Tanque cheio, gasolina, são comandos transmitidos automaticamente aos moços da bomba, que são chamados de bombeiros (denominação curiosa em tão inflamável zona), por trabalharem numa bomba, duh! De tanto repetir esses comandos, por anos, todos os meses, já nem se vê para a cara desses bombeiros, figuras também discretas, que normalmente só emitem o som do sim senhor e do obrigado. Até que, hoje, autómato, absorto nas minhas intricações mentais, sou surpreendido por um deles com a oferta: senhor, o senhor gosta de perfume americano? Eu...um tanto trazido à terra de repente, ahn? Repete ele, o senhor gosta de perfume americano? Eu, meio irritado e meio divertido pelo inusitado, rapaz, nem gosto de perfume americano!...Ok, desculpa, segue a bombagem da gasolina. Viro a cara para o lado, para poder sorrir da momentânea transformação do funcionário da estação de combustível em vendedor ambulante clandestino. No fim da bombagem, pago, tomo o troco, pronto para arrancar, mas intuitivamente reparo que o preço afixado no painel e as moedas que tinha recebido, não batiam. O preço terminava em 4 e recebi 550 escudos redondos. Conferi e faltavam 16 escudos. Terminou a piada! Em tom severo, digo-lhe, falta-me dinheiro! Senhor, não tenho 16 escudos. Em tom autoritário, vai arranjar e traz!! Deu-me 20, perdeu 4. Para trás deixo um moço, que tanto pode ser bombeiro, vendedor de rua ou claramente mau funcionário.
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