Soa-me a som do céu e do sol juntos, o álbum "Xinti"de Sara Tavares. Xinti é música para ser ouvida num Domingo de manhã, ou qualquer outra hora que se pareça com uma manhã de Domingo, quando ainda a cidade não é tomada de ruídos de motores de carros e os seus condutores ainda dormem em vez de serem estúpidos em forma de buzinas.
Sara faz orações enquanto um casal de pardais são levianos na minha varanda. Domingo de manhã. Sara dessacraliza o intocável canto anti-bruxas-que-comem-bébés, reinterpretando "Ná ó mininu ná", ou o re-espiritualiza. Baralha as variantes de Praia e S.Vicente, ou as remistura. Fala inglês aqui e ali, como fazemos habitualmente. Dá conselhos espíritas em versos, a almas que estejam perdidas por aí, ou a si própria. Canta e enfeitiça todos os mestres músicos que a acompanham, que tocam na mesma toada da sua voz que procura o céu. Fervorosa crente.
Sara é portuguesa que fala caboverdiano, ou caboverdiana que sente portuguesa? E que pensarão os avôs desses novos netos?
Soa bem Xinti e para mim Sara é gente de hoje, que nasce aqui, cresce ali, floresce aqui e ali, espalha-se pelo mundo todo. Quem disse que crioulo acabou?
1 comentário:
porra, ja ia desligar o pc, agora vou ter de ir à procura do novo album na net...(vida de estudante é assim mesmo, só se for mesmo muito bom é que compro)...abraço! e para de fazer estes "reviews" que so dao vontade de ouvir os albums
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