31.1.13

Onde cagamos


Segundo o QUIBB 2007, que é o Questionário Unificado de Indicadores Básicos (realçar "Básicos") de Bem.Estar, em todo o Cabo Verde, 27% dos agregados urbanos não tem retrete, ou seja, de cada 100 agregados, 27 cagam na cidade, e 60% dos agregados rurais (porra, 60%?!!) não tem retrete, o que significa que, em cada 100 só 40 propiciam aos seus integrantes um relax, conforto e higiene, dessa infraestrutura essencial numa civilização moderna.

Tendo em conta que todos os municípios agora são cidades, temos a concluir que estamos a cagar as cidades.

27.12.12

Pontos Pretos

Imagem ripada daqui: fotocommunity.de

De repente somos assaltados pelo anúncio que em Ponta Preta, Ilha do Sal, pretende-se fazer uma coisa para facilitar aos pobres turistas o seu chapinhar na água e que assim vão ficar mais contentinhos e assim prometem voltar mais vezes à nossa terra e assim teremos mais riqueza e bem-estar.

Fala-se em impacto ambiental. Uns argumentam que danifica a natureza, outros argumentam que não danifica assim tanto. Outros ainda preferem estribar argumentos legais, é legal, não é legal. Fala-se em interpor recurso na justiça, na desesperada tentativa de travar o que, alguns consideram, um absurdo. Sem se posicionar necessariamente de um dos lados da barricada, heis uma questão válida para ambos os lados da barricada: e o valor sentimental? E a necessária calma antes de se tomar grandes decisões? O que pensa ilustres cidadãos desta terra, tais como o campeão mundial de kitesurf, Mitu, sobre o assunto, não conta? Vamos parar um pouco aqui nesta ideia: campeão do MUNDO! Ele um dia, entre os centenas de atletas de todo o mundo, foi o nº1. Ele deve isso à sua ilha do Sal, às ondas, ao gosto pelo desporto do mar. E nós devemos a ele um pouco de respeito.

As estruturas legais e administrativas deste país precisa prestar um pouco mais de atenção a o que sente os seus ilustres cidadãos, guardiões da terra e dos mares, gente com ligação ancestral ao bocado de natureza onde vivem. Não se trata se tem impacto ambiental ou não, se é legal ou não, se é regulamentar, se preenche requisitos, se é tecnicamente bom e mais adjetivos. Trata-se de voltarmos para coisas básicas, sentimentais, ou estaremos perdidos, entre a frieza administrativa e a visão curta de um mero negócio.

Além disso, a natureza dessas ilhas é tão delicada, pela sua exiguidade, que a mentalidade ambiental devia ser: quanto menos, melhor! Mais delicadeza, por favor!

8.10.12

Língua materna vs Língua madrasta


Não haverá desenvolvimento verdadeiro sem o desenvolvimento da língua materna, ponto! Exercício diário, vulgo TPC (Trabalho Para Casa) que desde a minha infância são meros cumprimentos de obrigação, em vez de serem entusiasmantes prolongamentos dos ensinamentos nas aulas. E continua. Sempre me angustiou essas questões. Como uma filha a crescer rapidamente, para além da angústia vem-me a revolta. Vejam só este enunciado:

"Ao número anterior, adiciona uma unidade ao algarismo das dezenas e de seguida subtrai um unidade ao algarismo das unidades. Ao número obtido, faz a soma dos dois algarismos. O que verificas?"

Agora adivinhem de que ano escolar estamos a falar...A 3ª classe, o ano em que a minha filha de 7 anos frequenta! E como ela lida com isso? Mal, claro! Porquê? Por causa da língua, caraças!! Como descascamos esse ananás? É assim: antes de resolver o exercício de matemática, sento-me com ela a resolver o problema da língua. Pergunto-lhe, percebeste o que o texto quer dizer? Não. Então vamos por partes, lê um pedaço de frase de cada vez e explica ao papá em crioulo o que quer dizer. Assim, continua. Agora lê a frase toda e liga as ideias. Consegues agora perceber a frase? Sim! Ótimo. Pronto, agora que percebeste a frase, vamos lá resolver o problema da matemática. Qual é o algarismo das unidades? Boa! E qual é o das dezenas? Continua, agora adiciona-os. Pronto!

Esta novelinha acontece com todas as disciplinas, inclusive a disciplina de Língua Portuguesa. Raciocinar na língua materna e fazer a tradução, no sentido de compreender e no sentido de escrever a o resultado. Agora ponho a questão: e os milhares de meninos que sequer têm uma família coesa, quanto mais pais pacientes e com um pouco de metodologia para desembrulhar essa complicação do sistema? Pois, produzir meninos estúpidos ao 12º está plenamente explicado.

3.10.12

Cultura vs Agricultura

Artist: David Adamo

Ser pai é um desafio todos os dias.

Ter o noticiário televisivo ao pequeno-almoço é um avanço notável. Podemos bebericar vagarosamente o café, enquanto tomamos o pulso ao mundo, ao menos ao nosso pequeno mundo local. Passava uma notícia sobre a cultura, sobre o mês da cultura, sobre arte e sobre a grande confusão do que vem a ser arte e do que não chega a sê-lo. A filhota que também parecia se interessar pelas notícias, ou então ficou curiosa pelo facto do papá prestar particular atenção nessa notícia, veio com a fatídica pergunta: papá, o que é cultura? Apanhado, com a boca cheia e sem resposta na ponta da língua, antes que eu pudesse acabar de mastigar e remoer uma explicação para tão complicada pergunta da miudinha, ela complicou ainda mais a questão:

- Sei o que é agricultura, mas cultura não sei!

Ocorreu-me, ainda a ver a notícia, que precisamos de muita coisa no nosso fazer da cultura e uma delas é ter curadores de arte, formados e, fundamentalmente, com experiência em museus e galerias de renome, de pelo menos 10 anos. Chega a ser insultuoso para os artistas, que trabalham anos a tentar perceber o que é isso de arte, que qualquer coisa seja chamada de arte, escancaradamente.

Confesso que esquivei-me à pergunta da minha filha, com as devidas explicações do adiamento da resposta. É uma pergunta complicada, estávamos atrasados para a escola e o trabalho e o papá ia procurar a melhor forma de responder. Está prometido, filha. É importante que ela cresça a saber distinguir muito bem o que é cultura e o que é agricultura.

2.10.12

Afrobias & Outras Particularidades Crioulas

Artist: Matthew Brannon

Menina com cabelo "Afro" é impedida de entrar na escola de freiras, escola essa que é paga com dinheiros públicos. De repente todos espantam-se com o seu próprio ser. Todos se põem de pé, bradando, eu não posso ser assim! Mas é assim, somos assim.

Ser crioulo é um caldeirão a ferver. O feijão ainda está crú, o caldo ainda não está apurado, falta sal, falta ajustar o tempero, a cor ainda varia entre tonalidades diferentes, ninguém consegue dizer ao certo o que vai sair desse lume. Freira com formatação medieval manifesta as suas crenças e todos se espantam. Mas ninguém se espanta que o serviço público passe a missa católica na TV de graça, que bispos tenham afirmações gratuitas acerca do islamismo, realidade já nesse caldeirão crioulo, que os políticos frequentem missas em tempos eleitorais, que os padres tenham mais força que a cidadania e que instituições privadas tenha que ter o nosso dinheiro, público entenda-se, para poderem se manter de pé, mesmo que essa instituição se chame igreja católica, uma das transnacionais mais ricas do planeta. Indignem-se à sério, porra!

Entretanto já vou para 48h sem energia eléctrica em casa e não tenha nenhuma força para me indignar. Somos assim.


16.9.12

Nós sentimos magia



Nós fazemos ilusionismo e vocês sentem magia, disse Corsa Fortes, o nosso mágico, perante um público de crianças e pais vibrantes, no pátio do Centro Cultural do Mindelo, apelidado de Casa do Mindelact. Seria antes Templo do Mindelact?

O que se passa no Festival Internacional de Teatro do Mindelo, ou simplesmente Mindelact, é do domínio do religioso. Trata-se da fé profundamente incrustada na alma dos seus fazedores. Trata-se de devoção, sacrifício, oferendas e trabalho, até à mortificação da carne. Só a religião explica o acontecimento do Mindelact.

No pátio do Templo do Mindelact crianças e pais vibrantes sentem a magia das estórias de Corsa. Mindelact criou um ciclo de contação de estórias. Não conheço maior investimento que se podia fazer para a Cultura. Ficamos a saber que em Alentejo, Portugal, contam-se estórias que se parecem com as que se contavam em S.Antão ou na remota ilha Brava. Ensinamos aos meninos e relembramos aos adultos as coisas fundamentais e tão básicas, como escutar os acumulados ensinamentos dos mais velhos. Ensinam-se regras de higiene, do bom comportamento, o valor das coisas, dão-se lições de moral, no meio de risos, espanto, excitação e maravilhamento. A escola devia ser um teatro.

Ana Madureira faz um jogo de cabra-cega e nós sentimos uma torrente de emoções. Aconteceu assim uma peça (Ou será uma performance? Ou será uma instalação?) num palco montado na ex-esquadra da polícia de Mindelo, edifício que deixou de ser povoado de almas rancorosas para passar a ser espaço de inúmeras possibilidades. Ana Madureira tem o poder de cantar, dançar, transformar-se numa aranha, numa cobra, para de seguida ser uma velha bruxa e no momento a seguir uma ingénua noiva. Cabra Cega, de Ana Madureira, é um espectáculo para todos os sentidos e sentires. É sobre nós, a nossa ruidosa solidão, as nossas estúpidas fantasias. É sobre carinho da avó e frieza da vizinhança.

Nós fazemos sons e vocês veem imagens. Khalid cria mundos em imagens 3D, somente com a sua voz. Ou aliás, com as suas 80 vozes. Faltou só sentir na pele o molhado do oceano que ele cria ou as flechas de índios que dispara contra ele. Faltou só provar o chá servido na sua aldeia povoada de cabras, galinhas, patos e outros sons.

Nós formamos artistas e garantimos o recomeçar do ciclo. Alunos do 14º Curso de Iniciação Teatral do Centro Cultural Português apresentam um exercício que revela já em que direcção vai continuar a acontecer a magia. A peça, de nome Pink Punk, é isso mesmo, é punk, é rock, é universal, é do Mindelo, o centro do Universo.

14.9.12

Ressaca de asfalto


A ilha vive assim, ao sabor das maré, que veem e trazem cardumes humanos, depois vão e deixam um cheiro de perfume caro, misturado com tabaco, com ecos de risos lascivos.

As marés trazem o Carnaval, a folia, a louca exuberância, o povo todo da ilha sacode o corpo em transe, depois pára a batucada e ficam pastilhas-elásticas grudadas no asfalto e carros alegóricos a apodrecer num pardieiro.

A ilha é uma concha na rocha. Come quando vem a maré, descansa quando ela vai.

13.9.12

Cal Velha e Fresca


Adoro os polos opostos das sensações causadas por Mindelo, minha cidade-natal. Gosto deste misto de belle époque e triste époque, das maneiras cosmopolitas e campesinas, da dilatação e contração dos espíritos. Em todos os lados, milhões de pessoas ou apenas milhares, as pessoas são complexas. Mindelo é complexo. Parado e vibrante, antigo e moderno, arrancando e parando. Mindelo dá um passo em frente, uns passitos para os lados, pára. Não sabe bem por onde ir. Dá um passo, passitos, pára. As mesmas pessoas estáticas nas mesmas esquinas são marcas que garantem que o sítio é mesmo o sítio de sempre. Bem como as imensas caras novas que são marcas de renovação do ciclo. O mesmo ciclo, certo, preciso.

12.9.12

Tempo de viagens


Sentado no Aeroporto do Sal, ao som de Wayne Shorter no iPod, em trânsito.

As viagens, de todo o tipo, pelo ar, pelo mar, ou pela música cósmica de Wayne Shorter, proporcionam afastamento da realidade. Afastamento em comprimento e em altura. Permite comparar e medir. Medirmos a nós próprios, principalmente. Da profunda Abidjan, à diversificada Praia, passando pela ligeiríssima Ilha do Sal, chegando no multi-facetado Mindelo, tudo é complexo, tudo é humanamente complexo.

Sentado na esplanada, tão quieta que pardais ousam chilrear bem ao meu pé, vejo movimentos de lá pra cá, de cá pra lá, porque é mesmo assim a vida, a movimentar-se, o que me faz ter imensa pena dos que estão sentados e imobilizados, sem capacidade de caminhar ou viajar. Vou me convencendo desta ideia, que o segredo da vida, de viver quero dizer, reside na nossa capacidade de movimentar e se movimentar. De outra maneira apodrecemos como uma banana esquecida numa fruteira.

4.9.12

Rotas Africanas


Sair de Cabo Verde às 07:30 e chegar a Abidjan às 19:30 não é propriamente uma viagem de sonho. Escala em Dakar. Valeu a excelente “Paella de Legumes” ao almoço no Chez Lutcha e valeu mesmo pela velocidade do serviço, porque havia outra avião a apanhar. Valeu a simpatia. Aliás, valeu breve paragem em Dakar.

Kenya Arways, direcção Abidjan, excelente serviço de bordo, atenciosos, sorridentes, belo avião, a contradizer muitos depoimentos sobre as viagens intra-africanas. A bordo, um encontro casual com Oumar, senegalês, de uma simpatia e abertura de espírito realmente pan-africano. 2h30 de voo e de conversas sobre os vários aspectos dos nossos países e sobretudo do continente, visto como um todo, visto com profundidade suficiente para se aperceber que um diálogo novo entre os nossos países começa a ser até ridículo que não se faça. Imensos mercados, imensos espaços, imensa gente, imediatamente aqui ao lado e continuamos a olhar obstinadamente para um horizonte bastante mais longínquo e bastante mais difícil de penetrar.

Abidjan, uma cidade de 4,5 milhões de pessoas, num país de 18 milhões. Um país de vários contrastes. Abidjan, uma cidade de uma natureza estonteante, construída à volta de vários lagos, em contacto com o mar e planícies a perder de vista. Uma cidade que espanta pelo seu downtown a lembrar grandes capitais do mundo e igualmente pelas grandes bolsas de pobreza. Uma cidade indecifrável, nas suas intermináveis combinações, para um africano oriundo de uma cidade de 150 mil pessoas.

25.8.12

Cultura é fod***

Artista: Jun Pestoni

Num dia regozijo-me com a criação da rádio Praia FM 2 - Rádio Cultura, onde passavam realmente boa música, basicamente jazz, noutro dia escuto, para profunda tristeza da minha alma, que tiveram de a encerrar por falta de viabilidade económica!..Por vezes é bem chato viver num país miserável.

Entretanto fiquei enchido de alegria quando dei-me conta deste projecto, um jornal cultural online, já encantador só pelo aspecto gráfico. Aguentem-se por favor malta!

Dejejum

Artista: Allen Ruppersburg

Dejejuo-me para falar de coisas que me irritam até a profundidade da carne e doutras que me alegram a ponto de compensar as outras.

Na sexta saio para jantar, como ocasionalmente faço. Resolvi dar uma chance aos (raríssimos) restaurantes que existem no Plateau. Tremenda má decisão. Para começar, Plateau à noite é triste de morte. Há que retomar o "Plano de Salvaguarda do Plateau", embora não aprecie particularmente o título apocalíptico. Como é que pode o centro histórico da cidade ser a mais triste zona nocturna da cidade? Os bois os seus nomes, escolhi o restaurante Avis por sempre considerar o espaço de um charme quase que natural. Tal dama bonita que se estraga por má postura, o atendimento deitou por terra toda a mística que ainda tinha pelo espaço. Pedir uma comida vegetariana, constatar pela milionésima vez que os nossos restaurantes não tem uma ponta de imaginação, pedir para falar com o Chef e só ser possível falar com ela por um interfone (!!!) fez-me sentir um redondo idiota, a tentar dar dicas a chef e constatar que a chef, de chef não tinha nada! Desisti frustradíssimo e só me restou sair dali, com fome e com metade da noite arruinada. Escolho outro restaurante mais abaixo, onde fui importunado por um bando de capitães da tropa, que esgotaram o stock de palavrões de todo o exercito, não importando a presença de damas, crianças, pessoas mais crescidas, ou até mesmo dos seus superior, que tratavam por "comandante",  comandante esse que devia perder imediatamente o comando. Fico a indagar-me o que raio esses oficiais aprenderam nos seus cursos de oficiais!

É tempo de um sistema de rating, onde se possa classificar os sítios de lazer na capital, a ver se ganham  algum respeito pelos clientes.

28.6.12

Espelho nosso

Artist: Eli Hansen

As campanhas para as eleições autárquicas aqui são as mais divertidas, renhidas, acrobáticas, surpreendentes, sujas, polémicas, enérgicas, bucólicas, ilegais, imorais, descaradas, escarrachadas...no fundo as mais representativas da alma profunda deste povo. Do tipo, digam-me como são as vossas eleições locais e digo-vos quem são.

Bonequinhos

Artist: Eli Hansen

Eu adoro apoiantes de última hora. Parecem bonequinhos de pilha, frenéticos, saindo rapidamente da toca de onde estiveram hibernados durante 4 anos, a demonstrar de forma expressiva o seu inequívoco apoio, propalando que acabaram de conhecer o messias, cantam, riem, rebolam, mas se estão a fazer figurinha de merda, é somente para o bem da humanidade, declaram rapidamente que não esperam ganhar nada com isso e o messias finge acreditar. Se não ganharem nada, vão hibernar outra vez até passar a irritação ou descobrirem um novo messias. Adoro esses bonequinhos. Fofos!

25.6.12

Crónica de 2 dias sempre divinos

Foto in A Semana Online

É natural e sobrenatural amar Mindelo. Vou sempre de reencontro ao pedaço de terra no mundo que me viu nascer. Isso de lugar de nascença carrega forças para além do nosso entendimento. Sinto-o.

Nuno e Hadidja casaram-se num universo fabuloso de famílias, requinte e descontracção. Até S.João fez-se veementemente presente em forma de forte ventania. Muitos fizeram-se presentes, em demonstração de amizades a esses dois seres fabulosos. Foram aviões carregadinhos só para participar do casamento e de repente a cidade encheu-se de "estrangeiros". Mindelo ainda é uma cidade que se nota quando vem muita gente de fora, o que demonstra uma quietude, ao mesmo tempo, reconfortante e inquietante. Mindelo continua a debater-se com um marasmo difícil de explicar. Ao mesmo tempo parece que isso está a originar um cultura bem própria, de driblar as dificuldades, brincar com os obstáculos, reinventar a felicidade, estar sempre leve,  por cima.

Entretanto as campanhas eleitorais autárquicas, na mesma toada do resto do país, a nivelar-se bem por baixo. Mas a rasar o chão! Fico profundamente triste a ver pessoas, supostamente chiques, a fazer a vez de arruaceiros, com linguajares que lembram os ordinários, com gestos que lembram a falta de maneiras. Tudo para conseguir a porra de um lugar no poder, essa força magnânima, que puxa tudo para baixo.

Nódoas a parte, estar na Laginha é o coroar de um fim-de-semana sempre inesquecível, na terra que tem de tudo em ponto minúsculo, tem um charme próprio e tem macabrices próprias, mas sempre adorável. E quem adorou foi a minha filha.