25.10.09

Tarantinologia

Quentin Tarantino é definitivamente, como um crítico já o chamou, a Nouvelle Vague de hoje. Os seus filmes chegam a parecer um jogo de violência gratuita, mas na verdade são discursos muito próprios sobre a natureza humana, sobre o poder pela violência, a brutalidade e os amores em situações levadas ao extremo.

Saí do cinema após ver Inglorious Basterds atingido por um raio, da mesma maneira que saí quando vi Pulp Fiction. Uma pessoa entra com uma série de idéias pré-cozinhadas - 2ª guerra, Hitler, nazismo, etc. - e sai com um experiência completamente genial de narrativa, de imagens, de sons, de interpretações magníficas, de decórs, de pequenos detalhes e, sobretudo, de um ponto de vista inusitado, ousado, elaborado. Tarantino define-se como um escritor. Para mim, ele é vários artistas ao longo do processo: é um exímio escritor quando escreve (os diálogos continuam a ser a sua assinatura, como em todos os outros filmes); é um grande fotógrafo quando compõe os quadros; é o máximo a dirigir actores; é um músico culto e vasto quando escolhe a trilha sonora. Enfim, como David Lynch (outro dos meus monstros sagrados), não há nenhum aspecto da arte de fazer filmes que Tarantino não saiba fazer ele próprio e com uma maestria que constitui escola para qualquer aspirante a fazedor de filmes.

A colecção ganha corpo e peso: Cães Danados, Pulp Fiction, Kill Bill 1 e 2, Jackie Brown, Prova de Morte, Inglorious Basterds...um por um, objectos de culto.

2 comentários:

Tey Alexandre SilFonSoares disse...

Cesár... não te esqueças de Four Rooms

Anonymous disse...

sempre o Prova de Morte isolado.. que tristeza devem sentir o tarantino e o rodriguez... belo projecto, a que ninguem liga nenhuma.