2.9.09

As (opções) políticas

Preso por ter cão e preso por não ter.

Se é facto que essa questão da electricidade beira o surreal, o TACV continua a demonstrar como não se faz uma transportadora, a política das telecomunicações vai impedindo o país de entrar na economia digital, passamos em cima de questões ambientais de forma deselegante, ignoramos os benefícios de uma adequada política cultural, o desemprego não vai melhorar, a administração pública vai continuar monstruosa e a necessitar de chupar-nos o dinheirinho todo para se manter, o facto é que ninguem garante que isso tudo se resolva com uma mudança política em 2011, por um facto muito simples: grandes males que estamos a viver hoje foram plantados na viragem da dita democracia. E é exactamente essa mesma turma que está no horizonte para formar Governo, agravado pelo facto que estarão mais velhos e carregados de ressentimentos políticos. Caso para dizer, a minha geração (que em 2011 serão quarentões ou quase), vai passar ao lado. A minha geração não produziu líderes políticos.

15 comentários:

Anonymous disse...

achei o post bem fundamentado. só não concordo que a tua geração não produziu lideres. estão na forja, alguns ja têm espaços, é preciso incentivares aqueles que achas que podem ter condições de serem lideres. a proposito o que achas do Mats, lider parlamentar do MpD??? ele é jovem e tem todas as condições de liderar uma geração.seria interessante refectires sobre os nossos potenciais lideres. um braço. gostei do post.

Anonymous disse...

a nossa gerção tem alguns lideres. o Fernando elisio é um deles por exemplo. o João Baptista dos picos, o Amadeu, o joão de carmo,,,etc. aguns tem qualidade outros nem por isso como em todas as gerações. a nossa quando chegar a sua vez vai liderar

Cesar Schofield Cardoso disse...

Quando digo que vamos passar ao lado é porque as cartas já estão dadas: em 2011, seja qual partido que ganhar o Governo, vai ser, ou com um líder de 91 ou com um líder de 2001. O facto de os da minha geração nem sequer concorreram para a liderança dos seus próprios partidos é sintomático. Esses nomes (Fernando Elísio, João Baptista, João do Carmo...serão ministros. O chefe do Governo já esta decidido e pronto!...até 2021.

Pss disse...

César acho que estás a ser injusto: Como líder dessa Geração temos Gil ! O auto-proclamado e com toda a justiça "Nôs Líder!"

O resto: Fernandos Elísios, Joãos Baptistas, Amadeus incluído são tão somente Mangas-de-alpaca que estão onde estão não por terem características de líder mas sim por traduzirem na perfeição a sua vontade (VONTADE LEGITIMA DIGA-SE !) de ter poder em actos políticos que os levaram a onde estão.
Leram e colocam em prática Il Principe. Mas um líder creio eu terá ter algo mais que somente a dom da politiquice e politicagem.

Creio que há também um equivoco aqui César. Todos essas pessoas cujos os nomes saltam aqui são o quê ? Políticos profissionais. Porque não procurar na nossa geração pessoas de outros meios que nada tem a ver com a politiquice ? Ou seja de facto de cingirmos a procurar lideres no meio político estamos bastantes limitados. Mas há muitas área que a nossa geração tem pessoas com idéias bastante válidas e com postura de lideres. O que eu quero dizer com isso é que devemos tentar ver o que se passa no mundo.Vamos ao exemplo de Portugal que pegamos sempre : Portugal teve uma data de governos un pior que o outro. Quando é que finalmente conseguiu alguma coisinha de jeito? Quando teve como Primeiro-Ministro um Professor Universitário - Cavaco Silva. Doutorado em Economia. Vamos a outro exemplo: Obama antes de meter na politiquice era Docente Universitário, Advogado brilhante (e não andava a defender traficantes de droga!), trabalhou em inúmeros projectos de cariz sociais enquanto jovem. O recém eleito Primeiro-ministro do Japão que pós fim a mais de 50 anos de governos conservadores tem um Ph.D pela Universidade de Standford em Gestão.

Lula Presidente do Brasil tem um longa experiência profissional como metalúrgico. Tem um experiência de vida de uma validade impressionante.

Isso tudo para dizer que os líderes políticos de facto QUASE NUNCA saem do nada. Ou seja terminar um curso de direito ou sociologia ou outra coisa e meter na politiquices pode até ser que se consegue ser presidente de alguma coisa ou alguma câmara, não nunca se há de ter visão capaz de aglutinar á tua volta uma projecto a sério para governar o que quer que seja.

E outra coisa: Lideres podem ser de diferentes áreas. E eu ficaria mais feliz de ver pessoas da nossa geração preocupados mais com ser empreendedores, em serem criativos, em participarem activamente em algo capaz de induzir algo de novo na nossa sociedade do que ter simplesmente papagaios que repetem o que viram ontem no Telejornal da SIC ou TVI que é basicamente o que faz os nossos políticos!

Anonymous disse...

o pss colocou-se no pedestal dos cobardes e sem posição. duvido que sejas melhor formado que o fernando elisio, o joão ou outros nomes aventados. por isso seja mais humilde na analise. por exemplo essas pessoas têm profissões de base. por isso seja menos odioso na analise

Pss disse...

"Coloquei no pedestal dos cobardes e sem posição" ? Ok !

Anonymous disse...

Fernados Elisios e outros de politica nada, só politiquices, nunca deram prova de nada. Quando abrem a boca só para falar asneiras.Concordo que os nossos politicos deveriam ter mais bagagem, a nossa geração não produziu politicos. E infelizmente vamos voltar á ditatura de Carlos Veiga caso, não aparacer um Salvador da Pátria. quantos de nossa geração fomos perseguidos e outros despedidos pelo diatator e sua prole Carlos Veiga? Pelo menos, nesse governo, por pior que seja considerado, temos chefes, lideres, chefões de todos os quadrantes politicos assim como os que são apenas profissionais e não politicos.Boa reflexão César, e que apareçam pessoas para nos salvar da ditatura do CV e seus capangas que nunca deram prova de nada, nem como técnicos nem como politicos, só enchem os bolsos e ocupam cargos.

Luisa Cristina disse...

será temos alternativa politica? Precisamos de novo movimento

Pss disse...

Eu no meu comentário anterior eu fiz referência a nomes que foram aparecendo como líderes políticos que a nossa geração produziu. Usei esses nomes não para atingir pessoalmente nenhum deles mas sim para dizer o que eu acho que é sentimente generalizado: é necessário mudar algo. Não podemos continuar com políticos que fazem um curso numa determinada área, especializam-se na politiquice, passam 10 anos por uma cargo (presidente de Câmara por exemplo) e depois saem de lá Ricos e Consultores. Continuar nesta senda é receita para não passar da cepa torta !
A idéia no fundo era concordar com o post em que isso parece um ciclo: em 1991 era Veiga, em 2011 Veiga volta. Se acontecer que Veiga ganha em 2011 o mais certo é esperar que Neves volta nas eleições seguintes. Concluindo nada pessoal contra os nomes que eu citei só foram usados como exemplos do que eu acho que se deve mudar!

Anonymous disse...

O grave é manter-se Neves no poder! Isto quer dizer que teremos um autêntico regime de partido unico autoritario, tanto mais que a escola do PAI é essa. Nao é bom para a democracia dar três mandatos a um partido. Logo o PAIC tem de ir para a oposiçao para o bem da democracia. Mas também é verdade que nao ha alternativa. Todos do PAI e do MPD vêm de 1974/75. E é verdade que a geraçao do César nao produziu lideres em nenhuma area. Nem em politica, nem na vida cultural e social. Sao todos uns aprendizes que nunca provaram nada, nunca criaram nada, nunca geriram coisissima nenhuma, nem uma mercearia. E' por isso que digo que César nao tem país e nao exagero.


E' uma ma sina que começou com guerrilheiros estagiarios em 1974 que nao sabiam rigorosamente nada da gestao de um país e ainda por cima eram comunistas; depois veio o MPD que tinha saido do proprio PAI, logo sem uma verdadeira escola de democracia. Mas dizer também que houve ditadura do MPD é nao respeitar os conceitos. Ditadura houve sim de 1974/1990. Foi uma ditadura copiada da Uniao soviética, Cuba e RDA. No tempo do MPD, que houve falhas, é um facto, mas viveu-se em demcoracia e tudo o que Cabo Verde tem hoje, mesmo que quase nada de jeito, vem dos tempos do MPD. Sejamos sérios e mais rigorosos nas nossas analises.


Eu, se estou no estrangeiro, é porque saí ainda em tempo de totalitarismo e quando o MPD subiu ao poder ja em demcoracia, eu fiquei a rir, porque sabia que essa gente vinha toda ela do regime de partido unico. Logo, céptico como sou, nao regressei e continuo a nao acreditar nessa gente. Os lideres do PAI e do MPD nao eram nada dos melhores da geraçao do meu pai e da minha.Eram os mais mediocres e produziram mediocres.

Cabo Verde em termos de elite politica é um deserto; e em termos culturais é outro deserto! E' uma brincadeira continuarmos a fingir que temos país!

Underdôglas

Anonymous disse...

O veiga é um excelente advogado e o Zé Maria é o q?? um politico apenas. por isso o PSS tem esse odio do Freire e de outros jove3ns porque é um paicvista ferrenho sem espaço nop partido e que resolve insultar os outros. duvido que tenhas mmelhor formação e capacidade de fazer as coisas que os nomes aventados.

Anonymous disse...

o PSS deve aqueles fanaticos do paicv que se conside3ram os melhores filhos da terra. então achas-te com mais bagagem que esses jovens. com que prova=?? em que escola estudaste???

Cesar Schofield Cardoso disse...

Pimenta, estás superiormente autorizado a fazer as moderações que quiseres ao debate. Gosto da tua análise: reflectida, racional e conciliadora. São os ingredientes que faltam ao nosso fazer da política: mais da razão, menos da emoção e muito mais da moral.

Abraço

Anonymous disse...

(...continuaçao)

Isto para dizer que se hoje temos todo esse debate é porque lancei o comboio. Com uma caracteristica original: debater de maneira radical! Hoje se os leitores ja fazem determinadas criticas e se os proprios jornais ja criticam sem medo, é porque foram imitando o meu radicalismo. Muitos terao dito: "mas caramba! se ele critica dessa maneira, porque nao eu?!"

Portanto, meu caro Sal, ponha sal e pimenta na comida, mas saiba que ha muito que ela ja tem os condimentos necessarios. Se se metermos muitos temperos, a comida pode ficar muito salgada ou muito pimentada. Ha que saber dosear e esta metafora serve para tudo, logo para a politica.

Conclusao: compare o comparavel. Nao esteja a comparar Cabo Verde com os Estados unidos mas com países africanos; nao compare Cabo Verde com o Japao, porque nao somos nada do Japao de Africa. TUdo nao passa de ignorância e bazofaria.

Japao é uma democracia instalada, enquanto Cabo Verde está a dar os primeiros passos. Enfim, nao vejo de modo nenhum "bons momentos" como diz numa ditadura de partido unico que foi o caso de Cabo VERDE até 1990. Alias o PAICV ainda nao aprendeu a viver em democracia e a prova é José Maria ainda a semana passada estar a referir-se implicitamente ao "fascismo e terrorismo" actuais do MPD.

Isso nao é sério, tanto mais dito por um dirigente de um ex partido totalitario que está a aprender a viver em democracia. Cabo Verde nao é país nenhum no verdadeiro sentido, quer dizer com uma democracia, um estado de direito a funcionar, imprensa livre, radios, televisoes, politicos bem preparados e uma elite cultural e social de jeito.Sem falar em infraestruturas a todos os niveis.

Um país que nem uma capital com agua e luz eléctrica nao pode ser de maneira levado a sério. Logo, Sal, tenha mais controlo naquilo que diz. As minhas referências de vivência sao os paises mais ricos do planeta onde ja estou a viver mais tempo do que vive na minha terra. Logo sei o que é um país a sério. O nosso problema é que contentamo-nos com pouco e temos um passivo cultural muito pesado. Porque me fala do seu tempo de falta de pao, digo-lhe agora que no meu tempo, um simples operario de Wilson que tivesse salario certo e comida em casa, era considerado rico! No meu caso, sou filho de um Senhor e espero que saiba o que este "titulo" queria dizer no tempo pré-independência. Portanto aqui também deve-me muito porque directa ou indirectamente ensinei-lhe a si e a muitos guerrilheiros que assaltaram a nossa terra, pois naquela altura eles nao sabiam rigorosamente nada. Na minha profissao, eu ja era uma referência!

Underdôglas

Sal Pimenta disse...

Voltando à discussão inicial, acho que somente quando a turma que alude no artigo que deu origem à discussão sentir que tem que inovar o discurso, torná-lo mais positivo, no sentido de mostrar como pode-se fazer melhor de forma diferente, dirigir-se ao eleitorado menos populista e mais qualificado para que este compreenda as ideias e as adopte como elegíveis permitindo-os formar opiniões é que começa a ser alternativa mais consistente. Acho que essa seria a forma mais forte de voltarem a fazer "movimento". E bem precisamos porque estamos sem opções. Eu votei no mesmo partido nas 2 vezes anteriores mas gosto de poder escolher, sabe?