Quem vai para o sul das ilhas Canárias, saindo de Las Palmas, é como quem sai da Praia para ir ao Tarrafal, até na distância: é uma viagem da cidade, centro de negócios, para uma região de turismo clássico. No sul, o ar, o chão e o mar, estão impregnados de Turismo. Tudo é virado para o Turismo, tudo! Campos de golf aqui e ali, no meio da rocha (que isso sim é igualzinho o nosso país), milhares de residências a acompanhar a orografia do lugar, várias marinas, milhares de turistas, praias repletas, nenhum vendedor ambulante a atazanar a vida de cada qual, imensos restaurantes, bares, empregados frenéticos a distribuir o idiomático "holá!". Clientes são tratados como clientes, ou seja, como pessoas que querem um serviço e estão dispostos a pagar por ele.
Sobre o Turismo aqui, o que me chama atenção é o seguinte: o Turismo está integrado com as cidades, sejam elas mais de negócio, ou mais puramente de lazer, a cidade está presente. Ou seja, para além desses horríveis hotéis-fortalezas, que são do mais separatista que há, existe um serviço de Turismo que é acedido tanto pelo turista que veio em pacotes, ou aquele que veio de carro dar uma volta, como ao habitante das outras cidades que querem ter um fim-de-semana na relax, ou à população local que quer desfrutar do seu próprio lugar. Em Cabo Verde o que está a acontecer é seguinte: deixem os operadores construírem os seus hotéis-prisões como queiram, mas os Governos (Central e Locais), por favor que se concentrem no desenvolvimento das cidades para onde estamos a chamar o Turismo. Santa Maria é um exemplo que isso não aconteceu e não está para acontecer. Ou está?
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