24.7.11

A refinada irresponsabilidade

Vivo numa pequena terra. Tão pequena que a determinada escala nem aparece no mapa. Também os comportamentos se diminuem em escala. Não há grandes atitudes, nem grandes feitos ou grandes demonstrações de carácter. Porque também tudo é tão sensível. As nossas relações são de emotividade, de amor e ódio extremados. Vivo numa terra que também é um Estado. Tem Presidente, Primeiro-Ministro, Assembleia Nacional, Justiça, tem eleições, liberdade de expressão, associações civis, cidadãos livres e demais itens de um Estado moderno. Mas, chegado o tempo de campanhas políticas, quando está em jogo o status e muitas vezes o emprego de muito boa gente, esta terra, este pequeno Estado, vira campo de batalhas verbais dos mais lamacentos que há. Vale tudo, de cotovelada no nariz a pontapé nos genitais. Personalidades, pretensamente de postura irrepreensível, tiram cambalhotas no chão e fazem os malabarismos que forem necessários para se manterem nas posições confortáveis de não terem que fazer tanto e de ganharem tanto. Espectáculo deplorável!

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