4.2.09

Notas políticas

Imagem: Franco Rancoroni

MPD se põe em pole position. Meta: liderança do partido, ou seja, poder em 2001.

Jorge Santos é o grande contestado e com razão. O homem tem uma história e uma actuação política que não deve servir de exemplo aos iniciantes, embora muitas das figuras proeminentes do actual MPD igualmente tenham passado por um momento de vacilo. Mas o que importa é que não consigo ver um líder em Jorge Santos e pelos vistos muitos dos seus correligionários também não.

Fernando Elísio Freire, que muitos estão a indicar como indicado, já negou ter tal ambição. Pois, é preciso medir a ambição, tendo consciência de si. Além do mais, quero acreditar que o MPD tem outras alternativas de mais peso.

José Luís Livramento se posicionou e acho que é um bom candidato, mas não abona a si o facto de ter voltado as costas ao partido em dado momento, de se ter frontalizado a Carlos Veiga na altura, de maneira não muito elegante e de agora voltar à casa de partido, todo sorrisos e a passar uma mãozinha nas costas do mesmo Carlos Veiga, atitude esta que já é um padrão ventoínha.

Ulisses Correia e Silva é apontado por muitos como a melhor opção de momento. Subscrevo. Mas aqui há uma jogo de dilemas: ganhou as autárquicas no maior burgo do país, a vantagem não era estrondosa e as nacionais são um jogo diferente: ele não goza de tanta popularidade assim, não consegue ser um tipo simpático e se renunciasse à CMP poderia voltar contra si uma parte dos apoios que teve.

Entretanto os pesos pesado do partido, Jorge Carlos Fonseca, Carlos Veiga, José Filomeno, Olavo Correia, José Tomás Veiga e outros cabeçudos, continuam na penumbra a ver onde o sol vai nascer.

Humberto Cardoso é um outsider jogando por dentro. O homem mexe-se de forma esquiva, mas vai se adivinhando a direção que quer tomar. A cartada da Constituição não será inocente. Tem despontado a cabecinha e já levou um cascudo, a ver se alinha. De qualquer modo, espero que ele não tenha a mais modesta ideia de que pode liderar o partido. Ele é um antítese de líder.

Regra geral o MPD é um partido em crise de identidade. A sua instabilidade não inspira alternativa em 2011, pelos menos por agora. Do outro lado tem um PAICV, demasiadamente radicalizada na figura de JMN, com alguns safanões internos, mas que goza de uma grande mobilização em torno do partido, que muitos interpretam como fanatismo. Eu 2011, já adivinho, terei no menu: de um lado, um partido vacilante e remendado, mas absolutamente essencial à alternância política; do outro lado, um partido que, a ganhar um 3º mandato prenuncia tempos políticos perigosamente monocromáticos.

A Política é a massa e o pavio do mundo.

2 comentários:

Redy Wilson Lima disse...

César não há crise de identidade onde nunca houve uma identidade. O MPD nunca foi um partido, mas sim um movimento e assim continua...

madalena costa disse...

Concordo com o Redy. O MpD não passa de um movimento a procura da Democracia. Ele até conseguiria chegar lá, e até tem dado passos neste sentido, com Ulisses. Freire precisa demonstrar mais - mas, de facto, sem o Ulisses, que seja o Freire a salvar a honra. Quanto ao actual (des) lider, é uma pena, pois que, o gajo apenas poderá afundar mais o partido. Discordo com o que dizem do Cardoso, mas, respeito a tua opinião César. Mas, livra que tenham de depender dos ex-PCD, longe do JCF, este apenas faz triste figura na politica (lembrem-se dele a candidatar a PR, nada contra o senhor doutor, mas, ele que fique a dar aulas). Mas, o meu maior receio, o medo n.º02 do MpD é o Dico, este tornou-se, só para o resumir numa palavra - num «NOJO». Desculpa se exagero César, mas, quem o tem seguido de o que ele era e do que é hoje, é uma TRISTEZA. Afinal ou gajo é deputado da nação/Estado ou contra o Estado/Nação quando é a cabeça de defesa dos narcotraficantes e até se questiona se não os auxilia na lavagem de dinheiro (?). Todos, claro tem direito da defesa mas, não cabe um deputado da nação defender bandidos conttra a propria nação. Imagina tu César, um grande dentro do partido que defende terroristas que atentam contra a patria que ele jurou defender. Claro, depois vai, SEMPRE, recorrer para dar uma imagem de que pensava que o cliente era inocente. Vamos lá até ao STJ. César, pensa um dia, se quiseres, trata a questão da incompatibilidade de funções dos deputados e outras profissões. Nós pagamos para eles estarem no Parlamento a tratar de assuntos de CV. Desculpa esta fuga do tema. Mas, os candidatos ideais seriam Ulisses e Freire.