Uma das questões que mais me incomoda na nossa Constituição é o fato de não consagrar a nossa língua materna como língua oficial ainda. Na verdade a Constituição é um mero reflexo da sociedade, que adia essa questão. Já ouvi todo o tipo de argumento, em desfavor da oficialização da nossa língua: que não serve para conceptualizar noções complexas da ciência, que é um língua minoritária, que irreconciliável nas suas várias variantes, que é um custo enorme a oficialização, que é um absurdo o ensino na língua materna, que isto e mais aquilo. No entanto, quando se trata de comunicar com eficácia, ou seja, criar empatia no receptor, é a língua perfeita. Que o diga, os políticos, os publicitários e até os encenadores.
A novidade para mim agora são as eleições para a reitoria da universidade pública, das mais altas figuras da educação no país, em que os slogans vem na língua materna! Sejamos claros, a desonestidade intelectual não se manifesta em grandes crimes, mas sim em pequenos delitos. Ou, se preferirem, em pequenas contradições. Se a própria República (nós) não consagramos a língua materna como oficial (reconhecida pelo Estado), como podem as figuras do Estado usarem essa dualidade? Os entendidos que me esclareçam.
Sem comentários:
Enviar um comentário