Já não há dúvida que o hip-hop hoje é a verdadeira voz da cidade da Praia. Está por todo o lado e é o meio preferencial para falar, contestar. A população jovem diz das suas angústias, dos seus medos e raivas; cantam a percepção que tem do seu país e os políticos não são propriamente uma raça amiga. Esta manhã vinha ouvindo na rádio um som, um bom beat. Primeiro fui agarrado pela qualidade do som em si, que é um dos aspectos que mudou radicalmente no hip-hop feito por cá, mas depois foi a letra da música que me chamou atenção. Cantava a raiva e a revolta que é ter que enfrentar o sistema de saúde. Contou do desespero da espera (veio num jornal da praça que um homem de bacia partida esperou 24h para ser atendido!), da impotência perante o mau tratamento do pessoal dos serviços, dos erros e das mortes que acontecem, que deixem um espectro de erro médico no ar. Enfim, as coisas que todos nós em algum momento sentimos. No fundo, samplaram um discurso do ministro da saúde, sobre as melhorias do sistema de saúde, das medidas a introduzir, terminando a dizer que, "estamos a fazer um upgrade"...
Certo ou errado, é a percepção que a população tem e contra isso não há números que sosseguem. Depressa com este upgrade, Excelência.
6 comentários:
Reggae é o som universal César. Ouves em toda a parte, nos taxis, nas radios, nas lojas, nos mercados.and so on.
A saude sempre e em toda a parte é criticada. Ja viu os exemplos do Brasil? Cabo verde tambem tem das suas. Mas eu sou daqueles que pensam que nos falta um salto em termos de qualidade de atendimento (acolhimento dos doentes) mas para criticar a saude, César, devemos analisar coisas objectivas. Se fores comparar épocas para ter uma noção vais surpreender-te. Nao se pode criticar a saúde subjectivamente...
Ai, claro que se pode criticar a saúde subjectivamente! Pode-se criticar seja o que for subjectivamente, se tiver impacto directo nas nossas vidas. Ainda por cima se tratando da saúde, algo que tem a ver com as nossas VIDAS. Anónimo, nós todos temos estórias bizarras pra contar, que aconteceram connosco, directamente, muito pouco abonatórias para os nossos serviços de saúde, que só vamos aturando pela consciência que temos de percurso.
Mas vamos aos objectivamente. É bem verdade que o sector conheceu melhorias substanciais, mas o que se critica agora são as prioridades de investimento, que se tomaram há alguns anos a esta parte e que agora estão a ter as suas consequências nefastas (à priori evitáveis). Falo do turismo insustentável do Sal, que a crise pôs a nú. Falo da inexistências de políticas sociais mais fortes, preferindo grandes obras públicos de impacto sócio económico discutível, com os resultados que estamos a conhecer: grave défice de habitação, violência, desemprego no topo e recuos no serviço de saúde. Então o que é a Dengue, o Paludismo, a Cólera e outras doenças infecto-contagiosas, que não um falhanço de políticas urbanas, de saneamento, de condições de salubridade e de acção eficiente de saúde pública? Sim senhor, o sector conheceu avanços, mas se retirarmos os investimentos correctos da saúde e da educação, não vai haver desenvolvimento que valha o nome.
Não se pode falar de saúde subjectivamente??? Pode-se até falar emocionalmente. É a vida humana, meu caro.
Porra César. Não sei se gostei mais do Post se da réplica. Mas resposta, ainda por cima a anónimo, a rivalizar com Post, é obra. Isso digo eu, subjectivamente, claro! E emocionalmente, também. E já agora, objectivamente. Racionalmente, é melhor ficar por aqui. Abçs.
ZCunha
Objectivamente precisava de um estímulo...para ajudar o post.
Abraço emocional :)
(Pra quando o encontro fixe que promoveste da outra vez?)
cesar obi lisimsim hiphop reevidikativo di kualidadi:
ami é ses fam nº 1:
http://www.easy-share.com/1911778027/HIPHOPART_The
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