Vou de férias!!!.
Para o novo ano, novas perguntas, novos desafios. Durante as férias será tempo para reflexão e, claro, muita paródia. O novo ano, dizem, vai ser rico em Cultura, porque atingimos a responsável idade de 35 anos. Tomara que se repita o magnífico Kriol Jazz, também espero ver a Bienal de Dança, pessoalmente vou trabalhar em outras coisas inéditas, quero ver um bom Teatro, já se faz um Audiovisual por aí, Bento Oliveira está na Praia, gostaria de ver a minha idolatrada Luísa Queirós e Manuel Figueira, quero ver mais quadros pretos de Tchalé, este ano foi rico em Música, 2010 quero mais, a Literatura teve um grande ano, mas escritores novos já se fazem necessários. O nosso ministro da Cultura é que continua uma tocha apagada, a gastar os recursos do Estado em salário, combustível e outras benesses, a leste de todo o sector que tem em mãos para gerir.
O novo ano, dizem, vai ser de luta política, com pau, pedra e o que estiver à mão. Vamos conhecer quem afinal são amigos e quem são inimigos. Vamos ver a cara da ambição e os meios que se utilizam para a cumprir. José Maria Neves vai estar incrivelmente charmoso e Carlos Veiga vai estar incrivelmente raivoso, tá visto. Os jotinhas vão ser ministros em 2011. Em 2010, devem treinar os tiques de discurso, comprar fatos novos, gravatas giras e actualizar os sapatos. Nunca comprem meias brancas, por favor, aliás acho que nem se vende mais. Serão ministros iPod, iPhone, televisão a cabo, com gostos bem mais caros. Já prediz o meu compadre, é possível que os Tuaregs entrem para o próximo Governo. Lindo país pobre!
O novo ano, proponho à malta do visual, vamos discutir mais a arte contemporânea, a nossa. Podemos ter uma, não podemos? Ou se calhar nem falemos em Arte Contemporânea, porque já se fala numa nova etapa, que se chama de Arte Alter-Moderna, onde os novos médias jogam um papel central. Pois, com os novos médias, temos mais oportunidades, em termos económicos, mas em termos mentais ainda precisamos trabalhar muito. A Universidade de Cabo Verde precisa acertar com os cursos de Arte, senão, mais uma vez, a nossa conversa da Arte continua a ser essa paupérrima produção que vemos por aí. É duro fazer a Arte, sem referências (ou só com as externas) e sem ambiente de produção, discussão e competição.
O novo ano será o ano do início do fim da crise (espero). Gosto de crises, porque são oportunidades de rupturas, mudança de direcções, sacudimento de poeira, redefinição de paradigmas e escolha de novos parâmetros. É só ter coragem.
Um excelente Novo Ano a todos. Ousem mais, berrem mais, queiram mais e FAÇAM mais.
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