14.9.12

Ressaca de asfalto


A ilha vive assim, ao sabor das maré, que veem e trazem cardumes humanos, depois vão e deixam um cheiro de perfume caro, misturado com tabaco, com ecos de risos lascivos.

As marés trazem o Carnaval, a folia, a louca exuberância, o povo todo da ilha sacode o corpo em transe, depois pára a batucada e ficam pastilhas-elásticas grudadas no asfalto e carros alegóricos a apodrecer num pardieiro.

A ilha é uma concha na rocha. Come quando vem a maré, descansa quando ela vai.

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