Artista: Ugo Rondinone
Frequentemente tenho a oportunidade de viajar por este meu país, Cabo Verde. Quando vejo, em total silêncio, as dunas da Boavista, ou o imponente vulcão da ilha do Fogo, na sua assustadora paisagem a lembrar a superfície da lua, ou quando subo até o cima das altas montanhas da ilha de S.Nicolau ou Santiago, quando vejo amanheceres de cortar a respiração ou entardeceres a sugerir a presença divina, quando posso parar e observar esta luz do sol, que é a força mais marcante destas ilhas, sinto-me a habitar ilhas maravilhosas, que convidam à peregrinação e à meditação. Cabo Verde consegue ainda marcar este agitado século com lugares de quietude, com povoações que parecem embalados num longo sono e pessoas que olham curiosas e se predispõem a conversar, dar uma indicação, ou até acompanhar o visitante se assim ele desejar. Cabo Verde, fora dos centros urbanos e dos gigantescos aglomerados turísticos, ainda guarda esses tesouros, que se deve descobrir caminhando, em passo lento, para dar tempo aos olhos de apreciar a combinação de natureza e presença humana, para dar tempo de pensar como é interessante atravessar tantas paisagens diferentes, de praias planas e águas limpas, a imponentes montanhas, ou mini florestas, tudo em tão pouca extensão de território.
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