18.9.08

Raio de história de luso-cabo-descendentes!


Pessoal, Bianda não usa palavrões, mas por vezes não dá para conter: PORRA! Já não posso com esta estória de pessoas, nascidas em Portugal, que nem sabem se Cabo Verde fica a norte ou a sul e que são obrigadas a pensar que são caboverdianos, porque lá o pai, a mãe ou o avô é caboverdiano. Já não posso com essas escalas de primeiras, segundas, terceiras gerações; de nascidos, mas que não portugueses, mas com direito de residência, mas sem direio de cidadania, naturalizados, nacionalizados ou RAIOS QUE O PARTA! Imaginem se me dissessem: olha, tu esteja calado porque és ucraniano...porque o meu avô era efectivamente ucraniano.

E mais do que tudo, já não posso com Embaixadores fatiotas, que gastam o orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros em ricas cuecas, que quando chega a hora de mandar umas valentes e lusas porras, vêm com essa conversa que “...as relações entre os nossos países são as excelentes”! Quando teremos colhões para exigir que as autoridades de cada país cuidem da sua população, como deve ser, independentemente se vêm de Senegal, Cabo Verde ou China? Veio nas notícias: “Polícia cerca bairro de caboverdianos em Lisboa”...Bairro de caboverdianos?!?
Não será antes: bairro de portugueses que, por acaso, são filhos de caboverdianos? Ou, bairro de caboverdianos, que há muito não são mais cabovedianos, de tanto trabalharem e contribuerem para o desenvolvimento de Portugal? Ou simplesmente, um bairro, que no caso tem muitos problemas.

Adoro esta frase, a propósito da emigração/imigração: “Nós precisavamos de braços; vieram homens”. Pois, senhores governantes, não se pode ter, ao mesmo tempo, uma população a trabalhar e tê-la fora do vosso território; é uma contradição da física. São pessoas que procuraram as vossas terras para trabalhar, como pessoas das vossas terras procuraram outras terras. Com o tempo, já são cidadãos, como vocês. Para além de trabalhadores, são pobres e bandidos? E eu com isso?

2 comentários:

Rosi disse...

A lei de nacionalidade mudou, em Portugal mudou, e posso dizer que mudou para melhor. Agora filhos de estrangeiros nascidos em Portugal e que tenham completado o 1º ciclo são automaticamente portugueses, independentemente da situação documental dos pais, ou mesmo deles. Filhos de pais estrangeiros nascidos em território português e tenham permanecido aqui nos últimos 10 anos, tb podem requerer a nacionalidade portuguesa independentemente da situação documental. Não é o melhor, mas acho que ja se evoluiu muito em relação a dois anos atrás, que os filhos de estrangeiros irregulares, nem se quer podiam regularizar (e isto prejudicava na educação das crianças, que só podiam ir a escola até o nono ano, que é a escolaridade, por ser escolaridade obrigatória, mas isso só a partir de 25 de Março de 2004, e isso continua a acontecer em alguns casos porque infelizmente o desconhecimento da lei leva ainda muitas escolas a não aceitarem crianças em situação irregular, mas esta a ser cada vez menor com a interferência do ACIDI, que faz um registo dessas crianças e que com esse registo já se podem inscrever nas escolas e terem direito a saúde. Acho que hoje escrevi demais, sorry. Inté

Cesar Schofield Cardoso disse...

Sr.João Dias, mais uma informação, para lhe tranquilizar, na minha terra está se passando o mesmo fenómeno, como pessoas que vêm de países (ainda) mais pobres que o meu, que trabalham, que estão a construir a cidade, que constituem família, que já tem filhos que são caboverdianos, que são ordeiros, que trazem muita novidade ao nosso país, mas que também há muito de bandidagem. O meu país, o meu povo (embora MUITO mais tolerante que muitos povos por aí) vem tendo uma atitude incorrecta para com esses seres humanos e não me agrada nadinha de nada. A intolerância é uma doença cancerígena, perigosa, que provoca a segueira e pode levar à morte, em caso mais severos.