1.8.11

Não dói

Já nada mais dói. Nem as horas intermináveis no escuro, sem luz e sem acção, nem as ferroadas dos mosquitos, nem o calor insuportável. Nada dói. Nem as toneladas de decibéis dos carros de campanha, nem as atrocidades verbais de cada qual, nem a lata, o descaramento ou a desonestidade escancarada. Nada dói. Apanha-se tanto que deixa de doer. Suponho que um dia, ou endoidamos e desatamos a arrebentar qualquer coisa que nos apareça pela frente, ou nos tornaremos nos mais estóicos sacos de porrada: mudos e firmes.

1 comentário:

Rossana disse...

Espectacular, muito bem visto!
Precisamos urgente de psicólogos...