(donde apanhei não vinha autor, sorry autor)
Ficaria muito contente se o protesto sobre um alegado plano maquiavélico de acabar com a praia da Lajinha, em S.Vicente, fosse um verdadeiro ativismo civil e ambiental. Esclarecimento: ativismo, o verdadeiro, caracteriza-se por um movimento de cidadãos responsáveis, que se organizam, repito, se organizam, torno a repetir, se organizam, para estudar (repararam que disse "estudar"?) um assunto e, constatando clara indicação de lesa interesse público, mais uma vez, se organizam para procurar as melhores formas de protesto, que passam por escrever cartas fundamentadas às autoridades, fazer conferências de imprensa elucidativas, publicar nos jornais, fazer filmes para a Internet, criar petições, fazer vigílias nos locais afetados, e ter a consciência que essas lutas podem durar anos. Já agora, lembrem-se de perguntar aos outros interesses na ilha, o que pensam sobre isso: os operadores económicos, os proprietários de camiões, os comerciantes, etc. Outra coisa, deixar que os políticos tomem frente dessas "batalhas", não conta.
Ficaria muito, mas mesmo muito feliz, se esse protesto representasse um acordar de um sono secular sobre a GRANDE destruição da Baía do Porto Grande, em S.Vicente. Ao longo de décadas, se calhar já vai para um século, essa baía sofreu todo o tipo de exploração selvagem. Começando pela razão da prosperidade de Mindelo, a exploração do carvão. Passando pelas petrolíferas. Ou ainda o grande poluidor Estaleiros Navais. Ou até mesmo o grande Porto. Sem esquecer Caizim, a lixeira marítima. Sem mesmo esquecer a Marina. A Baía do Porto Grande recebe todos os dias que o universo criou, uma carga nova de poluentes, desde de lixo ordinário, a hidrocarbonetos, pneus, esgotos, decapagem, químicos e mais uma data de coisas. É a baía mais poluída do país, apesar de na superfície ser a baia mais linda do país.
Pois então ficaria contente se, finalmente a sociedade começasse a questionar as coisas, num modo geral, a pôr os seus próprios modos de vida em questão, passassem a ser mais ambientalistas e solidários. Que tirasse a bunda do sofá e doassem um pouco da sua energia a causas não remuneradas, que festejassem, mas também batalhassem. É que, ter posições bombásticas é fácil. O difícil mesmo é viver com convicções, como fazendo parte da nossa ação, para sempre.
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