Senhor Doutor Ministro da Cultura, demita-se!
Li, com um misto de angústia, frio na espinha e desilusão, o artigo d'A Semana do dia 4 de Julho 2008, artigo esse já de per si com um título preocupante ("Governo possível entre os equilíbrios existentes"), onde se falava das mexidas na equipa do Governo, das novidades, dos desafios, dos grandes problemas, das prioridades, das grandes preocupações, onde o jornalista foi andando de sector a sector analisando o que cada sector padece mais - que a situação económica é complicada, que é preciso gerar emprego, que a guerra dos professores e dos sindicatos não acaba mais, que é preciso reforçar a acção social, etc, etc - e no sector da Cultura...NADA!!!...Absolutamente nada! Nada de políticas culturais, nada sobre a língua nacional, nada sobre o ensino da nossa história, nada sobre o financiamento da Cultura, nada sobre os direitos de autor, nada sobre o património, nada sobre os espaços culturais, nada sobre a arte, nada sobre a sociedade e os seus valores. NADA! Isto para mim só tem duas explicações possíveis: ou o seu ministério não tem projecto algum, ou os tem e não sabem defendê-los junto da sociedade e da Comunicação Social.
Peço a sua demissão Senhor Ministro pelas seguintes razões: enquanto cidadão, patriota e orgulhoso da minha Cultura, o Senhor me desilude; enquanto pai preocupa-me que a minha filha cresça e encontre o mesmo vazio no ensino da história e das artes; enquanto agente da Cultura, sinto-me completamente desapoiado pelo seu (nosso) ministério; enquanto artista, não consigo perceber o Mecenato Cultural, a política de formação para a Arte, os incentivos, os prémios, as medalhas e os louvores distribuídos por aí, pelo seu (nosso) ministério.
A admiração que eu, desde adolescente, que tinha por si!...
Li, com um misto de angústia, frio na espinha e desilusão, o artigo d'A Semana do dia 4 de Julho 2008, artigo esse já de per si com um título preocupante ("Governo possível entre os equilíbrios existentes"), onde se falava das mexidas na equipa do Governo, das novidades, dos desafios, dos grandes problemas, das prioridades, das grandes preocupações, onde o jornalista foi andando de sector a sector analisando o que cada sector padece mais - que a situação económica é complicada, que é preciso gerar emprego, que a guerra dos professores e dos sindicatos não acaba mais, que é preciso reforçar a acção social, etc, etc - e no sector da Cultura...NADA!!!...Absolutamente nada! Nada de políticas culturais, nada sobre a língua nacional, nada sobre o ensino da nossa história, nada sobre o financiamento da Cultura, nada sobre os direitos de autor, nada sobre o património, nada sobre os espaços culturais, nada sobre a arte, nada sobre a sociedade e os seus valores. NADA! Isto para mim só tem duas explicações possíveis: ou o seu ministério não tem projecto algum, ou os tem e não sabem defendê-los junto da sociedade e da Comunicação Social.
Peço a sua demissão Senhor Ministro pelas seguintes razões: enquanto cidadão, patriota e orgulhoso da minha Cultura, o Senhor me desilude; enquanto pai preocupa-me que a minha filha cresça e encontre o mesmo vazio no ensino da história e das artes; enquanto agente da Cultura, sinto-me completamente desapoiado pelo seu (nosso) ministério; enquanto artista, não consigo perceber o Mecenato Cultural, a política de formação para a Arte, os incentivos, os prémios, as medalhas e os louvores distribuídos por aí, pelo seu (nosso) ministério.
A admiração que eu, desde adolescente, que tinha por si!...
7 comentários:
é o papel que cultura tem para o país..
o ministro por acaso, é só o espelho. reconheço que não poderá fazer muito mais, simplesmente por que não é prioridade do governo.
sinceramente acredito que o sr. manuel veiga está lá porque tem que haver um ministro de cultura, e sem dúvida ele representa a cultura.
a questão é que não estamos nos anos 80 nem 90 que era preciso um representante.
é o ministério mais "massacrado" pela opinião pública, porque na verdade os homens da cultura são os mais sensíveis e a cultura de cv tem dado e tem muito onde dar, mas não é protegido, outratado de forma justa.
é hora de ver este ministério como um gerador de alguma finança para o país.
Vejam (é só analizar) a quantidade de rikeza (dinheiro) que a a música gera; desde de o pouco valorizado pela classe 'intelectual' "cabo love" às nossas mais antigas composições de b.leza.
outros patrimónios como a lingua, carece de normalização. a proposta feita é boa mas não consensual, logo há que incluir mais dados.
para não falar de outros campos mais.
daí senhor ministro, que percebo este grito, não esquecendo do seu valorizado contributo à nossa língua.
somos pobres e sem uitos recursos recursos mas há mais onde ver que só fmi, millenium e etc.
peço desculpa ao dono blog por abusar do espaço :) mas muito ainda ainda havia por dizer.
Pois, depois de tanto me questionar sobre a não remodelação dessa pasta, cheguei à triste conclusão de que ela apenas pode espelhar a visão que o governo tem para essa área... o ministro acaba por ser o bode expiatório...
É completamente paradoxal, um povo que afirma a sua identidade através da cultura, cuja cultura é um dos ex-libris mais importantes do país, ter este tipo de tratamento (ministério) de "fachada" é no mínimo não ter projecto algum, visão alguma...
rrrsssssssss
Catarina Cardoso
P.s: Mas eu tenho a secreta esperança que se se continuar a falar, a chatear, a picar alguma coisa pode vir a mudar
Há até um ditado: água mole em pedra dura tanto bate até que fura
A sabedoria popular é muito sábia!
Agora a propósito lembrei-me de uma srª. muito kerida, funcionária do Piaget me ter dito assim, no dia em que choveu muito- "Quem governa Cabo- verde é a chuva, quem lá está (no Governo pouco importa)"....muito sábia, muito sábia esta srªa.
É que às vezes parece mesmo que é assim!
Catarina Cardoso
subescrevo qualquer petição pedindo tal demissão. Eu unico partido é C.VERDE
É a fraze de que «A cultura fez mais do que qualquer govberno»? Eu li, e fiquei sem palavras..
Genial!
Não, não é.
O Primeiro Ministro não é brincalhão, é (segundo o sentido dos deputados na Assemlbeia Nacional?) poeta. E provo o que digo: em Coimbra apareceu numa antologia poética.
Todos dizem que é poeta; mas o tipo dos que aparecem na dita antologia (alguns de qualidade mais do que sofrível e que fazem sofrer outros de inegável qualidade) ou do tipo que a Assembleia Nacional invoca?
Fiquei sem saber. Talvez seja as duas coisas; já nada me admira neste Mundo!
Abraço farterno
Oi,
Só queria dizer que em Cabo Verde, nós desafiamos todas as leis da física e aqui a mãe natureza reescreve sua história.
Esse mesmo ministro era um dos maiores defensores da língua cabo-verdiana, a ponto de se apresentar no parlamento a falar crioulo, o que eu considerava um acto de coragem e muito me alegrava. Muito pelo facto de nessa altura ter as minhas dificuldades (de estudante) com o português e achar que seria a solução perfeita, ao menos, para os meus problemas de não ter que obrigatoriamente falar português na sala de aula.
Ora, agora com a faca e o queijo na mão (nomeado Ministro da Cultura), faz uso da faca para se coçar e do queijo só come a casca (talvez, daí venha a falta de memória). Até deixou de falar crioulo, inclusive em manifestações culturais com presença das batucadeiras (o povo em pessoa).
Apenas queria dizer à Catarina que aqui em Cabo Verde, água mole em pedra dura, tanto bate que acaba a água.
Falei
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