar, juntos, encontrar as boas fórmulas. Se há coisa que é similar entre Canárias e Cabo Verde, é que eles também não tem um grande sector primário e secundário, mas o terciário, os serviços, em relação a nós estão muito acima. Tenho por mim que serviços é, antes de tudo, mentalidade e mentalização.
Bom Ano.
Ainda bem que César foi até Canárias. sempre é bom ouvi-lo a elogiar Mindelo, essa mãe esquecida.
Estou de acordo. Chega de chorar por tempos que já não voltam. Alguma imaginação, muita dedicação e trabalho sério farão de s. Vicente uma ilha fantástica. Cada um cumprindo a sua missão e que os empresários se deixem de comodismos e assumam o seu papel de fazer coisas capazes e rentáveis... Claro que é preciso correr riscos e apostar com seriedade e empenho permanentes.
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