"Delegação [de futebol] do Togo recebida com tiros [em Cabinda, para CAN 2010], um morto e dois jogadores feridos"
Fonte Sapo.cv
Para mim, insegurança é um indicador de Estado. Quanto mais ridículas as situações de insegurança, como esta descrita aqui, como as que acontecem na cidade da Praia, mais frágeis parecem-me os Estados.
Os Estados existem para garantirem a coesão social, promovendo o Emprego, a Repartição da Renda, a Saúde, o Ensino; e o funcionamento das instituições, entre as quais as instituições da Ordem e da Justiça. Aos Estadistas não se pedem actos de bravura, na medida que são pagos, a dinheiro e a títulos, para fazerem o seu trabalho, que é manter o Estado a funcionar. Em Cabo Verde temos uma situação confusa: temos um bom índice de Governabilidade, pelo facto de termos eleições livres e organismos do Estado a funcionarem de forma transparente e independente, mas por dentro (sociedade, entenda-se) estamos rotos. Congratular os ganhos sim, mas encarar de frente, com cara de mau, as vicissitudes, é o que nos falta, considero.
7 comentários:
Creio que comparar Cabinda e Angola a Cabo Verde é exagero e aliás nem há termo de comparação (por enquanto). Os tipos que fizeram o ataque fazem parte da FLEC, movimento que luta pela independência de parte do território angolano. Portanto ai não é somente a questão de segurança como a que existe no nosso caso mas há grupos que reivendicam independência do estado e do poder central, algo que não existe entre nós (por enquanto?).
Caro, creio que aqui não há comparação nenhuma, até que seria desproporcional. A minha questão é: tanto num caso como noutro revelam a fragilidade dos Estados. O sucedido em Cabinda é grave. Como os sucedidos em Cabo Verde são graves. Mas as escalas de medida são brutalmente diferentes.
Ainda neste nascer de 2010 ha pessoas em Cabo Verde que nao querem redondamente admitir a realidade nua e crua, nunca aceitam comparaçao com paises africanos porque acham CV uma excepçao nao-africana onde nao existe corrupçao, tribalismo, vendetta, delinquêcia em todas as escalas socias, pedofilia, branqueamento, narcotrafico, racismo e xenofobia, "desgovernaçao"... potanto existem tais factos em escala bem maior do que Angola, comparativamente a sua demografia e geografia, e ao facto de CV nunca ter sofrido guerras no seu territorio. Se aceitarem esta evidência, poderam talvez a sociedade e os governantes desamorçar as bombas de destruçao massiva que se concentram na nossa terra como nos continentes africanos, americanos, asiaticos e europeus. O cocktail cv nao é menos destructor, por certo!! A actualidade confirma.
Falamos de África como se fosse um único país. Falamos de África como se não o pertencêssemos. Como se "eles" tivessem problemas horríveis e "nós" tivéssemos problemas "normais". Não sei o que nos falta para aceitar: 1 - somos uma país africano, ponto. 2 - somos uma país pobre, com os mesmos problemas que muitos africanos tem. Mas não temos conflitos armados, e isso parece-me que faz muita diferença
Uma e tao grande diferença que os Cv, na evidência, nao deram valor a independência, recebida, pour ainsi dire, de borla nas custas/costas dos continentais africanos e, em particularidade, dos Guineenses que fizeram a guerra no lugar dos Cabo-verdianos hoje amnesicos, ingratos e ciumentes. Sim os Cv tambi ignoram a diversidade do proprio pais quanto mais dos paises africanos no total. A alienaçao ainda esta bem fincada nas mentes!!
Violência é sempre Violência... seja ela planeada e/ou prepositada, gratuita e/ou neglegenciada. O importante é desligar sempre de certas bitolas que mais nos servem para estagnar do que avançar. Ela já constitui uma das nossas maiores preocupaçoes e se não nos mergulhemos no cerebro da questão dias piores virão. Precissamos de justíça, de equilíbrio, de "elementos", bebidos em estudos e análeses que nos possam indicar os rumos do combate e da correção. A ideia que fica é que a violência pendura muito nas manias, nos sistemas e nos esquemas criados e montados para dar resposta a uma infinidade de “vazios” individuais e colectivos. Acredito que vamos a tempo de buscar algum equelibrio e exorcitar os fantasmas dos que agora empurramos a cruz...
Cabo Verde pertencer geopoliticamente à África depois de 1975 é uma coisa. Imposta diga-se pelo Partido Unico!
Resumir isso à identidade é um absurdo
neste caso, vai dizer o mesmo das Maurícias?
mas eles são indianos
há alguma dúvida?
mas, geopolicamente é África
assim como os negros americanos são América
não é a cor da pele que define a sua identidade de americanos
Obama tem algo a ver com o Kénia?
nada
a cabeça dele é tão americana que o povo se revê nele e o elege
Deixar de reconhecer a realidade sociológica cabo-verdiana, que se traduz numa singularidade, a que chamamos cabo-verdianidade, é confundir a cabeça de toda a gente. Se o Cesar for a algum país Africano vão lhe discriminar porque ou é vermelho ou porque leh consideram branco. Como ja aconteceu comigo, pois era tratado como o petit blanc.
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