14.12.09

Segunda-Versão

O meu acto de paridura da KATHARSIS manteve-me fora das lides blogosféricas, mas retomo sempre. Desta vez retomo com uma sensação que o blog já precisa de uma segunda-versão...bem, um novo ano e logo se vê.

Por falar em KATHARSIS, a minha mais recente dedicação, obrigado aos que apareceram, comentaram e deram sugestões para melhoradas aqui e ali. Continuo a perguntar-me sempre o que fará as pessoas saírem de casa. Continuo a querer sempre ter gente nas exposições, para verem e ouvirem, para comentarem, arriscarem uma análise, uma crítica. Continuo a sonhar com a ajuda de jornalistas para, depois de apresentada a coisa, que façam textos, que critiquem, analisem, façam links com outros projectos. Enfim...

Definitivamente, há que encontrar uma segunda versão das coisas. As do momento não tem funcionado muito bem. Muita conversa surda-muda. Muitos desamores sem nenhuma razão aparente. Este faz, aquele outro acha que tá mal feito, mas entretanto aquele outro não faz porque senão este vai também dizer que tá mal feito, assim de seguida. Temos uma visão ridiculamente curta e não vemos que, nem todos juntados, não damos conta dos desafios que estão aí, na cidade, no país, no mundo. Fiz a minha cota parte. Tentei todo o tipo de colectivo e resultou um ano, mas no ano seguinte já apareciam as questões crioulas de identidade de cada qual com as suas própria pessoas, os seus fantasmas e as suas frustrações. Parto solo daqui em diante. Eis uma segunda versão.

Entretanto vão aparecendo segundas-versões de tudo nesta cidade: um delicioso restaurante indiano (dizem, preciso comprovar) a contrariar a mesmice gastronómica por cá; o projecto Paradela a insistir que Cabo Verde tem que fazer cinema (APOIO!); Voz Di Povo que devolveu a dignidade à noite do Plateau; projectos de literatura que vão aparecer no novo ano; os meus amigos do teatro que trabalham como toupeiras; Abraão Vicente a tentar trazer Bento Oliveira para a Praia, um dos mais desconhecidos génios visuais deste Cabo Verde contemporâneo. Falta mesmo é juntar tudo e sair por este mundo fora, de cara levantada, cheios de orgulhos, a dizer para todos, fazemos o nosso. Faltou mais.

Sem comentários: